Saúde mental é prioridade das empresas, destaca estudo

No Dia Mundial da Saúde Mental, o Talent Trends 2024 destaca a cada vez maior valorização de ambientes de trabalho saudáveis, em detrimento da progressão profissional.

Os profissionais dão mais importância à saúde e ao bem-estar, valorizam a saúde mental e os ambientes de trabalho saudáveis, secundarizando a progressão profissional, constata a Michael Page no seu estudo Talent Trends 2024.

Esta análise, que aborda a saúde mental no local de trabalho, entre outros aspetos, revela que, e seguindo a tendência do resto da Europa, os profissionais portugueses mostram-se disponíveis para dar prioridade à saúde e ao bem-estar, em detrimento de outros aspetos profissionais mais tradicionais. 60% afirma que rejeitaria uma promoção que significasse sacrificar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

O estudo revela ainda que as mulheres, as pessoas com mais de 50 anos e as que estão satisfeitas com o seu salário atual têm uma maior probabilidade de escolher o bem-estar, em detrimento de uma promoção.

Perante esta realidade, e no dia que a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como o Dia Mundial da Saúde Mental, a Michael Page destaca a necessidade de implementação de estratégias que contribuam para a valorização da saúde mental. Por isso, alerta para a necessidade das empresas reforçarem o investimento na saúde mental e de eliminarem barreiras, como a falta de abertura na comunicação e a relutância em discutir questões de saúde mental para combater estigmas. Estes são, de acordo com a consultora de recrutamento, fatores determinantes para o desenvolvimento das organizações.

A falta de equilíbrio entre as responsabilidades pessoais e profissionais, a pressão para atingir metas irrealistas e o ambiente de trabalho tóxico, que resulta muitas vezes de uma cultura de microgestão, aliada a incertezas económicas, encontram-se entre as principais causas dos problemas de saúde mental, que afetam cerca de 30 a 40% dos profissionais portugueses, revela a empresa. Acrescenta ainda que o promover ambientes de trabalho saudáveis é, não só uma questão de bem-estar, mas também de performance e sustentabilidade das próprias organizações.

“Os custos associados à saúde mental, em termos de produtividade, são substanciais. Estima-se que o absentismo, o presenteísmo (o colaborador está fisicamente presente, mas com baixa produtividade devido a problemas de saúde mental) e o turnover, associados a questões de saúde mental, podem custar às empresas portuguesas, anualmente, milhões de euros. O impacto em termos de perda de produtividade pode chegar aos 4 a 6% do PIB, de acordo com estimativas globais, e Portugal não está imune a esta realidade”, afirma Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page.

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