Como adaptar o seu negócio online a outras regiões da Europa

Conheça a estratégia, bem como os conselhos, que um negócio de roupa online francês utilizou para se expandir para o Reino Unido.

Adaptar um negócio a outra região do globo, mesmo que próxima da sede da empresa, pode ser uma tarefa difícil. Na Europa, onde cada mercado7país tem a sua cultura, língua oficial e preferências, expandir o negócio pode ser um objetivo aterrorizador para grande parte dos empreendedores.

Para ajudá-lo a enfrentar este desafio, apresentamos-lhe o caso da CimAlp, uma empresa que nasceu em 1964 nos Alpes franceses e que expandiu o negócio de venda de roupa online para o Reino Unido.

A história chega-nos através de Liam O’Dowd, o britânico responsável pelas vendas online da empresa em solo inglês, que partilhou a sua experiência na publicação Entrepreneur.

Segundo o gestor de ecommerce da CimAlp existem quatro pontos a considerar quando um negócio quer expandir-se em território europeu:

Investir em traduções minuciosas

Se quiser estabelecer-se de uma forma ativa e de maneira a melhorar a experiência dos consumidores residentes na nova região-target, é importante que mantenha o respeito pela cultura e língua locais

O Google tradutor (ou qualquer outro tradutor online), muitas vezes usado para nos desembaraçarmos em situações comuns do dia-a-dia, está longe de ser a melhor ferramenta para traduzir diretamente para outra língua.

Um estudo da Common Sense Advisory, intitulado “Can’t Read, Won’t Buy” (Não consigo ler, não compro) comprova que 73% dos consumidores preferem comprar produtos de lojas que exponham o conteúdo na sua língua nativa.

Liam O’Dowd alude ainda a um relatório da Crazy Egg, que sugere que traduzir um texto de uma língua para a outra não é um processo simples, visto que a tradução palavra-a-palavra não funciona devido a nuances na língua que são perdidas na tradução.

Clarifique questões sobre os regulamentos

Apesar dos mercados europeus mais interessantes estarem incluídos na União Europeia – onde a livre circulação de pessoas e de bens é uma realidade e que facilita os negócios que assentam no ecommerce – os países podem ter leis diferentes no que toca aos sistemas pagamentos, vendas, promoções e proteção de dados.

Segundo o gestor de ecommerce da CimAlp, estes fatores trouxeram algumas barreiras à insígnia que representa quando esta se expandiu para o Reino Unido. Para resolver o problema, a empresa contratou alguns especialistas locais para tentar perceber qual seria a melhor maneira de abordar o novo mercado.

Neste ponto, o conselho de O’Dowd é simples: aposte no conhecimento local de forma a adiantar-se aos regulamentos que, eventualmente, lhe possam ser impostos mais tarde.

Não se esqueça da logística – tenha todos os pequenos detalhes em consideração

Quando estiver a expandir o seu negócio para outros países tenha em consideração que todos os aspetos contam, dos maiores aos mais pequenos.

Estes pequenos aspetos englobam a gestão de redes sociais na língua nativa do país onde está a instalar o negócio, as palavras-chave que vai utilizar para trabalhar o SEO da nova loja internacional e a linha de atendimento ao cliente.

Para se expandir eficazmente, e fazer a transição de forma tranquila e sem incidentes, não se esqueça do bem-estar dos seus novos potenciais clientes. Neste sentido, é importante criar uma morada para que estes possam devolver os produtos sem qualquer custo acrescido e ter, pelo menos, uma pessoa da língua nativa a responder às dúvidas e eventuais reclamações.

Identifique o mercado para a sua marca e os valores que representa no novo mercado

“Se as pessoas acreditarem e partilharem valores com uma empresa vão manter-se fiéis à marca.” A frase do antigo CEO da Starbucks, Howard Schultz, mostra que há a probabilidade da sua marca ter de se adaptar aos valores do novo mercado que pretende conquistar.

Perceber como é que a sua marca se pode encaixar no mercado e tentar mostrar que valores esta representa, pode ser a melhor forma de criar mais interações com os clientes, especialmente num mercado tão competitivo quanto o do ecommerce.

A introdução do Walmart em território alemão, em 1988, é um “bom” mau exemplo de uma expansão que não teve em consideração os valores do novo mercado Enquanto que a cultura alemã preza a eficiência, esta cadeia de supermercados norte-americana dispunha de grandes espaços e de uma grande variedade de produtos, o que tornava a experiência de compra alemã num pesadelo. A Walmart não se adaptou, não procurou perceber quais eram os valores que motivavam os clientes alemães, e acabou por sair da Alemanha em 2006.

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