A Ler: A fábrica de cretinos digitais

Quais os danos que a tecnologia está a provocar nas novas gerações? Quais os perigos dos ecrãs para os nossos filhos? O livro de Michel Desmurget aborda estas problemáticas do século XXI e procura encontrar algumas respostas.
Do que fala
Nesta obra, que venceu o prémio para melhor ensaio em França, o neurocientista francês Michel Desmurget traça um cenário realista sobre os efeitos que o “consumo” de tecnologia em excesso está a ter nos cérebros dos nossos filhos.
Numa entrevista à BBC, que se tornou viral, o autor de “A fábrica de cretinos digitais” afirmou que os nativos digitais são os primeiros filhos a terem um QI inferior ao dos pais. Ou seja, depois de milhares de anos de evolução, Michel Desmurget refere que o ser humano estar agora a regredir em termos cognitivos e de capacidades intelectuais, por culpa da exposição excessiva a ecrãs.
O autor alerta para o facto das novas gerações passarem demasiado tempo a interagir com smartphones, tablets, computadores e televisão. Aos 2 anos, as crianças dos países ocidentais dedicam todos os dias quase três horas a ecrãs. Entre os 8 e os 12 anos, esse tempo aumenta para cerca de quatro horas e quarenta e cinco minutos. Entre os 13 e os 18, a exposição é em média de seis horas e quarenta e cinco minutos diários, explica.
E, contrariamente ao que se poderia pensar, a profusão de ecrãs a que as crianças e os jovens estão atualmente expostos está longe de lhes melhorar as aptidões. Pelo contrário, acarreta consequências pesadas ao nível da saúde (obesidade, desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diminuição da esperança de vida), em termos de comportamento (agressividade, depressão, ansiedade) e no campo das capacidades intelectuais (linguagem, concentração e memorização). Todas estas envolventes serviram de base para o novo livro do neurocientista.
Quem escreveu
Michel Desmurget, 56 anos, é doutorado em Neurociências. Trabalhou durante alguns anos em algumas universidades norte-americanas, incluindo o MIT, mas estabeleceu-se no Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, da Universidade de Lyon. Desde 2011, é também diretor de investigação no INSERM, o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica. A atividade científica que desenvolve incide sobretudo nos efeitos que a televisão e a exposição aos ecrãs de todo o tipo produzem na nossa saúde e no nosso desenvolvimento cognitivo, em especial na infância e adolescência.
Temas Chave
Tecnologia, sociedade.
Ficha Técnica
Título: A fábrica de cretinos digitais
ISBN: 9789896663117
Edição: outubro 2021
Editora: Contraponto Editores
Idioma: Português
Encadernação: Capa mole
Páginas: 368