Spe Futuri, Investidores: O impacto da pandemia na Invicta Angels e na StoresAce

Um investidor que testou positivo ao Covid-19, mas que não baixou os braços e que, depois de uma paragem, viu surgir mais projetos e um empreendedor que tinha em vista a expansão para o mercado europeu e que teve de adiar o sonho. Esta semana falámos com Sérgio Rodrigues, presidente da Invicta Angels, e Ivo Marinho, cofundador e CEO da StoresAce.

Testou positivo e esteve cerca de seis semanas confinado durante o surgimento dos primeiros casos de Covid-19 em Portugal. Durante este período, o presidente da Invicta Angels, fez um balanço, criou um plano de ação e adaptou-se aos novos tempos. Na conversa de hoje do Spe Futuri, Investidores, Sérgio Rodrigues fala-nos da paragem forçada dos investimentos, mas também da mobilização a posteriori dos empreendedores e do surgimento de mais projetos, e da sua passagem por Singapura, um país que apoia a criação de start-ups.

Já Ivo Marinho conta-nos como surgiu a StoresAce, uma plataforma online de gestão multi-loja em tempo real,  de que forma viu a estratégia de expansão internacional da start-up adiada por causa da pandemia e como se reinventou.

Veja o vídeo desta semana:

 

Leia alguns headlines.

Sérgio Rodrigues, Invicta Angels

“Os métodos que se usavam para falar entre os investidores e as participadas acabaram por mudar. Eu pessoalmente sou uma pessoa que gosto de acompanhar na primeira pessoa, gosto de estar um ou dois dias por semana com as participadas e falar, discutir. Para mim foi uma mudança grande, porque comecei a fazê-lo remotamente”.

“Foi uma altura em que as pessoas deixaram tudo em stand by. Os investimentos que existiam ficaram em stand by porque não se sabia o que ia acontecer e mesmo em termos de projetos, logo no início, parou tudo. O curioso é que passado algumas semanas o cenário inverteu-se e começaram a aparecer mais alguns projetos”.

“Singapura é um país interessante para fazer negócios, é muito mais estável. Dá acesso a capital, se calhar, não sei se o termo é este,  menos de estado. Apesar de Singapura ter um estado onde o governo tem um grande peso nas empresas, principalmente através do seu fundo – têm um dos fundos mais soberanos do mundo – (…). É um tipo de capital mais limpo porque todas as sedes das empresas do sudeste asiático estão baseadas em Singapura, pelo que há muito dinheiro para investir em start-ups. O próprio Estado quase que apoia em demasia a inovação”.

“Uma das razões que nos levou a investir na StoresAce, para além do produto e das pessoas, prende-se com o facto de eles já terem um cliente de uma dimensão que não é fácil ir buscar que é a Jerónimo Martins. Na verdade, o produto posiciona-se para médias e grandes empresas. Havendo essa prova de conceito, demonstrou-se que os grandes clientes estavam na distribuição e que continuavam a querer usar o produto, o que validava a proposta”.

Ivo Marinho, StoresAce

“A StoresAce é um projeto que nasceu há cerca de 5 anos. Foi uma ideia inovadora de preenchermos aqui uma lacuna. Nós focamo-nos muito em tudo o que é gestão para grandes grupos, ou seja, multi-lojas, multi-marcas, grandes cadeias de lojas. Tudo o que havia de gestão mais direcionada à gestão da loja, havia falta de uma ferramenta que proporcionasse uma gestão eficaz para as lojas e trabalhadores”.

“Neste momento somos sete pessoas, continuamos a posicionar-nos no mercado nacional e sempre foi esse o nosso foco. Numa primeira fase, estabelecer as raízes que nos proporcionem um crescimento nacional. Tínhamos para este ano já do ponto de vista da internacionalização prevista alguma expansão, principalmente aqui no mercado europeu e fomos afetados pela pandemia, que nos impediu de viajar e de estar próximos de clientes e parceiros com os quais queríamos ter já mais ligações a nível internacional”.

“Apesar de estarmos muito direcionados para as áreas que foram fortemente afetadas que são as áreas de retalho e da restauração, são as duas grandes áreas que trabalhamos, tivemos de nos reinventar em certos conceitos. Grande parte dos nossos clientes acabou por fechar, tivemos de os ajudar com outras ideias, no fundo como todas as start-ups que se tiveram de adaptar e criar novas soluções para ultrapassarmos esta fase difícil para todos”.

“Já enfrentámos desafios com clientes que têm o seu sistema de gestão tradicional muito baseado em servidores ou em data centers muito locais ou próprios, mas é um facto que temos já uma série de casos de sucesso que partilhámos com os nossos clientes de adotarem um sistema na cloud”.

Reveja as conversas anteriores:

António Murta, fundador e CEO da Pathena, e Renato Oliveira, fundador e CEO da eBankit.
João Brazão, CEO da Eureekka e business angel, e João Marques da Silva, CEO da CateringAssiste.
Francisco Horta e Costa, managing director da CBRE, e Ricardo Santos, CEO da start-up Heptasense.
João Arantes e Oliveira, fundador e partner da HCapital Partners, e Nuno Matos Sequeira, diretor da Solzaima.
Tim Vieira, CEO da Bravegeneration, e Pedro Lopes, fundador da Infinitebook.
Luís Manuel, diretor executivo da EDP Innovation, e Carlos Lei Santos, CEO e cofundador da HypeLabs.
António Miguel, fundador e CEO da MAZE, e Guilherme Guerra, fundador e CEO da Rnters.
João Amaro, Managing Partner da Inter-Risco, e Carlos Palhares, CEO da Mecwide.
Pedro Lourenço, administrador da Ideias Glaciares, e Pedro Almeida, fundador e CEO da MindProber.
Alexandre Santos, diretor de investimento na Sonae IM e cofundador da Bright Pixel, e João Aroso, cofundador e CEO da Advertio.
Francisco Ferreira Pinto, partner da Bynd Venture Capital, e Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill.
Basílio Simões, business angel e fundador da Vega Ventures, e Gustavo Silva, cofundador e CMO da Homeit.
Manuel Tarré, presidente da Gelpeixe, e Nuno Melo, cofundador e sócio da Boost IT.
José Serra, fundador e managing partner da Olisipo Way, e Tocha Serra, Partner & Startup Spotter da Corpfolio.
Stephan Morais, fundador e diretor-geral da Indico Capital Partners, e André Jordão, CEO da Barkyn.
Ricardo Perdigão Henriques, CEO da Hovione Capital, e Nuno Prego Ramos, CEO da CellmAbs.
Pedro Ribeiro Santos, sócio da Armilar Venture Partners, e Jaime Jorge, CEO da Codacy.
Miguel Ribeiro Ferreira, investidor e chairman da Fonte Viva, e João Cortinhas, fundador e CEO da Swonkie.
Cíntia Mano, investidora que está ligada à REDangels e à COREangels Atlantic, e Marcelo Bastos, fundador da start-up Sizebay.
Diamantino Costa, cofundador da Ganexa Capital, e Nuno Almeida, CEO da Nourish Care.
David Malta, Venture Partner do fundo de investimento Vesalius Biocapital, e Daniela Seixas CEO da TonicApp.

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