88% das empresas alemãs em Portugal afirmam estar longe da paridade de género em cargos de liderança

Maioria das empresas alemãs com subsidiária no nosso país conclui que top management destas empresas continua a ser dominado pelos homens, apesar das mulheres terem maior grau de escolaridade, revela estudo realizado a propósito dos 90 anos da Merck em Portugal.
88% das empresas alemãs em Portugal, num total de 25.000 colaboradores, confirmam que top management destas empresas continua a ser dominado pelos homens apesar das mulheres terem maior grau de escolaridade. Esta é a conclusão de um estudo realizado a propósito dos 90 anos da farmacêutica Merck em Portugal em parceria com a Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã avalia diversidade nas empresas em Portugal.
O estudo “Avaliação do estado atual da DE&I nas empresas alemãs com subsidiária em Portugal” refere que 77% do top management das empresas alemãs com subsidiária no nosso país é do género masculino, face a 18% das mulheres, percentagem bem distante da defendida pela Estratégia para a Igualdade de Género da Comissão Europeia, que define uma representatividade mínima feminina de 40%.
A análise incluiu 88% das empresas alemãs com subsidiária em Portugal, tendo inquirido 22 participantes com cargos de liderança que representam cerca de 25.000 colaboradores em Portugal, confirma que os conceitos de DE&I são uma prioridade para homens e mulheres, ainda que a percentagem feminina seja de 100% e a masculina se fique pelos 88%. Olhando para as nacionalidades, há também diferenças: a totalidade dos inquiridos alemães considera estes conceitos prioritários, comparando com 82% dos portugueses.
No que diz respeito ao grau de importância que deveria ser dado pelas empresas a este tipo de conceitos, 75% das mulheres não têm dúvidas que devem ser considerados uma prioridade, valor muito acima do verificado entre os homens (53%).
Os dados permitem ainda verificar que a faixa etária dos 56-65 anos é a que menos prioriza os conceitos de DE&I (71%), sendo os mais jovens (dos 35-45 anos) os que mais importância lhes dão (100% de prioridade).
Já em 2023 a Merck, em parceria com a AESE Business School, tinha apresentado o estudo “Equidade entre mulheres e homens no mercado de trabalho”, depois de, um ano antes, ter dado a conhecer os resultados de um Desk Research sobre a evolução do tema da DE&I em Portugal nos últimos 10 anos, que estimou que apenas em 2052 as mulheres vão receber o mesmo salário mensal que os homens.
Segundo Pedro Moura, diretor-Geral da Merck, “na Merck dizemos que os líderes têm de dar o exemplo. DE&I não pode ser um “nice to have” mas sim um “must have”. Não podemos fechar os olhos às necessidades atuais e ao fazermos estes estudos e atuarmos internamente com os nossos colaboradores estabelecendo metas, mostramos o quão empenhados estamos em fazer a diferença dentro da Merck, mas também queremos aprender e influenciar positivamente as outras empresas deste e de outros setores.”