Opinião
As relações humanas na vida das empresas

Hoje vou escrever sobre uma obra que recomendo a sua leitura. Se puder, até o faça pelo menos uma vez por ano. Trata-se da obra de Dale Carnegie – “ Como fazer amigos e influenciar pessoas”. Warren Buffet disse sobre esta obra – “ Mudou a minha vida.”
Muitas vezes lemos estes comentários, lemos as obras, mas ficou a “saber a pouco”, mas esta obra em particular, é merecedora deste comentário. Para mim, a melhor obra que já li até hoje.
Uma das partes que mais me apaixonou nesta obra foi o seu predominante ensinamento sobre o princípio das relações humanas. Elas são a base da nossa vivência quotidiana. Seja em casa, na família, com amigos, conhecidos e com particular destaque nas empresas e, portanto, no nosso trabalho, dado que mais de 80% do nosso tempo é passado com os nossos colegas.
Dou particular destaque nesta obra ao tema “saber lidar com as pessoas”. Parece básico na sua essência (e até é), porque o fazemos todos os dias, mas acreditem que grande parte de nós não o consegue com sucesso para si e para os outros.
Da minha experiência pessoal, muitas vezes não o fazemos com sucesso, não por falta de experiência, mas porque temos uma enorme falta de humildade aditivada em muitas situações por alguma arrogância. Quem perceber que a base da liderança construtiva está assente em relações humanas igualmente construtivas, será um grande influenciador e inspirador para todos.
Umas das frases que Carnegie escreve e que descreve na íntegra o que refiro acima, é “se queres colher mel, não dês pontapés nas colmeias”.
Pela minha experiência própria, e acreditem, aprendi muitas vezes da pior forma, a nossa primeira reação nas relações humanas é criticar, quase sempre de forma negativa. Se recuarmos no tempo, começa logo na infância e nunca mais para (infelizmente). Somos criticados e criticamos a todo o momento e nem nos apercebemos muitas vezes.
Criticar, para além de castrar a nossa criatividade desde a nossa infância, impede desde logo ter um raciocínio crítico construtivo em relação a novas soluções ou caminhos para a resolução de problemas ou ter novas ideias e ajudarmos os outros, coloca-nos logo na defensiva, lutando incansavelmente para nos justificarmos. Arranjar justificação, não é encontrar soluções ou ajudar, é arranjar desculpas para si e para os outros. Inibe soluções criativas. Destrói a nossa autoestima e pior – desperta ressentimentos ferozes, resultando em relações humanas fracas, pobres de sentimentos, desmotivantes e sem qualquer valor, destruindo equipas e empresas.
Imagina o que isto faz aos seus amigos e familiares? E aos seus colaboradores? No contexto empresarial, a critica negativa e destrutiva faz nascer no seio das equipas, insegurança psicológica, medos constantes de ser criticado e julgado. Desmotivação e consequência saída da organização.
Um exemplo. Imagine um colaborador que pretende ser “team leader”. Você sabe que ele ainda não tem todas as competências e maturidade para o ser. Quando ele o abordar e disser “quero ser team leader”, não critique, não lhe diga que sabes isto ou aquilo. Não tens maturidade. Tente percebê-lo. Porque queres ser team leader? Como podemos trabalhar juntos para seres um team-leader? Que competências devemos melhorar para chegares lá e construirmos em conjunto esse plano?
Como escreve Carnegie, e muito bem, “As críticas são como pombos-correios. Voltam sempre para casa!” Nunca se esqueça disto!
O conselho final que deixo sobre as relações humanas e como elas influenciam a liderança das equipas e empresas e que Carnegie nos deixa – “Não critique, não condene, não se queixe. Ao invés de as criticar, julgar ou condenar, vamos tentar percebê-las!”