Açorianos estudam criação de fábrica de pescado na ilha do Pico

Dois empreendedores dos Açores conseguiram a aprovação de um projeto para a execução de uma fábrica de pescado de última geração na ilha do Pico. Procuram um sócio estratégico para um investimento de 1 milhão de euros.
Os açorianos Orlando Lima e Miguel Ângelo estão a preparar o plano de negócios para a instalação de uma fábrica de pescado na ilha do Pico, Açores. Os dois sócios conseguiram, recentemente, a aprovação do projeto para um valor orçado em 8,7 milhões de euros, com financiamento comunitário aprovado no valor de 5,7 milhões (para um investimento autorizado de 8,5 milhões de euros).
A fábrica destina-se à preparação e congelação de peixe usando manipulação “CAS” com conservação a -60ºC. Ali, será processado peixe de várias espécies, com especial destaque para o atum. Como o mercado alvo deste projeto é o Japão, Orlando Lima, um dos sócios, esclareceu que todo o processo, desde o abate até à conservação, “será segundo as técnicas e boas práticas japonesas”.
Os primeiros passos
“No seguimento de uma reflexão em 2011 sobre os setores de oportunidade de negócio de elevado valor acrescentado na Região Autónoma dos Açores, o mar apresentou-se como o de maior relevância, destacando-se largamente das demais áreas de oportunidade observadas”, explicou Orlando Lima.
Situada no centro do Arquipélago do Açores, e apresentando uma maior proximidade com os bancos de pesca mais relevantes, num conceito de rápida chegada das capturas à unidade de transformação, a ilha do Pico foi a base escolhida para a instalação desta fábrica.
Orlando Lima explicou ainda que, e uma vez que o alvo comercial prioritário é o mercado nipónico, esta unidade de preparação e congelação “está projetada para utilizar técnicas ancestrais de preparação, associada a manipulação de congelação em criogenia que permite entregar ao cliente final o melhor pescado do mundo nas mesmas condições em que foi recebido na instalação, sem qualquer descoloração, formação de gota ou alteração de sabor, o que contribui para a sua majoração em 30 a 40 % em relação à cotação em fresco”.
A aposta desta dupla de empreendedores é posicionar esta unidade “num setor de excelência ainda não devidamente explorado em Portugal, oferecendo um vasto leque de espécies marinhas, com particular atenção para o atum, capturadas de modo seletivo, com abate e conservação segundo as técnicas japonesas o que permite gerar uma oferta “premium” para os mercados de luxo do mundo”, assegura aquele responsável.
Esclareceu, também, que “todo o pescado processado terá uma ficha técnica individualizada por lote ou unidade, consoante a sua dimensão onde serão registados todos os dados relevantes, incluindo resultados analíticos que permitem a sua avaliação quantitativa sem erros de subjetividade”.
De acordo com os responsáveis do projeto, “ao primar pela excelência do produto, esta unidade contribuirá de modo exponencial para – com um aumento do cuidado e atenção dado a bordo pelos pescadores – criar riqueza com redução substancial no número de capturas, numa estratégia global de sustentabilidade dos oceanos e valorização social”.
Investidor é bem-vindo!
“Atendendo ao valor do investimento, fatores como a inovação, utilização de energias renováveis, criação de 18 postos de trabalho e o retorno previsto, o valor financiado a reembolsar, sem juros, é de somente 530 mil euros, atingindo o valor máximo de apoio, 65%”, explicou Orlando Lima.
Com todo o processo estruturado, desde a captura à logística de transporte para os mercados alvo, os mentores desta fábrica na ilha do Pico, pronta a construir, procuram um sócio estratégico/investidor para um investimento de 1 milhão de euros com vista ao estabelecimento de uma sociedade para a sua exploração.
“Resolvidos os desafios de desenvolvimento, conformidade com os requisitos dos mercados alvo e logística de transporte, o desafio que este projeto apresenta prende-se com a alteração de paradigmas ligados a uma pesca que, embora não sendo predatória, é ainda pouco seletiva, sendo ultrapassado com a oferta de formação aos armadores e pescadores, acompanhada pelo estímulo financeiro associado à valorização do pescado”, reforçou o cofundador do projeto.
Resumo
Responsável: Orlando Lima e Miguel Ângelo
Área: Transformação e congelação de pescado
Mercado: Nacional e internacional
Necessidade: Investidor
Contactos: viva.ol@mail.telepac.pt