Opinião
Portugal é um destino perfeito para os nómadas digitais?
Estão a chegar grandes alterações à forma como trabalhamos no mundo. A pandemia de Covid-19 acelerou uma mudança de paradigma, cujos indícios já eram visíveis.
Todas as tendências indicam que, mesmo depois de ultrapassada a doença, o trabalho remoto veio para ficar. Muitos escritórios vão fechar e as grandes corporações, que juntavam centenas de trabalhadores no mesmo espaço, serão lembradas como algo do passado. É uma mudança radical, aquela que nos espera nas próximas décadas.
O desafio para as empresas é enorme. Os trabalhadores terão necessidade de tornar as suas casas mais tecnológicas e adaptadas ao teletrabalho, pelo que as empresas precisarão de encontrar formas de resolver esta dificuldade. A confiança das chefias nos trabalhadores será também essencial, uma vez que, em casa, a autonomia dos trabalhadores terá de ser mais abrangente, adaptando os seus horários às necessidades das empresas, mas também da família. A produtividade já não vai ser medida pela presença física no local de trabalho, mas por plataformas que avaliam métricas e resultados remotos.
Esta revolução constitui uma oportunidade valiosíssima para o nosso país atrair os chamados nómadas digitais – leia-se, aqueles trabalhadores que podem realizar as suas tarefas em qualquer ponto do mundo, desde que haja internet de alta velocidade.
A pensar nisso, a Turismo Centro de Portugal realizou o 1.º Webinar “Work From Centro de Portugal” (“Trabalhar a Partir do Centro de Portugal”, em português). A iniciativa constituiu um sucesso, com centenas de inscrições. O vídeo da sessão pode ser visto em .
A sessão reuniu vários convidados, entre nómadas digitais, empreendedores e empresas, para conversarem sobre o presente e o futuro do trabalho a partir de casa, ao mesmo tempo que apresentou as vantagens que a região Centro de Portugal oferece a quem escolhe este território para o fazer.
Esta é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Portugal reúne uma série de atributos capazes de atrair trabalhadores do norte da Europa, como o clima aprazível, as horas de sol, o custo de vida mais baixo ou a gastronomia distintiva. Atrair estes nómadas digitais, que têm poder de compra acima da média, representará um impulso económico importante.
Outros países do sul da Europa, como Malta ou a Croácia, estão já a delinear estratégias de atração destes trabalhadores, através de incentivos fiscais ou outros. Serão os nossos decisores capazes de fazer o mesmo? Terá Portugal capacidade para se tornar num destino perfeito para os nómadas digitais?








