As relações públicas estão de volta – e desta vez impulsionadas pela IA

Vamos esclarecer uma coisa: as Relações Públicas (RP) nunca estiveram mortas. Mas estão a viver um verdadeiro momento de renascimento — e desta vez, impulsionadas pela inteligência artificial, pela relevância nas pesquisas e por uma descoberta exponencial.

No mundo da tecnologia, onde o produto é rei e o talento em engenharia é ouro, as RP são frequentemente vistas como algo “extra”, um investimento que se faz apenas depois de uma ronda de financiamento Série A. Ou pior, como uma jogada de vaidade: títulos chamativos sem impacto real.

Mas a verdade é que as RP sempre foram um diferenciador poderoso — especialmente nas fases iniciais. Constroem autoridade. Constroem credibilidade. E agora, têm um papel ainda mais central na forma como as start-ups são descobertas, classificadas e validadas em ferramentas de pesquisa potenciadas por IA, como o ChatGPT ou o Gemini.

As RP não são apenas imprensa, são presença

Está na altura de ultrapassar a ideia de que as RP servem apenas para sair nas notícias. Boas Relações Públicas hoje consistem em construir uma pegada digital que dê à sua empresa autoridade, visibilidade e capacidade de ser descoberta a longo prazo.

Com o crescimento das ferramentas de IA generativa, a informação que alimenta e treina os modelos de linguagem LLM (Large Language Models) é cada vez mais extraída de conteúdos fidedignos e indexados. Pense em presença nos meios online, entrevistas estruturadas com fundadores, citações de especialistas em publicações de renome.

Quando o Gemini ou o ChatGPT recebem pedidos como “As melhores start-ups europeias de IA” ou “Principais soluções de mobilidade sustentável em França”, quer que a sua empresa apareça — não porque manipulou o SEO, mas porque conquistou o seu lugar.

E como se conquista esse lugar? Com uma estratégia de RP estratégica, inteligente, consistente e bem orientada. Não é preciso chegar à capa do Financial Times, mas criar um rasto nos media, mesmo que pequeno, no início, pode ser e continuará a ser um fator transformador

A IA é a nova pesquisa — e as RP são o seu motor de classificação

Quando falamos com fundadores e até com investidores, ouvimos muitas vezes o mesmo argumento: “As RP não são prioridade agora. Temos de focar-nos no produto e no runway”. E embora essas prioridades sejam válidas, está a desperdiçar uma enorme oportunidade de visibilidade ao não construir, em paralelo, uma imagem e autoridade pública.

As ferramentas de IA estão rapidamente a tornar-se na nova camada de descoberta. As pessoas já não se limitam a fazer pesquisas no Google. Usam o ChatGPT ou o Perplexity para selecionar fornecedores, ferramentas e parceiros. Pedem comparações de produtos, análises de ecossistema, mapas de start-ups.

O conteúdo que surge nestas respostas não vem de anúncios. Vem de fontes indexadas e de elevada autoridade — ou seja, do trabalho bem feito de Relações Públicas.

O impulso gera mais impulso

As start-ups mais inteligentes percebem o efeito cumulativo: as RP geram impulso, o impulso gera credibilidade, e a credibilidade acelera tudo o resto — desde a captação de talento ao investimento, passando pelo business development e, claro, pela visibilidade nos ambientes orientados por IA.

Vimos isso acontecer com a Sorare. Desde o primeiro dia, lançámo-la em vários mercados, divulgando o anúncio da ronda Seed em regiões europeias estratégicas, onde as comunidades já estavam a crescer. Essa presença inicial nos media ajudou a posicioná-la como uma marca global — antes mesmo de escalar. Mais tarde, quando o SoftBank entrou e nomes como Mbappé e Serena Williams se juntaram, as bases já estavam lançadas para amplificar a história em grande escala.

Fundadores, tomem nota

Se ainda estão construir em modo discreto, tudo bem. Mas se já estão no mercado e o vosso produto está ativo — mesmo antes da Série A —, não subestimem o poder da visibilidade. Não esperem pelo “momento certo” para investir em RP. Esse momento é agora. O custo da invisibilidade está a aumentar.

Os vossos concorrentes estão a ser indexados. As suas narrativas estão a treinar os modelos de IA que os vossos futuros clientes usam. Se não estão nesse conjunto de dados, simplesmente não fazem parte da conversa.

Reflexão final

Em 2025, as Relações Públicas não são apenas sobre gerar buzz — trata-se de criar presença. Uma estratégia de RP coloca a vossa start-up nas publicações certas, nas conversas, nos gráficos de conhecimento. Torna a vossa voz parte dos dados que as ferramentas de IA exibem e amplificam. Constrói confiança em escala.

Se têm hesitado em investir, compreendo. Os orçamentos são apertados. Mas nesta nova era de descoberta impulsionada por IA, as RP podem fazer a diferença como poucas outras ferramentas — especialmente para start-ups que querem jogar na liga dos grandes.

Versão em inglês

Let’s get one thing straight: PR was never dead. But it’s having a serious comeback moment right now—and this time, it’s fueled by AI, search relevance, and exponential discoverability.

In the tech world, where product is king and engineering talent is gold, PR often gets treated like the shiny extra you invest in once you’ve raised your Series A. Or worse, it’s seen as a vanity play: headlines with no real impact.

But here’s the thing: PR has always been a powerful differentiator—especially at an early stage. It builds authoritativeness. It builds credibility. And now, it’s playing an even more central role in shaping how startups are found, ranked, and validated in AI-powered search tools like ChatGPT and Gemini.

PR isn’t just press, it’s presence

Let’s move beyond the idea that PR is just about getting press. Good PR today is about building your footprint across the web in a way that gives your company authority, visibility, and lasting discoverability.

With the rise of generative AI tools, the information that trains and feeds LLMs (Large Language Models) is increasingly pulled from trusted, indexed content. Think online media footprint, well-structured founder interviews, expert quotes in reputable outlets.

When Gemini or ChatGPT is prompted with “Best European AI startups” or “top sustainable mobility solutions in France,” you want your company to show up—not because you’ve gamed SEO, but because you’ve earned your place in the conversation.

And how do you earn that place? Strategic, smart, and consistent PR. You don’t need to make it to the front page of the Financial Times, but building a trace in the media, even if you start small, can and will continue to be game-changing.

AI Is the New Search—and PR Is Your Ranking Engine

When we speak with founders and even VCs, we still hear the same objection: “Not sure PR is a priority right now. We need to focus on product and runway.” And while those priorities are absolutely valid, you’re leaving serious visibility on the table by not building public-facing authority alongside them.

AI tools are quickly becoming the new discovery layer. People aren’t just Googling anymore. They’re prompting ChatGPT or Perplexity to shortlist vendors, tools, and partners. They’re asking for product comparisons, ecosystem insights, startup maps. The content that surfaces is not from ads. It’s from indexed, high-authority, earned media—aka, the output of good PR.

Momentum Begets Momentum

There’s a compounding effect that smart startups understand: PR builds momentum, and momentum builds credibility, which in turn accelerates everything else—talent acquisition, fundraising, BD, and yes, discoverability in AI-driven environments.

We saw this firsthand with Sorare. From Day 1, we launched them multimarket, pushing their Seed announcement across key European regions where grassroots communities were already growing. That early media footprint helped position them as a global player—before they even scaled. Later, when SoftBank came on board and names like Mbappé and Serena Williams joined, the foundations were already there to amplify the story tenfold.

Founders, Take Note

If you’re building in stealth, that’s fine. But if you’re already in-market, and your product is live—even if you’re pre-Series A—don’t underestimate the power of visibility. Don’t wait until the “right moment” to start investing in PR. That moment is now. The cost of invisibility is rising.

Your competitors are getting indexed. Their narratives are training the AI models your future customers are using. If you’re not in that data set, you’re not in the conversation. Period.

Final Thought

In 2025, PR isn’t just about buzz—it’s about presence. Strategic PR puts your startup in the right publications, conversations, and knowledge graphs. It makes your voice part of the dataset that AI tools surface and amplify. It builds trust at scale.

If you’ve been hesitant to invest, I get it. Budgets are tight. But in this new era of AI discoverability, PR can move the needle in ways few other levers can—especially for startups looking to punch above their weight.