APDC lança prémio para distinguir mulheres nas áreas STEM

O Prémio Women Shaping Tech baseia-se no mapeamento das iniciativas STEM já existentes e na análise do seu impacto real, avança a APDC.

No âmbito da comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, que se assinalou esta semana, a APDC anunciou o Prémio Women Shaping Tech. Trata-se de uma iniciativa que visa acelerar o impacto das melhores ações de atração e retenção de talento feminino nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

“Este prémio assenta no mapeamento e análise das iniciativas STEM já existentes, identificando os projetos com maior potencial de transformação. O objetivo é conectar esforços dispersos, evitando a duplicação de recursos e garantindo que as iniciativas mais eficazes não fiquem limitadas por falta de investimento ou visibilidade“, explica a APDC em comunicado.

Financiado por empresas comprometidas com a diversidade e inclusão no setor tecnológico, o prémio pretende apoiar projetos já implementados e comprovadamente eficazes, permitindo-lhes escalar, chegando a mais jovens e reforçando a representatividade feminina no setor.

“Com este prémio, não estamos apenas a reconhecer boas práticas. Estamos a construir um ecossistema mais robusto, interligado e sustentável, onde cada iniciativa fortalece a outra, criando um efeito multiplicador que beneficia não só toda a indústria, mas a sociedade”, explica Sandra Fazenda de Almeida, diretora executiva da APDC.

“A narrativa de que a tecnologia se está a tornar um setor mais equilibrado entre géneros não se reflete na realidade. Em Portugal, apenas 20% dos especialistas em TIC são mulheres e os cursos STEM ainda atraem uma minoria feminina que, muitas vezes, não encontra espaço para crescer e permanecer. Dizer que ‘falta interesse’ já não convence ninguém: o problema é estrutural. Falta intencionalidade na mudança e um compromisso real em reter talento feminino”, reforça Sandra Fazenda de Almeida, sublinhando que os esforços “não podem continuar dispersos”.

Para a diretora executiva da APDC, “o desafio não é a falta de iniciativas, mas sim a ausência de coordenação. Existem programas de mentoria, bolsas de estudo, eventos e políticas mais inclusivas a serem implementadas, mas muitas destas ações operam isoladamente. Sem um cruzamento de experiências e sem sinergias estratégicas, acabam por ter impacto limitado e dificuldades em escalar”.

Comentários

Artigos Relacionados