AICEP e FutureCast Lab analisam tendências de mercado

Para ajudar as empresas a conhecerem melhor as mudanças relacionadas com o teletrabalho nas indústrias culturais e criativas, assim como nos hábitos de consumo dos jovens adultos, a AICEP, em colaboração com o ISCTE, avaliaram as tendências nestes setores.

A AICEP, em colaboração com o FutureCast Lab do ISCTE, acaba de divulgar duas análises de mercado, uma para ajudar a perceber as alterações estratégicas e as mudanças na cultura empresarial e valores das empresas, em função da pandemia e do crescimento do teletrabalho. A outra relativa aos hábitos de compra e de consumo da “geração limbo”, ou seja, dos jovens adultos que veem os seus projetos adiados.

As duas análises – Teletrabalho e Soft Managing nas Indústrias Culturais e Criativas e A Geração Limbo e as Indústrias Culturais e Criativas – integram o projeto “Tendências em Gestão e Marketing Internacional”, que tem como finalidade identificar as tendências internacionais que podem tornar as empresas exportadoras mais competitivas.

No relatório dedicado ao teletrabalho é feito um enquadramento deste conceito e das mudanças provocadas pela pandemia, sendo também antecipadas algumas trajetórias possíveis de evolução. Constata-se que durante o período de pandemia muitas empresas não se limitaram a alargar o teletrabalho a uma parte mais significativa ou à totalidade dos colaboradores, adotando, ao invés disso, estratégias que lhes permitiram uma adaptação rápida e bem-sucedida às variações das necessidades e da procura.

O “Teletrabalho e Soft Managing nas Indústrias Culturais e Criativas” ilustra as implicações do teletrabalho e do soft managing no setor cultural e criativo com os exemplos da BenBella Books, da Musiversal e da Madrigall. No primeiro caso, o facto dos colaboradores poderem exercer as suas funções em regime de teletrabalho traduziu-se na possibilidade de contratar os melhores profissionais a nível global. Mais de 400 candidatos responderam ao concurso para um cargo de chefia no departamento editorial, dez vezes mais do que era habitual.
Por sua vez, o exemplo da Musiversal, uma plataforma de produção musical, destaca-se pelo facto de algumas gravações passaram a ser feitas a partir de casa. No grupo editorial francês Madrigall, o trabalho remoto foi prolongado por um período de três anos.

Já na análise “A Geração Limbo e as Indústrias Culturais e Criativas” são destacados os impactos da crise e da pandemia nas pessoas nascidas entre os anos 90 do século XX e a primeira década do século XXI e analisados os seus interesses e hábitos de consumo.

O relatório mostra que esta geração se depara quer com limitações financeiras quer com dificuldades laborais, e que os seus hábitos de consumo são influenciados pelas preocupações crescentes com a sustentabilidade e os comportamentos éticos. Trata-se de uma geração que frequenta as redes sociais diariamente, que opta pelo streaming ao invés da televisão em direto, que não compra música, e que tem nos podcasts uma importante fonte de informação. Na generalidade, estas são tendências que não devem ser ignoradas pelos empresários do setor cultural e criativo.

A análise da AICEP e do FutureCast Lab cita como exemplos nesta temática, o caso da Gyldendal, uma antiga editora norueguesa que passou a recorrer às redes sociais como plataforma para a publicação de livros, assim como da SonoSuite, que desenvolveu uma solução tecnológica para gerir a disponibilização de catálogos de música e o pagamento de direitos de autor. É igualmente referenciada a portuguesa With Leo, uma plataforma omnicanal que ensina português e que já soma mais 140 mil seguidores no YouTube.

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