A sua empresa foi alvo de fake news na internet? Saiba o que fazer.

Cada vez mais frequentes, as fake news, seja acerca de pessoas, empresas ou produtos, são um flagelo de que ninguém está livre. Saiba o que fazer se for alvo deste fenómeno.
Quem não se lembra de empresas ou marcas envolvidas em “boatos”, que se disseminaram pelo mundo fora e que causaram graves prejuízos financeiros para o negócio em causa, em mãos com um grave problema de imagem para resolver.
O fenómeno não é recente, mas a digitalização veio acelerar o fenómeno já que agora, em meia dúzia de horas, uma fake new espalha-se pelo mundo todo. O que fazer quando uma empresa é alvo deste tipo de ataque virtual. Os especialistas deixam duas sugestões para que uma empresa consiga ultrapassar da melhor maneira um eventual mau momento e não tenha atitudes irrefletidas ou inadequadas que possam agravar ainda mais o caso.
Não reaja intempestivamente
Na maioria das vezes, quem é atingido por uma notícia falsa tende a reagir intempestivamente, no calor do momento, sobretudo as empresas mais pequenas e que não têm uma política de resposta bem estruturada, à semelhança de uma multinacional, por exemplo.
Essa não é a melhor estratégia, porque além de reagir no mesmo registo com que foi atacada, a empresa corre o risco de entrar num “bate-boca” que não leva a nada, com a agravante de ter todos os internautas a assistir.
Por isso, a primeira sugestão dos especialistas é não revidar. Tudo o que escreve na internet fica em algum lugar e com o passar do tempo as agressões verbais escritas podem ser encontradas e, quando usadas fora do contexto, assumir proporções de ameaça ou ofensa mesmo que na altura em que mensagem original foi escrita não fosse esse o tom. Ou seja, o que na altura certa poderia ser uma reação justa, tempos mais tarde, noutro contexto e usada indevidamente, pode “viralizar” e servir de arma contra a própria empresa.
Por isso, contenção é a palavra de ordem nestes casos. Opte por documentar todas as evidências e factos de que está a ser acusado. Quando possível contate, de forma profissional, os envolvidos de forma a averiguar a causa/origem da fake new que está a circular, e verificar se tem algum fundamento. A recolha de evidências deve ser meticulosa: data e hora do ataque, o teor, a autoria e o meio utilizado (site ou plataforma). Faça um print do ecrã nos casos mais graves para constituir prova.
Certifique-se que o caso pode ser resolvido pela via das relações públicas. Um consumidor insatisfeito pode ter alguma razão, ainda que o meio por ele utilizado para reclamar seja inadequado ou até desproporcional. Por isso, o melhor é resolver sempre o diferendo fora da internet. Posteriormente, e se a situação o recomendar, utilize plataforma a inicial, onde surgiu a notícia em causa, para informar que o assunto foi resolvido.
Quando as RP não resolvem
Quando a situação não pode ser ultrapassada com o recurso a relações públicas, porque tem implicações de natureza criminal, recorrer aos serviços de um advogado especializado nas esferas cível e penal é a melhor opção. Nestas situações é importante avaliar o potencial dano do conteúdo colocado online e o alcance da plataforma usada, porque a resposta pode dar ao ataque uma dimensão que jamais teria, agravando ainda mais a crise.
Muitas vezes os ataques são recorrentes e acontecem em vários canais, com o recurso até de perfis falsos. Nesses casos, há a intenção inequívoca de causar dano e, possivelmente, até de conseguir uma vantagem pessoal com o resultado dos ataques. Essas situações requerem uma análise estratégica e ações em vários níveis, como por exemplo o recurso a medidas judiciais cautelares e a atuação junto das plataformas para que o conteúdo falso seja retirado e prevenir possíveis futuros ataques.
Hoje em dia, e sempre que houver evidências sólidas de ilícito, já existem meios e recursos legais para identificar os utilizadores da internet que fazem esse tipo de ataques. Ou seja, mesmo quem se esconde atrás de perfis anónimos pode ser identificado na sequência de uma ordem judicial.