89% dos profissionais portugueses abandonaria a empresa por falta de ofertas de formação
O desenvolvimento pessoal assume um papel importante no atual contexto laboral. Um estudo da GoodHabitz constata que 61% dos profissionais sente necessidade de se requalificar.
As lacunas entre as necessidades e a oferta real de oportunidades parecem continuar a dominar o panorama laboral. A pensar nesta realidade, a GoodHabitz realizou um estudo global sobre o desenvolvimento pessoal no contexto laboral que visa compreender as principais tendências globais que estão a moldar o mercado de trabalho. Baseado no inquérito realizado a 24 235 colaboradores, os resultados da pesquisa demonstram a importância que o desenvolvimento pessoal assume num contexto cada vez mais moldado pela constante necessidade de adaptação das organizações.
O estudo revela que a nova geração de profissionais está muito orientada para o desenvolvimento. Todavia, e apesar disso, existe uma lacuna entre esta vontade e o mercado de trabalho, já que quatro em cada dez profissionais não têm nenhum plano de desenvolvimento pessoal.
A falta de oportunidades de formação é um dos motivos que levaria 84% dos inquiridos a abandonar a sua empresa atual. No caso português estes valores atingem os 89%, revela o estudo, que destaca ainda que apenas cerca de metade dos profissionais sente que é incentivado pela liderança a adquirir novas competências. Por outro lado, 61% dos profissionais sente a necessidade de se requalificar tendo em vista o progresso no seu percurso profissional, enquanto 32% declarou ter acesso ao plano de carreira desenhado para si pela entidade empregadora.
A análise da GoodHabitz destaca as três principais competências e condições que assumirão maior relevância no futuro: são as competências digitais, com 46%; a produtividade, com 45%; e o bem-estar e saúde mental, 42% dos resultados.
A par destas constatações, a pesquisa identificou que, para os inquiridos com idades inferiores a 35 anos, o bem-estar e a saúde mental (42%) ganhará mais importância no futuro, enquanto o target entre os 35 e os 49 anos considera que é a produtividade (45%). Já a geração com 50 e mais anos destaca a aquisição de competências digitais como a condição mais importante futuramente. Apesar destes resultados, todas as faixas etárias mencionaram que a condição na qual mais desejam focar-se no futuro próximo é o bem-estar e saúde mental, com resultados entre os 35% e os 37%.
Foram igualmente mencionadas as competências de gestão e liderança (por 33% dos inquiridos com idades inferiores a 35 anos) e as competências digitais (entre os 33% e os 36% nos colaboradores com mais de 35 anos), sendo que 49% dos membros da faixa etária dos 50 e mais anos consideram que não têm literacia digital suficiente para desempenhar as suas funções atuais de forma satisfatória.
Destaque ainda para o facto de 80% dos profissionais desejar que o seu trabalho se torne mais digital nos próximos dois anos. Atualmente, apenas 54% trabalha total ou parcialmente à distância.