Rui Albuquerque: “Nunca tivemos um pensamento liberal em Portugal”

A primeira de uma série de entrevistas do “Spes Libertatis”, promovidas pelo Instituto +Liberdade, teve como convidado o pensador Rui Albuquerque, subdiretor da Faculdade de Direito e Ciência Política da Universidade Lusófona do Porto e administrador e gestor universitário.

Democracia-liberal, liberalismo, política, Estado e livros foram algumas das temáticas que estiveram em foco na primeira sessão da iniciativa “Spes Libertatis que o recém-criado Instituto +Liberdade lançou na semana passada. O convidado foi Rui Albuquerque, subdiretor da Faculdade de Direito e Ciência Política, da Universidade Lusófona do Porto, administrador e gestor universitário e doutorado em Ciência Política, pela Universidade do Minho, e ainda autor e colaborador nos blogues Blasfémias, O Insurgente e Portugal Contemporâneo.

Numa conversa com Ricardo Luz, autor da iniciativa “Spes Libertatis”, Rui Albuquerque relembrou a forma como o livro “Direito, Liberdade e Legislação”, mudou a sua forma de pensar, sobretudo a ideia de ordem social espontânea, e fez uma revisão histórica da evolução do liberalismo em Portugal.

Na sua reflexão, Rui  Albuquerque defendeu que “nunca tivemos um pensamento liberal em Portugal, começamos a tê-lo talvez há 40 anos, absolutamente minoritário, com meia dúzia de pessoas”, e salientou que  “se não se explicarmos às pessoas o que elas só perdem se seguirem as ideias socialistas, nunca conseguiremos mudar a mentalidade em Portugal”.

Rui Albuquerque referiu ainda que “o país deve ser um bocadinho mais livre do que tem sido de há muito tempo para cá”, e que “o primeiro trabalho de desbravar terreno sobre o que é o liberalismo, sobretudo, nas universidades não está concluído, longe disso, mas pelo menos o liberalismo já não é um animal estranhíssimo com era no meu tempo”.

Perante o percurso histórico, do país, considera que “nunca tivemos o verdadeiro culto de liberdade em Portugal. Fomos sempre um país muito pendurado no Estado”, e deseja, pelo menos, “um país mais livre e menos estatizado do que aquilo que nós somos”. Para isso, alega que “as ideias têm de ser disseminadas nas sociedades para que as pessoas as percebam e saibam distinguir umas coisas das outras”. Por outro lado, Rui Albuquerque frisa que a grande transformação é pôr as pessoas a ler a discutir ideias.

O “Spes Libertatis” consiste num conjunto de conversas informais online, quinzenais, que darão a conhecer um convidado e o seu pensamento de cariz liberal, bem como a sua opinião sobre, entre outras, questões como a forma como a liberdade é percebida e valorizada em Portugal, e o que fazer para que os portugueses, em especial os mais novos e as futuras gerações, possam almejar viver num país mais livre, mais justo e mais desenvolvido.

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