A moda deve cumprir as metas climáticas para evitar a crise ambiental, diz economista

A produção excessiva e o desperdício estão a afetar a indústria da moda, que, se não tomar medidas rapidamente, criará uma crise ambiental sem precedentes, alerta economista britânica.

Num evento recente, o Business of Fashion Voices, em Oxfordshire, e perante uma assistência de profissionais ligados à moda, a economista britânica Dame Vivian Hunt alertou para os problemas que a superprodução na indústria da moda pode causar no ambiente se não for travada. A economista, também diretora na McKinsey Company, lembrou que a indústria da moda enfrentará uma crise de desperdício e superprodução se continuar na sua trajetória atual. Frisou que “a moda tem um longo caminho a percorrer para demonstrar o seu compromisso em alcançar emissões zero”.

Dame Vivian Hunt, que já foi nomeada a mulher negra mais influente da Grã Bretanha e uma das 30 pessoas mais influentes de Londres, salientou que investigações recentes mostraram que na indústria têxtil 12% das fibras são descartadas no chão da fábrica. Sem esquecer os problemas graves associados ao excesso de produção, o que faz com que 45% das peças de vestuário sejam vendidas abaixo do preço de mercado.

Na conferência Business of Fashion Voices, um evento de dois dias onde marcaram presença líderes do setor entre os quais Corey Gamble, Stella McCartney, Alber Elbaz, Kris Jenner, Tommy Hilfiger, Dee Ocleppo Hilfiger e Vivienne Westwood – a economista salientou que a sustentabilidade pode ter styling e substância, acrescentando que “a perfeição é um objetivo ilusório, mas que o progresso é alcançável”.

Com a emergência climática a servir como ponto de partida para este evento, foram igualmente abordadas questões que envolvem a igualdade na moda, a crise da saúde mental e a necessidade de uma melhor compreensão da apropriação cultural.

Imran Amed, fundador do Business of Fashion Voices, congratulou-se por ter reunido os “grandes pensadores” da moda para criar mudança e frisou que “nenhuma indústria está no vácuo e que a moda está conectada mais do que nunca às forças que mudam o mundo”.