Entrevista/ “Somos agnósticos em relação à tecnologia e mantemos sempre as pessoas em primeiro lugar”

Joni Kanerva, diretor global de aquisição de talentos da Reaktor

“Lisboa é uma parte crucial do nosso crescimento como a mais nova e mais recente comunidade de talentos”, explica Joni Kanerva, diretor global de aquisição de talentos da Reaktor. E acrescenta que o principal investimento na capital portuguesa “são e continuarão a ser as pessoas e a comunidade”.

Especializada em design e desenvolvimento de serviços e produtos digitais, a Reaktor é uma empresa de tecnologia que nasceu na Finlândia, mas que também marca presença no mercado português há cerca de dois anos, a par de outras localizações pelo mundo. Em Lisboa quer, desde a primeira hora, impulsionar o crescimento tecnológico de projetos à escala global dos mais diversos setores, desde o retalho, ao gamming, streaming ou saúde.

Joni Kanerva, diretor global de aquisição de talentos da Reaktor, reforça a ideia de que a empresa não existe sem as suas pessoas fantásticas e que Lisboa é uma parte crucial do seu crescimento “como a mais nova e mais recente comunidade de talentos”. Revela também que “o objetivo é manter sempre o espírito de comunidade ao longo do desenvolvimento e fazer crescer a equipa com cerca de 25 novos profissionais todos os anos”.

Como definiria o hub tecnológico da Reaktor em Lisboa? Qual a vossa proposta de valor para o mercado?
A nossa comunidade de Lisboa é a nossa mais recente localização, inaugurada em dezembro de 2021. Na Reaktor Lisboa, reunimos engenheiros de vários setores para partilhar conhecimentos e fazer o seu melhor trabalho. Esta crescente comunidade de talentos trabalha com clientes globais e colabora com Reaktorianos em todas as nossas localizações. Apaixonámo-nos pelo povo português, pelo seu talento e pela sua atitude hospitaleira e perspicaz.

Fazer parte da comunidade Reaktor não tem a ver com antiguidade, tem a ver com atitude. Procuramos profissionais de todos os níveis de experiência que partilhem os nossos valores de trabalho em equipa, empatia e uma cultura de construção de melhores soluções todos os dias.

Quais são atualmente os principais clientes da Reaktor no mercado nacional?
Atualmente, a equipa da Reaktor em Lisboa trabalha com clientes globais. No que diz respeito aos setores, concentramo-nos na saúde, retalho, jogo, aviação, defesa e segurança, e indústria pesada. Além disso, temos uma experiência significativa nos meios de comunicação social, telecomunicações, aeroespacial, finanças, seguros, setor público e ONG’s.

Que avaliação faz dos quase dois anos de atividade em Portugal? Pontos negativos e positivos?
Apaixonámo-nos por Portugal por uma razão: as pessoas fantásticas e as suas capacidades. Nestes dois anos aqui, provou ser um amor verdadeiro! Quisemos concentrar-nos primeiro na construção de uma comunidade e em crescer de forma constante, mas não demasiado rápida.

Quantas pessoas têm atualmente na equipa e até onde vão os vossos planos de crescimento?
Em Lisboa, a comunidade Reaktor conta com cerca de 25 profissionais. A nossa ambição é continuar a crescer e garantir que ajudamos empresas de todos os setores a tornarem-se os líderes digitais do amanhã. O objetivo é manter sempre o espírito de comunidade ao longo do desenvolvimento e fazer crescer a equipa com cerca de 25 novos profissionais todos os anos.

“O nosso principal investimento em Lisboa são e continuarão a ser as pessoas e a comunidade”.

Para onde estão canalizados os vossos próximos investimentos? Pessoas, tecnologia…
O nosso principal investimento em Lisboa são e continuarão a ser as pessoas e a comunidade. Por isso, quer se trate dos melhores dispositivos do mercado ou das mais recentes ferramentas de IA, queremos garantir que os nossos colaboradores têm acesso às coisas que nos permitem fazer o melhor trabalho possível. Enquanto muitas empresas colocam a tecnologia ou o processo em primeiro lugar, nós somos agnósticos em relação à tecnologia e mantemos sempre as pessoas em primeiro lugar.

Como é que a cultura nórdica se está a adaptar à portuguesa? Quais os principais desafios no processo de integração?
Quando pensamos na cultura da Reaktor, pensamos que tem raízes nórdicas – mas cada vez mais a nossa cultura é global e cada localidade também constrói a sua própria sintonia única.

Notámos que a nossa mentalidade de cuidado, autonomia, aprendizagem contínua, auto-responsabilidade e trabalho de equipa ressoa. Muitos dos nossos colegas de equipa destacam a autonomia que experimentam aqui como algo que não é tão tradicional em muitas empresas portuguesas. E ainda temos o trabalho de convencer as pessoas de que a autonomia não é uma promessa vazia – as pessoas estão tão habituadas a estruturas hierárquicas que é difícil acreditar nisso até se ter a experiência de trabalhar connosco.

Quando entraram no mercado português, um dos objetivos anunciados na altura foi “querer fazer da capital portuguesa a ligação entre Helsínquia e os Estados Unidos”. Estão a conseguir concretizar esse propósito?
Sim, estamos. A crescente comunidade de talentos de Lisboa trabalha com clientes globais e colabora com Reaktorianos em todas as nossas localizações.

“Uma boa cultura significa uma melhor colaboração entre a equipa, o que, por sua vez, significa um melhor resultado para os clientes e para a empresa”.

O que é que o título Great Place to Work, que receberam recentemente, traz de impulsionador ao projeto Reaktor em Portugal?
Certificações como o Great Place To Work são uma validação externa de que estamos no caminho certo. É um grande momento de reconhecimento de que estamos a fazer algo bem – afinal, é um título atribuído pelos nossos próprios colaboradores. É uma honra receber este título e, depois de todo o trabalho árduo de toda a nossa comunidade, estamos muito orgulhosos do que criámos em conjunto.

A cultura de trabalho não é apenas um valor simbólico. Uma boa cultura significa uma melhor colaboração entre a equipa, o que, por sua vez, significa um melhor resultado para os clientes e para a empresa.

O nosso objetivo é criar uma comunidade onde as pessoas possam crescer como indivíduos e profissionais, e dar-lhes o apoio de que necessitam para o fazer. O bem-estar e a felicidade das pessoas são uma vantagem para a nossa equipa, a nossa empresa, os nossos clientes e Lisboa.

“Alguns exemplos dos benefícios que oferecemos aos colaboradores são uma bolsa de aprendizagem trimestral para investir no desenvolvimento profissional (…)”.

Quais são os ingredientes necessários para atingir este patamar? O que oferecem de diferenciador às vossas pessoas?
Tudo o que fazemos está enraizado na ideia de que o que é feito hoje pode ser feito melhor amanhã. Queremos alimentar este desejo de fazer mais e melhor, dando à equipa as ferramentas necessárias para crescer como profissionais e indivíduos. Uma boa remuneração, um verdadeiro equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e um tempo livre adequado são universais para todos os Reaktorianos a nível mundial.

Na Reaktor Lisboa, os nossos benefícios e regalias evoluem com a nossa comunidade, e estamos sempre abertos a novas ideias. Alguns exemplos dos benefícios que oferecemos aos colaboradores são uma bolsa de aprendizagem trimestral para investir no desenvolvimento profissional, jantares de equipa e eventos sociais, seguro de saúde, benefícios de deslocação e uma comunidade que apoia os profissionais quando necessário.

Como é que posicionam face à diversidade, inclusão e multiculturalidade das vossas equipas, dos vossos talentos?
Com 700 pessoas, mais de 60 nacionalidades e seis países, a Reaktor é muito diversificada! Estamos empenhados em fazer da empresa um ambiente que abraça e valoriza todos os colaboradores por aquilo que são. Comprometemo-nos perante os clientes a ser um parceiro capaz de oferecer conhecimentos especializados provenientes de uma vasta gama de origens e experiências. E esperamos ser um exemplo para as empresas – especialmente no setor da tecnologia – para mostrar que fazer o que está certo pode ser combinado com a obtenção dos melhores resultados.

Em que mercados é que estão presentes atualmente?
A nível mundial, somos uma comunidade de mais de 700 pessoas, de 58 nacionalidades espalhadas, por seis países. Temos escritórios em Nova Iorque, Lisboa, Amesterdão, Helsínquia. Seinäjoki, Turku, Tampere, Estocolmo e Tóquio. Os nossos clientes são oriundos e operam em todo o mundo.

“Lisboa é uma parte crucial do nosso crescimento (…)”.

E qual o peso de Portugal na vossa estratégia de negócio global?
A Reaktor não existe sem as suas pessoas fantásticas. Lisboa é uma parte crucial do nosso crescimento como a mais nova e mais recente comunidade de talentos.

A nível tecnológico, que tendências prevê para o vosso setor de atividade nos próximos tempos?
A rápida expansão da inteligência artificial e o desenvolvimento da computação quântica são as duas mega tendências que estamos a seguir e a experimentar.

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