Oportunidades de investimento aumentaram no 1.º semestre, revela barómetro

68% dos investidores portugueses em early stage teve acesso a mais oportunidades de investimento nos primeiros seis meses deste ano, revelou a Investors Portugal.

De acordo com a 2.ª edição do “Barómetro do Investimento Early Stage”, da Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage (Investors Portugal), revelada ontem, mais de um terço (68%) dos investidores portugueses em early stage afirmou que teve acesso a mais oportunidades de investimento de janeiro a junho deste ano, comparativamente aos últimos seis meses de 2023.

O sentimento dos investidores relativamente à atividade de investimento early stage no  primeiro semestre deste ano é positivo para a maioria (74%) dos investidores nacionais, tendo crescido 27% face ao semestre anterior. As políticas públicas para o setor são insatisfatórias para mais de metade (58%) dos inquiridos, o que representa uma diminuição de 21% em relação ao último semestre de 2023, demonstrando uma ligeira melhoria neste parâmetro, com 41% a admitir que são positivas. A garantia de estabilidade na legislação para o setor e o estabelecimento de linhas de investimento para apoiar os business angels são algumas das medidas sugeridas pelos investidores para melhorar as políticas existentes.

“Os resultados do inquérito apontam para algumas melhorias no sentimento dos investidores ao nível de oportunidades para investir e previsões de exits. O facto de os inquiridos terem mencionado que o número e o volume de investimentos ficaram abaixo das suas expetativas, o que contraria os números do investimento no setor entretanto publicados, pode ser explicado por haver mais investidores e muito mais liquidez no mercado a concorrer pelas mesmas oportunidades. Em simultâneo, a maioria dos inquiridos continua insatisfeita com as políticas públicas para o setor, fenómeno que esperamos que melhore considerando as novas medidas anunciadas pelo Governo”, afirmou Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal.

Este relatório – “um levantamento dos sentimentos e perspetivas dos investidores do ecossistema português”, que tem como objetivo compreender melhor o ecossistema e as suas necessidades, bem como traçar tendências e definir estratégias -,  mostra que apesar do crescimento das oportunidades ser uma realidade, este acabou por não se materializar num aumento do número de investimentos nem do volume investido no primeiros seis meses deste ano.

62% e 59% dos inquiridos revelou, respetivamente, que os investimentos feitos neste período e o volume investido ficaram abaixo dos realizados no último semestre de 2023. Mais, cerca de um terço afirmou que teve maior dificuldade em levantar capital e menos oportunidades de desinvestimento (exit) em comparação com o semestre anterior. Ainda de acordo com o relatório, e face à execução do primeiro semestre de 2024, 74% dos inquiridos está otimista quanto à quantidade de novos investimentos a concretizar na segunda metade do ano, e mais de um terço tem expetativas positivas quanto ao volume a investir. Além disso, 68% dos investidores conjetura uma evolução positiva das oportunidades de exit nos próximos seis meses.

O “Barómetro do Investimento Early Stage” relativo ao 1.º semestre de 2024 é baseado num inquérito efetuado numa amostra representativa de 30% do ecossistema do investimento early stage em Portugal.

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