Entrevista/ “Transmitir ferramentas para a internacionalização”
A terceira edição do Programa de Gestão da Internacionalização: Managing the Internationalization Process, da CATÓLICA-LISBON, já tem início marcado para dia 13 de novembro.
Com coordenação de Miguel Athayde Marques e de Rosário Pinto Correia, o programa foi desenhado para proporcionar aos participantes as competências necessárias para internacionalizarem com sucesso as suas empresas, produtos ou serviços. Em jeito de antecipação, Rosário Pinto Correia explica o conceito do Programa.
O que é que esta 3.ª edição do Programa de Gestão da Internacionalização vai apresentar de diferente em relação às anteriores?
Na primeira edição, estávamos muito focados na estratégia de internacionalização talvez um pouco conceptualizada e académica. Na segunda edição adaptámos o programa de forma a permitir que os participantes, quando terminassem o programa, pudessem logo começar a usar as ferramentas apreendidas.
Agora, na terceira edição, reforçamos ainda mais esta tendência. É um programa onde pretendemos que as pessoas levem ferramentas para aplicar quase de imediato nas suas empresas. Tem uma componente prática muito forte mas sempre conjugada com o lado académico. Outra grande diferença foi que percebemos que quem quer frequentar este programas são pessoas que fazem a internacionalização nas próprias empresas. E, por isso, fizemos blocos de três dias, em três semanas, o que permite aos participantes organizarem a sua agenda e não estarem tantos dias afastados das suas empresas. A ideia é criar um regime mais flexível.
Em termos de conteúdo qual vai ser o enfoque do curso?
Tem basicamente três módulos. Um primeiro que chamámos “Compreender o mundo”, no qual a intenção é que os participantes percebam o enquadramento em que vivemos: a nova ordem mundial, globalização, os processos de internacionalização. Depois temos um segundo módulo, a “Formulação da estratégia de internacionalização”, que fornece ferramentas de avaliação da capacidade de internacionalização das empresas, nas quais se abordam os instrumentos de financiamento e se avalia a capacidade de internacionalização das empresas, havendo também um foco na avaliação e seleção de mercados. O terceiro e último módulo é sobre “Execução da estratégia de internacionalização”, que se centra em aspetos como a organização e pessoas para a internacionalização, relacionamento com parceiros e investidores ou a gestão e controlo de risco, bem como a vertente fiscal ou ainda a criação e gestão internacional e marca.
Em termos de target, a quem se dirige?
Concebemos este programa para médias empresas. Para aquelas empresas que têm de facto vontade de se internacionalizarem, que têm produtos ou serviços que permitem essa internacionalização e que precisam de apoio, de pensar e de executar o processo. A nossa ideia é apanhar todo o tecido empresarial das PME com capacidade de internacionalização ou com vontade. Até pode acontecer que na sequência do curso cheguem à conclusão de que não é a altura. É esse o nosso target e por isso também a nossa preocupação em ter esta estrutura de programa de três dias por semana, e não a semana completa, porque temos consciência que nestas empresas são o diretor geral ou comercial que fazem a internacionalização das empresas e não podem afastar-se delas tantos dias.
Nas outras duas edições, qual foi o perfil dos participantes?
Caraterizou-se, sobretudo, por empresas de media-dimensão que estão a desenvolver, ou a iniciar, processos de internacionalização. No entanto, também existiram, algumas empresas de maior dimensão entre os participantes, bem como algumas consultoras. Os participantes foram desde administradores (28%), a gestores de projeto e desenvolvimento de produto (27%), gestores (20%), diretores comerciais (10%), diretores gerais (10%), e outros (5%).
O que podem os participantes esperar deste curso?
Começam por adquirir conhecimentos que lhes permitem analisar e avaliar se, de facto, é a altura certa para a internacionalização, porque às vezes ainda não é a altura.
Ficam com a compreensão do mundo em que se situam. O primeiro módulo do curso como referi, é, sobretudo, um enquadramento teórico, enquanto o segundo começa com a avaliação da capacidade de internacionalização das empresas. Também temos muitos casos práticos. Vamos visitar duas empresas que têm estratégias de internacionalização de sucesso: a Logoplaste e a Sumol Compal. E vamos ter o que chamamos de Night caps, sessões interativas, em formato de business dinner em que vão ser apresentadas três empresas de sucesso: o grupo Pestana, a Vista Alegre e a Cosec. Vão contar o que fizeram para internacionalizar e as ferramentas que têm.
Depois temos toda a execução da estratégia em todas as aulas. Como se formam as pessoas para irem para o estrangeiro; que tipo de contratos pode haver; como é a fiscalidade em diferentes países; como se faz o planeamento e a gestão em estruturas internacionais; como se gere o risco ou a comunicação. Há muito trabalho em sala e, se quiserem, os participantes podem usar as suas empresas como caso prático.
Quantas pessoas são por curso?
Fazemos cursos com entre 15 a 25 participantes. Como o programa tem uma vertente muita prática, e para poder haver uma interação entre formadores e participantes, é o número ideal para ter em sala.
Os formadores são de que áreas?
Um dos núcleos de sucesso deste programa é um conjunto de pessoas em que a maioria esteve envolvida em processos de internacionalização das suas empresas. São pessoas que acumulam uma grande capacidade académica com uma vida profissional ativa. Não é um curso exclusivamente lecionado por académicos.
*co-coordenadora do Programa de Gestão da Internacionalização