Angolana Arotec quer lançar um drone e precisa de financiamento

Dedicada à robótica, a start-up Arotec ambiciona construir drones “made in Angola”. Está a dar os primeiros passos nesse sentido, mas precisa de financiamento.
A Arotec é uma start-up angolana fundada em 2019 por um grupo de oito jovens empreendedores, com capital dos próprios e alguns apoios institucionais. Desde então desenvolve robôs, implementou um serviço de modelagem 3D, ensina robótica na Academia que entretanto criou e já atingiu o ponto de auto-suficiência e uma faturação de 20 milhões Kwanzas.
Localizada em Luanda, a start-up conta com uma equipa composta por designers e engenheiros de produtos que se especializaram em fornecer soluções completas de design de produtos de alta qualidade, abrangendo todos os aspetos do projeto (robótica, electrónica, fintech).
Depois de quatro anos de atividade querem completar a sua gama de produtos e diversificar o setor de atuação no domínio da robótica, com o fabrico de drones de produção angolana. Já avançaram com algumas etapas – já estão a modular a parte mecânica e as placas eletrónicas e os micro controladores estão em fase de desenvolvimento – e estimam um prazo de pelo menos dois anos para ter o dispositivo a voar.
Uma das cofundadoras da start-up, Irene Carindi, explicou que já imprimem drones, mas ainda não fabricam as placas. “Estamos a estudar e a fazer vários testes. Quando descobrirmos a fórmula certa vamos lançar os drones”, acrescentou.
Até agora, o protótipo do robô Arobot é um dos principais ativos da empresa, e a sua imagem de marca. Consiste numa espécie de motorizada em miniatura, com sensores ultra-sónicos e seguidores de linha que lhe permitem desviar-se de obstáculos a 20cm e também andar em linha. Ajudar pessoas com deficiências visuais a locomoverem-se foi a ideia subjacente a este produto, que, entretanto, é usado na Academia da Arotec para ensinar robótica.
Foi, aliás, o robô que fez com que a start-up angolana fosse nomeada para o prémio África 2023 para Inovação em Engenharia, fundado pela Royal Academy of Engineering do Reino Unido, uma iniciativa que distingue os principais empreendedores do continente e as suas tecnologias no domínio da reabilitação ambiental, educação, saúde e segurança humana.
O facto de não existirem indústrias no mercado nacional que fabriquem componentes para estes tipos de dispositivos é de acordo com a start-up, um handicap para o crescimento dos projetos.
Outro dos projetos em que a Arotec está envolvida é um o robô humanoide que, inclusive, venceu o Unitel Go Challenge 2022. Pode ser utilizado em eventos para serviços de receção a convidados, por exemplo. Paralelamente, a start-up angolana também está desenvolver um programa com a Unitel, o Code Drones, uma formação de literacia tecnológica que ensina às crianças o básico sobre criação e manipulação de drones.
De acordo com Irene Carindi, mais de 80% da matéria-prima para a fabricação de robôs e material da academia são importados dos Estados Unidos da América. A ausência de indústrias no mercado nacional que fabriquem componentes para estes tipos de artefactos é também um handicap para o crescimento mais rápido do projecto, que continua a consolida-se.
Resumo:
Responsável: Arotec
Área: Tecnologia
Produto: Drones
Mercado: Internacional
Necessidade: Financiamento
Contacto: Arotec