Entrevista/ “Queremos faturar 1,9 milhões de euros no próximo ano”

Rafael Martinho, fundador e CEO da Drivu

O conhecimento de um conceito semelhante na Europa e a falta de concorrência no mercado nacional levaram Rafael Martinho a apostar, com capitais próprios, na Drivu, uma empresa que tem motoristas à disposição dos clientes, com a particularidade de prestar o serviço nas viaturas de quem a procura.

A ideia surgiu no estrangeiro, onde negócios desta natureza não faltam. Mas a falta de concorrência no mercado nacional e até a necessidade pessoal levou Rafael Martinho a criar a empresa em 2012.

A Drivu conduz o seu carro sempre que não possa – seja ao final da noite, porque está cansado ou depois de um copo a mais, ou simplesmente para aquelas obrigações chatas que condicionam todo o seu dia, como uma inspeção ou reparação na oficina. A empresa opera atualmente em Lisboa e no Porto, mas prevê estender os seus serviços também ao mercado espanhol no primeiro semestre de 2017 e continuar a inovar.

Ao Link To Leaders, Rafael Martinho, fundador e CEO da Drivu, faz um balanço positivo e traça a rota para o futuro da empresa, que já participou em duas rondas de investimento e que conquistou o empresário Tim Vieira na primeira temporada do Shark Tank Portugal.

Como surgiu a Drivu?
A Drivu surgiu através do conhecimento de um conceito semelhante de “motorista às ordens” ou “designated driver”, na Europa. Após alguma análise e estudo, foi uma questão de adaptar à nossa realidade cultural.

Qual o balanço que faz do antes e após participação no Shark Tank?
A participação no Shark Tank foi positiva. Na minha opinião, não tanto pelo programa em si, mas mais pelo investidor/sócio Tim Vieira que trouxemos para a “família” Drivu. Acredito que, tirando esse facto e mesmo sem a participação no Shark Tank, o nosso caminho estava traçado.

Onde operam neste momento?
Neste momento, operamos em Lisboa, Porto e estamos a preparar as bases para começar em Madrid já no primeiro semestre de 2017. Existem igualmente outras possibilidades em equação, mas numa fase mais embrionária.

Quanto esperam faturar neste ano?
Neste ano, vamos faturar aproximadamente 700 mil euros. Todos os anos crescemos 3 dígitos e já todos assumimos internamente o compromisso de 1,9 milhões de euros para 2017 em Portugal. Em número de colaboradores, vamos ultrapassar os 100 já em janeiro.

Qual o serviço mais requisitado?
O serviço mais dinâmico de todos é o de movimentação de viaturas, numa vertente B2B, onde movimentamos mais de 150 viaturas de parceiros e clientes por dia, logo a seguir ao serviço de inspeção e ao de eventos.

De que forma o mercado internacional faz parte dos vossos planos?
Como já referi, o próximo passo é o mercado espanhol, mais concretamente o de Madrid, mas em Espanha temos 29 cidades com mais de 200 mil habitantes, onde os nossos serviços podem fazer muito sentido. Existe igualmente o interesse em explorar os mercados noutro continente.

Fundos próprios ou outros investimentos?
O início da empresa foi com capitais próprios e, desde então, estivemos em duas rondas de investimento.

Como vê a Drivu daqui a 5 anos?
O nosso primeiro compromisso é para com os clientes, onde queremos que todos, os atuais e futuros, identifiquem rapidamente os nossos padrões de profissionalismo, valores e cultura. Só conseguimos isso através de colaboradores felizes, altamente motivados e orgulhosos de fazer parte da família Drivu.

Depois dos clientes e colaboradores, temos a missão de tornar a Drivu cada vez mais eficiente e rentável para os investidores. Desta forma, vejo a Drivu assente numa cultura de crescimento e profissionalismo, dinâmica e onde todos sintam que contribuem para esse crescimento de uma forma inclusiva e integrada, independentemente da cidade ou país.

Um conselho para quem está neste momento a criar uma start-up.
O meu mais sincero conselho é o de que devem sempre arriscar! Tenho assistido a bastantes projetos de start-ups com potencial, que nunca chegam a sair do papel. Somos um povo com um espírito muito inovador e acredito mesmo que, hoje em dia, começamos a estar tão bem ou melhor preparados como os outros, para criar e gerir novos negócios. No entanto, sofremos simplesmente de alguns complexos de medo ou falta de dimensão.

Estamos a dar cartas pelo mundo inteiro, nas mais variadas áreas, da ciência e tecnologia, à arte e ao desporto… Temos de acreditar mais em nós e arriscar. Por outro lado, neste momento ser empreendedor está na moda e, caso não estejam disponíveis para se dedicarem a 300% desde o dia 0 e acham que não aguentam 600 “Nãos” pelo caminho… escolham outra coisa.

Respostas rápidas:
O maior risco:
Pensar pequeno.
O maior erro: Medo de falhar.
A melhor ideia: Investir na equipa que trabalha contigo.
A maior lição que a Drivu pode ensinar: Com dedicação não existem impossíveis.
A maior conquista da Drivu: É sempre a próxima.

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