Start-up transporta americanos com Covid-19 para os EUA
Para muitos americanos que estão a viajar fora dos EUA durante a pandemia, o maior receio não é tanto ficarem infetados com Covid-19, mas terem de ficar “presos” durante semanas noutro país. A start-up Covac Global assegura que tal não acontece. E é a única que o faz.
Um americano que fique sintomático ou teste positivo para a Covid-19 enquanto estiver fora dos EUA não pode simplesmente apanhar um voo comercial de volta para casa. Tem de fazer uma auto-quarentena e, se precisar de tratamento médico, terá de o obter no país onde se encontra. Isto porque, assim que há confirmação de infeção com o novo coronavírus nenhum dos serviços de transporte médico aéreo associados a seguros de viagem garante o transporte.
A Covac Global assegura que pode fazer o que outras empresas não podem ou não querem fazer. A start-up proporciona um serviço de evacuação e repatriação através de um programa para membros que, ao contrário de outros serviços, tem cobertura mesmo após relatos de sintomas de COVID-19 ou teste positivo para a doença.
Cada membro individual paga a partir de 995 dólares para 30 dias de viagem com cobertura no espaço de um ano, havendo níveis mais altos, para 60 e 90 dias de cobertura. Também há a modalidade de membro familiar.
A start-up representa uma mudança em tempos de coronavírus, afirmou à revista Forbes Ross Thompson, CEO da Covac Global. “O nosso programa dá a tranquilidade de saber que pode deixar um país mesmo depois de começar a sentir-se mal. Se estiver nas Barbados ou na República Dominicana podemos trazê-lo de volta para casa na hora de jantar. Se estiver na Europa ou na Nova Zelândia, pode levar 24 horas. A ideia é tirá-lo de onde está antes que precise ir a um hospital. Queremos ser capazes de contornar todo o processo de hospitalização noutro país”.
Mil dólares pode parecer uma exorbitância, mas se comparar com ter de fretar um avião particular, este pode custar 100 ou 200 vezes o valor, frisa Ross Thompson. “É o mesmo tipo de mentalidade que adquirir um seguro em que, se algo acontecer, gastou mil dólares para não ter de gastar 190 mil.” E “mesmo que tivesse dinheiro para alugar um avião, teria de encontrar alguém que o levasse de volta para casa, o que é extremamente difícil depois de se testar Covid positivo ou ter sintomas”, acrescenta. “O nosso programa tira toda a incerteza da equação”.
O CEO da Covac Global tem experiência em gestão de crise, enquanto a sua equipa de liderança integra médicos e veteranos do FBI e de operações especiais militares dos EUA. A empresa irmã, a já estabelecida HRI, “realiza operações de gestão de crise global em todo o mundo, principalmente na área de sequestro e resgate”, explica Ross Thompson.
O executivo refere que a sua empresa tem relacionamentos e know-how logístico que as outras não têm. “Não é difícil transportar alguém numa aeronave particular, da forma certa, para fora de um país e de volta para os EUA, Reino Unido ou a Alemanha, para onde quer que seja”, expõe Ross Thompson. “Fizemos evacuações para fora de Buenos Aires, por exemplo, e ligámos para os nossos contactos no Governo para obter as licenças necessárias – porque todos precisam de uma licença para se mover e os voos precisam de licenças para aterrar.
Os empregadores têm obrigações morais e legais de proteger a saúde e a segurança dos colaboradores quando estes viajam em nome das organizações, diz Ross Thompson. E a Covid “é algo que obviamente mantém os responsáveis pelos recursos humanos e pela segurança no trabalho acordados”. Os planos da Covac Global podem assim proporcionar tranquilidade às empresas internacionais e às ONG à medida que os seus funcionários regressam ao trabalho em todo o mundo.