Start-ups são fundamentais na modernização dos países ibero-americanos

O relatório “Os govtech e o futuro do governo” analisou a forma com a cooperação ao nível dos dados e das tecnologias digitais entre os governos e o setor empresarial pode tornar os setores públicos mais eficientes e inovadores.
O Banco para o Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o IE PublicTech Lab, da IE School of Global and Public Affairs (da IE University) acabam de lançar relatório “Os Govtech e o futuro do governo” que analisa o impacto dos ecossistemas govtech da região ibero-americana e a forma como a cooperação baseada em dados e tecnologias digitais entre os governos dos vários países e o setor empresarial pode contribuir para tornar os setores públicos mais eficientes, inovadores e pró-ativos.
O relatório – que envolveu países como Portugal, Espanha, Brasil, Colômbia, México e Argentina – faz ainda um conjunto de recomendações concretas para pôr em marcha os ecossistemas govtech baseado em três linhas de ação. São elas: definir estratégias govtech e promover a procura pública por inovação digital; implementar metodologias ágeis de compra pública para a inovação; e fomentar a oferta de start-ups e PME govtech.
Este trabalho do CAF e do IE PublicTech Lab vai ainda mais longe incluído uma descrição do contexto atual das políticas de transformação digital e inovação pública, os principais instrumentos, públicos e privados, que estão a ser desenvolvidos para promover esses ecossistemas, e um diagnóstico do ecossistema govtech nos países hispano-americanos.
De acordo com o relatório, os ecossistemas govtech do mundo inteiro rendem cerca de 400 mil milhões de dólares anuais. Representam, assim, uma oportunidade para os governos trabalharem com mais eficiência, apoiando o desenvolvimento económico e promovendo as PME (Pequenas e Médias Empresas) digitais de alto valor agregado na região.
Carlos Santiso, diretor da Dirección de Innovación Digital del Estado de CA, refere que “se, antes, a agenda de digitalização dos países da região era importante, agora tornou-se imprescindível. Por essa razão, é preciso pôr os nossos Estados em modo star-tup para a recuperação. Não se trata de digitalizar os trâmites, mas de repensar o Estado, colocando o cidadão no centro – um cidadão que já é digital”.
O relatório concluiu ainda que a transformação digital dos governos encontra agora um novo aliado nas start-ups, scale-ups e PME digitais com vocação pública, que não visam apenas aumentar o seu capital, mas que também pretendem criar valor público e impacto social. Ou seja, a centra-se também no seu impacto público através da melhoria dos serviços aos cidadãos e empresas, na eficiência operacional das administrações públicas, na consolidação da infraestrutura digital e de dados, bem como na promoção da integridade pública e na prevenção da corrupção. Além disso, representam um poderoso instrumento de políticas públicas para fomentar o empreendedorismo e promover novos segmentos de crescimento, investindo nas empresas inovadoras locais.