Opinião

Usar as start-ups como um caminho rápido para inovação

Álvaro Lopes-Cardoso, fundador e CEO da UPNDO

Hoje temos um mundo rápido e movido por impacto, onde a agilidade, a inovação e o propósito deixaram de ser um luxo. Muitas empresas ainda hesitam em trabalhar ou comprar de start-ups. Muitas tem processos longos e complexos, que acabam por afastar qualquer possibilidade real de colaboração.

São muitos os líderes de RH, responsáveis por sustentabilidade e CEOs que querem inovar, mas não sabem ou tem medo de se associar a empresas novas (start-ups) que ainda não têm um histórico de décadas.

Mas na verdade as start-ups surgem para resolver problemas. Somos motores de criatividade e inovação. Operamos com urgência, testamos rápido e desafiamos o status quo todos os dias. Enquanto as grandes empresas têm recursos, as start-ups têm inovação bruta, aquela que não é diluída por burocracia nem por política interna. Juntando a isso, a resiliência de quem constrói contra todas as probabilidades, resulta numa força poderosa.

Ao fazer parceria com uma start-up, injetamos uma nova mentalidade no ecossistema. Não estamos só a comprar um produto, estamos a trazer uma nova abordagem, que rompe com a estagnação e nos mantém à frente.

Trabalhar com uma start-up não significa aprovações em cadeia que duram seis meses. Significa falar diretamente com quem criou o produto. Significa ouvir, adaptar rapidamente, e agir em tempo real. Essa agilidade é algo que grandes fornecedores raramente conseguem oferecer e é exatamente o que os ambientes de trabalho atuais exigem.

As start-ups aprendem rápido e adaptam-se ainda mais rápido. Os ciclos são curtos, as mudanças são constantes e os resultados visíveis. Esse processo conjunto sacode a cultura interna e mexe com o status quo.

Muitos executivos ainda acham que start-ups são “arriscadas”. A verdade é que a inovação real sempre carrega risco e as start-ups existem para lidar com ele de forma ágil. Parcerias com start-ups permitem-te moldar a solução. Oferecemos acesso antecipado a tecnologias emergentes, com personalização e flexibilidade que grandes fornecedores dificilmente oferecem e muitas vezes a um custo mais baixo.

As pessoas querem trabalhar em empresas que fazem mais do que apenas falar de propósito. Quando nos associamos a uma start-up alinhada com os nossos valores, estamos a criar uma narrativa que inspira os colaboradores. Isso gera criatividade, orgulho e motivação.

Fazer parceria com start-ups não é sobre “ajudar os pequenos”. É uma jogada estratégica. As empresas mais bem-sucedidas do mundo, da Google à Microsoft, da Unilever à Salesforce, investem e colaboram com start-ups porque sabem que isso lhes dá vantagem competitiva. Esta oportunidade está ao alcance de qualquer organização que esteja disposta a pensar além de checklists de procurement e matrizes de risco.

O futuro pertence a quem abraça novas formas de trabalhar e se junta aos inovadores que estão a transformar o mundo.

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