O mundo precisa de novos paradigmas de liderança, afirma Chris Lowney.

Todos podem desempenhar um papel no campo da liderança, defendeu Chris Lowney, autor, orador e presidente da CHI, na sua recente participação no Leadership Summit.

O mundo precisa de novos paradigmas de liderança, pois os estereótipos de liderança atuais estão desenquadrados das necessidades atuais das pessoas. Esta é a perspetiva de Chris Lowney, profissional que esteve ligado à gestão da JP Morgan e que atualmente é presidente da CHI, a maior rede de hospitais dos EUA. Recentemente esteve em Portugal, no âmbito da conferência Leadership Summit, onde partilhou a sua visão sobre o comportamento humano e formas de liderança.

Jesuíta de formação e admirador confesso do estilo de liderança do Papa Francisco, Chris Lowney, acredita que este estilo de liderança poderia ser facilmente aplicado como modelo pelos líderes empresariais das maiores empresas globais. Com o foco na autoconsciência e no serviço aos outros, os líderes que optam por esta forma de orientação podem ser designados como “servant leader”.

Na perspetiva de Lowney, todas as pessoas têm um papel a desempenhar no campo da liderança. Esta visão, onde todos podem ser líderes na sua comunidade ou área onde atuam, passa por exercer esta influência através do exemplo e não através da fama ou poder. Ou seja, a liderança consiste em direcionar e influenciar os outros para que estes reconheçam valor e qualidade na ação do líder, com o objetivo de atingir resultados.
Este profissional considera que é importante a mudança rápida do mindset em que a liderança assenta em fama ou poder, de forma a que, quer os líderes quer os colaboradores possam encontrar o bem-estar e a felicidade num mundo em rápida mudança.

Chris Lowney usa o acrónimo “VUCA” (Volatilidade, Incerteza – em inglês “Uncertainty”; Complexidade e Ambiguidade) para descrever a realidade e multiplicidade de variantes que influenciam a atualidade. Num mundo com estas características, Lowney considera que a forma mais eficaz de liderar consiste em influenciar a opinião dos outros, em vez de recorrer a métodos mais autocráticos. Para ultrapassar os desafios criados por um contexto de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, são importantes competências e características de espiritualidade, como referiu durante a sua participação no Leadership Summit. Genericamente essas características refletem-se numa liderança empática e mais humana. Aspetos como ser solidário, ajudar a desenvolver os outros, partilhar uma missão coletiva, promover o respeito mútuo são características que um líder deve ter nesta Era de mudança.

De acordo com este profissional, os líderes devem desenvolver metodologias para fortalecer seu próprio desempenho de liderança todos os dias. Lowney sublinha que a liderança é uma oportunidade, mas também uma responsabilidade e que esta dicotomia também deve ser recordada a todos os membros da equipa. Liderar consiste em melhorar os outros como resultado da presença do líder, e fazer com que essa influência positiva dure mesmo depois do líder já não presente.

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