Surf Air, a Netflix das viagens de avião chega à Europa

A start-up americana Surf Air, que oferece trajetos ilimitados em avião, vai abrir várias linhas no mês de maio no continente europeu. Londres, Zurique, Cannes, Luxemburgo e Milão são algumas das cidades contempladas.

A Surf Air oferece trajetos ilimitados em avião, um modelo económico que está mais próximo duma Netflix do que de uma companhia aérea. No entanto, são as companhias áreas tradicionais que a start-up californiana espera fazer tremer.

Por 2 mil dólares (cerca de 1.880 euros) por mês, as pessoas que viajam regularmente em trabalho já podem apanhar um dos aviões da frota para se deslocar a uma dúzia de cidades nos Estados-Unidos. Só entre San Francisco e Los Angeles, a Surf Air garante 15 voos por dia e assegura que o seu posicionamento lhe permite disponibilizar preços mais competitivos na classe executiva em comparação com as companhias tradicionais. A empresa oferece um serviço premium, como embarcar em menos de quinze minutos, por exemplo.

Criada em 2013 em Silicon Valley, a start-up vai agora importar o seu serviço para a Europa. Depois de algum atraso no arranque (previsto para o último outono), a Surf Air parece estar desta vez em condições para estender o seu serviço ao continente europeu, nomeadamente a cidades com Londres, Zurique, Cannes, Luxemburgo e Milão, a partir do mês de maio. Paris e outras cidades irão seguir-se, mas a empresa “está a negociar atualmente a compra de 50 novos aviões”, segundo o seu diretor para a Europa, Simon Talling-Smith.

O que é certo, contudo, é que os 12 últimos meses deixaram satisfeitos os investidores neste modelo de negócio. A jovem empresa levantou entre 25 a 30 milhões de dólares (cerca de 24 e 28 milhões de euros) em fundos e apoia-se num parceiro tecnológico que lhe permite compreender melhor as necessidades dos seus membros, que são cerca de 3 mil. A Zuora, outra start-up de Silicon Valley, fornece a plataforma informática, incluindo a gestão dos pagamentos.

“Recolhemos muitos dados sobre este tipo de modelo económico baseado em assinaturas”, esclarece John Philips, o vice-presidente da Zuora para a Europa, acrescentando que “ajudamo-los a manter um diálogo constante com os seus membros e a melhorar os seus serviços”.

Foi a partir da análise dos dados e de conversas com os clientes que a Surf Air decidiu, por exemplo, abrir alguns destinos denominados “prazer”, oferecendo pacotes que incluem um determinado número de voos para os membros da família. “Nos Estados-Unidos,é o lago Taho, que está a funcionar muito bem. E, na Europa, abrimos Ibiza com esta mesma perspetiva”, explica Simon Talling-Smith.

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