Start-up do mês: Redcatpig está a conquistar o mundo dos videojogos a partir dos Açores
 
                                                Este mês desafiámos o TERINOV – Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira a eleger a start-up do mês. A escolha recaiu na Redcatpig, estúdio português de videojogos que nasceu nos Açores há seis anos e já opera em 120 países.
Nome da Start-up: Redcatpig (Redcatpig – Desenvolvimento e Comercialização, Lda).
Fundadores: Marco Bettencourt (CEO), João Toste (Art Lead) e Bryan Freitas (Programming Lead).
Atividade: Fundada em 2019 na Ilha Terceira, a Redcatpig apresenta-se como o maior estúdio independente de videojogos em Portugal, com uma equipa de mais de 40 colaboradores de 10 nacionalidades, que deverá crescer para 100 até 2026, segundo a start-up. A empresa, que distribui os seus jogos em mais de 120 países, registou cerca de 700 candidaturas apenas nos últimos seis meses.
Marco Bettencourt, João Toste e Bryan Freitas trouxeram para os Açores uma indústria até então inexistente na região. Com sede no TERINOV – Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira, e escritórios em Lisboa e na Madeira, a Redcatpig representa um caso raro de sucesso tecnológico numa região ultraperiférica.
O primeiro jogo do estúdio, o KEO, não só conquistou o prémio de Melhor Videojogo da PlayStation Talents como alcançou mais de 2 milhões de downloads no seu lançamento. Disponível na Steam, em “early access” desde dezembro de 2021, a 9,99 euros, o título de combate veicular multiplayer continua a ser atualizado com base no feedback da comunidade.
Plano de negócios: A start-up tem criação própria e disponibiliza serviços B2B e B2C.
No B2C, desenvolve títulos próprios com “forte identidade artística”. Oferece serviços como codesenvolvimento, porting entre motores e plataformas (Unity e Unreal), desenvolvimento full-cycle, UI/UX, sistemas multiplayer, QA, integração de IA, e remakes de jogos clássicos para editoras e estúdios internacionais.
No segmento de serviços, a Redcatpig trabalha com estúdios e editoras internacionais em projetos de codesenvolvimento que incluem reforço de equipas (staff augmentation), porting multiplataforma (PC, consolas, mobile, cloud), desenvolvimento de sistemas multiplayer complexos, e criação de remakes e remasters de títulos clássicos com tecnologias atuais.
“Esta dualidade permite ao estúdio açoriano diversificar receitas e posicionar-se como parceiro estratégico de players internacionais, adaptando-se a diferentes projetos e orçamentos com modelos de faturação flexíveis”, explica a start-up ao Link to Leaders.
“A estrutura distribuída da empresa, com colaboradores em regime remoto de várias nacionalidades, permite à Redcatpig competir globalmente, mantendo custos operacionais competitivos e flexibilidade na gestão de projetos”, acrescenta.
Porque merece destaque: “A Redcatpig reúne inovação, risco bem-sucedido, reconhecimento, escalabilidade, impacto regional e nacional e visibilidade global. É um bom exemplo do potencial que o ecossistema do TERINOV pode nutrir. A Redcatpig tem sido distinguida com diversos prémios internacionais, premiada pela PlayStation Talents, reconhecida pela Web Summit e Cision, e nomeada para Startup of the Year e Founder of the Year nos South Europe Startup Awards”, revela o Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira, onde a start-up está incubada.
“A Redcatpig está a transformar a ilha Terceira num polo criativo global. Fundada em 2019, participa no consórcio Madeira eGames Lab com 31 milhões de euros de financiamento estratégico e está em expansão com equipas em Lisboa”, frisa ainda o polo de inovação.
Outra informação relevante: Depois do sucesso do KEO, a Redcatpig prepara o lançamento de HoverShock, um arena shooter multiplayer onde os jogadores pilotam drones armados em ambientes tridimensionais. A start-up destaca que o jogo se diferencia ao explorar verticalidade e voo livre, em contraste com os shooters tradicionais centrados no combate terrestre.
O HoverShock contará com diferentes classes de drones, cartas colecionáveis que alteram a jogabilidade e modos variados, desde o clássico Team Deathmatch até ao “Quiddshock” – inspirado no desporto da saga Harry Potter. A plataforma principal será o PC, com possíveis versões para PlayStation e Xbox, dependendo da receção do público.
A Redcatpig foi a primeira start-up açoriana a integrar o programa ALPHA da Web Summit, evoluindo depois para a fase BETA. A empresa conta com investimento da Portugal Ventures e outros investidores, e faz parte do consórcio PRR eGames Lab, que reúne 22 entidades com o objetivo de impulsionar a economia digital em Portugal.
Entre as distinções já conquistadas, estão a certificação Great Place to Work Portugal, o SCORING como Top 5% das melhores PME do país, menção honrosa da AICEP em 2024, reconhecimento da ANI com estatuto de empresa idónea SIFIDE, e citação no relatório da Comissão Europeia sobre ecossistemas empresariais em áreas rurais. A Redcatpig é ainda membro fundador da APVP – Associação de Produtores de Videojogos Portugueses.
A start-up marca presença regular nos maiores eventos da indústria global, incluindo Gamescom (Alemanha), Tokyo Game Show (Japão), GDC (EUA) e Pocket Gamer Connects (Reino Unido), onde apresenta os seus projetos e estabelece parcerias estratégicas com publishers e investidores internacionais.








