Opinião
O empreendedorismo como missão

A Beta-i foi criada em 2010, no pico da crise, com o objetivo de contribuir para a criação da nova geração de empreendedores, focada numa cultura de ação e visão global, e assente em colaboração e metodologias de lean innovation que, essencialmente, procuram desenvolver projetos que resolvam problemas concretos e reais, de uma forma diferenciadora e com capacidade de crescimento rápido e sustentável.
Tivemos a nossa origem na organização de grandes eventos internacionais, como o TEDxEgdes, Silicon Valley comes to Lisbon e Explorers Festival, e eventos de empreendedorismo, como os Beta-Talks. Fomos pioneiros nos programas de pré-aceleração e aceleração de startups, representando iniciativas internacionais como o Startup Weekend, Founders Institute Lisbon, SeedCamp Lisbon e Startup Next, bem como com a criação dos nossos próprios programas Lisbon Challenge e Beta-Start.
Em 2014, a Beta-i foi considerada a maior promotora de startups e empreendedorismo em Portugal pela European Enterprise Promotion Awards, um prémio da Comissão Europeia. Recentemente, fomos também considerados parceiros do ano pela Portugal Ventures, e a prestigiada ‘Wired’ acaba de considerar a Beta-i como um dos melhores aceleradores da Europa, e incontornável em Lisboa.
Este reconhecimento internacional só nos motiva, no sentido de continuar a trabalhar para entregar os melhores programas de aceleração e permitir que os projetos com maior potencial tecnológico, nas mais diversas áreas, sejam apoiados e cresçam a nível global.
A verdade é que Portugal tem feito um caminho muito positivo neste campo.
Lisboa em particular é hoje uma das mais importantes capitais empreendedoras da Europa.
Por aqui cresceram, nos últimos anos, startups como a Uniplaces, Talkdesk, a Unbabel ou a Codacy. Multiplicaram-se as incubadoras, aceleradores e espaços de co-work, e Lisboa está decididamente nas bocas do mundo pelo seu espírito empreendedor.
De facto, a digitalização da economia tem permitido às startups revolucionar várias indústrias, nomeadamente fintech, educação, ecommerce, medtech entre muitas outras e, por outro lado, permite aceder a um mercado global de qualquer lado do mundo. Neste contexto, Portugal está bem colocado para ser um país de escolha para o arranque de novas startups globais, pois somos cada vez mais capazes de reter e atrair os recursos necessários para criar uma startup global.
As startups são também responsáveis pela criação líquida de emprego e de empresas em Portugal. Nos últimos anos, foram investidos centenas de milhões em projetos que criaram muitos empregos qualificados. Talvez por isso, os media internacionais começam a comparar a nossa capital a São Francisco ou Berlim, e acredito que está na altura de mostrar que não se trata de uma coincidência, que o ecossistema de startups de Lisboa é realmente fértil e dinâmico, e começa a dar notas de que está a amadurecer.
Por isso, na Beta-i continuamos a trabalhar para entregar os melhores programas de aceleração, como o Beta-start e o Lisbon Challenge. Recentemente, reforçamos a aposta nos programas de aceleração verticais, como é o caso do Deloitte Digital Disruptors, do Protechting (em parceria com a Fidelidade), do Cork Challenge Barcelona (com a Amorim), ou do SIBS PayForward, o que permite atrair startups de base tecnológica para indústrias específicas e em franco crescimento, e, ao mesmo tempo, ter uma ligação forte a grandes empresas, numa lógica de inovação aberta.
Sabemos que temos uma responsabilidade acrescida e, por isso, desenhamos uma estratégia, de que um bom exemplo são as ‘MasterClasses’ que temos vindo a organizar, onde procuramos que renomados especialistas internacionais venham partilhar a sua experiência e know-how connosco.
As startups não são uma moda, mas sim um novo paradigma de inovação e colaboração empresarial e acreditamos que a Beta-i pode continuar a ter um contributo muito relevante para otimizar o valor deste ecossistema.