Start-ups britânicas de tecnologia em fase inicial “com fome” de investimento, alerta Google

O Reino Unido corre o risco de sufocar futuros gigantes da tecnologia, já que a proporção do financiamento do capital de risco para start-ups de tecnologia em “early stage ” diminuiu para 5% em 2021, em comparação com os 15% de há uma década, alerta o Google.

O crescimento das start-ups britânicas de tecnologia em “early stage” (numa fase inicial de investimento) está a ser prejudicado pela redução do investimento de capital de risco, de acordo com um novo relatório do Google, citado pelo Growth Business UK.

A proporção de financiamento para start-ups de tecnologia em fase inicial caiu de 15% do investimento total no setor de tecnologia do Reino Unido em 2011 para 4,9% no ano passado, segundo o relatório.

No geral, o investimento em start-ups britânicas de tecnologia atingiu um recorde de 32,6 mil milhões de libras (cerca de 38 mil milhões de euros), o que coloca o Reino Unido como o quarto maior país do mundo para investimentos em tecnologia.

No entanto, uma proporção cada vez maior do investimento foi para start-ups em fases mais avanças, que são uma aposta mais segura para os investidores, explicam os especialistas.

Entre 2020 e 2021, quando o país recorreu à tecnologia em níveis sem precedentes devido à pandemia, o investimento de capital de risco no setor de tecnologia aumentou 130% – mas o investimento em start-ups em fase inicial aumentou apenas 14%.

O relatório, elaborado pelo programa Google for Startups e pela rede de empreendedores Tech Nation, refere ainda que “se as start-ups de tecnologia em fase semente e pré-semente crescerem nos motores de escala da economia do Reino Unido, a oferta de capital que sustenta o seu crescimento inicial deve ser priorizada, ou o Reino Unido corre o risco de sufocar futuras estrelas de tecnologia global” .

Aposta nas start-ups deep tech
O Reino Unido lidera o ranking global de investimento em start-ups deep tech (empresas com grande potencial disruptivo e de inovação). O financiamento no setor deep tech aumentou 33 vezes desde 2011, chegando a 6,8 mil milhões de libras (7,95  mil milhões de euros) em 2021 – ano em que as rondas de mais de 200 milhões de libras (234 milhões de euros) contribuíram fortemente para o valor total. O relatório apontou também que, embora o apetite dos investidores por start-ups de deep tech esteja a aumentar, o crescimento do setor é ainda embrionário em comparação o com seu potencial futuro.

Já o financiamento para start-ups que disponibilizam soluções para beneficiar tanto as pessoas quanto o planeta aumentou para 3,5 mil milhões de dólares (aproximadamente 3,26 mil milhões de euros) na última década.

Entre 2011 e 2021, o financiamento para start-ups de “tecnologia de impacto” passou de 74 milhões de dólares (69 milhões de euros) para 3,5 mil milhões de dólares (3,26 mil milhões de euros). Só em 2021 o financiamento nesta área aumentou 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) em comparação com 2019, apesar dos efeitos da pandemia.

O financiamento para start-ups de tecnologia de impacto representou 9% de todo o financiamento de capital de risco no setor em 2021. O investimento médio deste setor superou o dos negócios para fintech: 651 mil libras (761 mil euros) para investimento em tecnologia de impacto em comparação com as 543 mil libras (635 mil euros) para as fintech.

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