Recursos humanos apontam falhas na colaboração com CFO, diz novo estudo

Um novo relatório da SAP Concur revela que os líderes de RH queixam-se de falta de partilha de dados, prioridades desalinhadas e escasso apoio por parte dos CFO. Apesar de ambos reconhecerem o impacto estratégico do talento, persistem obstáculos que limitam o verdadeiro potencial desta parceria.
Os responsáveis financeiros e de recursos humanos das empresas têm todo o interesse em colaborar, de modo a potenciar o crescimento do negócio. Por um lado, os insights financeiros são fundamentais para o planeamento da força de trabalho; por outro, os CFO podem também ajudar a medir o impacto das iniciativas de RH. Mas os recursos humanos “queixam-se” de insuficiente partilha, falta de transparência e prioridades conflitantes.
De acordo com o relatório SAP Concur CFO Insights 2025, a esmagadora maioria (81%) dos CFO acredita ser o principal impulsionador do crescimento do negócio.
“Os CHRO (Chief Human Resources Officer) têm manifestado interesse em colaborar de forma acrescida com os seus homólogos financeiros, podendo identificar várias áreas que representam uma oportunidade imediata. No final de contas, o core da sua função mantém uma forte conexão com o crescimento: desde a atração e retenção de talento, até à promoção da cultura da empresa e à experiência dos colaboradores”, lê-se no relatório.
Os desafios esperados em 2025 obrigam o C-suite a adotar estratégias, incluindo oportunidades de colaboração que ajudem a organização a crescer.
Quase metade (48%) dos líderes financeiros vê a atração e retenção de talento como um dos fatores mais importantes para impulsionar o crescimento. Para os responsáveis de RH, os elementos mais impactantes neste âmbito são os salários e benefícios competitivos, as opções de carreira claras que permitam o crescimento e as opções de trabalho flexíveis.
Embora 83% dos líderes de RH reconheça que melhorar a experiência dos funcionários é uma prioridade, 38% confessa não possuir os recursos adequados para alcançar esse objetivo.
De facto, estes são aspetos muito importantes para os colaboradores das empresas, inclusivamente em Portugal: salário, benefícios, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, bom ambiente de trabalho e progressão na carreira estão entre os principais critérios valorizados pelos colaboradores (Randstad, Employer Brand Research 2025).
Ainda segundo o estudo, 42% dos CHROs quer trabalhar mais de perto com os líderes financeiros em estratégias de remuneração e benefícios. Neste âmbito, 54% dos líderes de RH pretende que os CFO forneçam insights financeiros para dar suporte ao planeamento da força de trabalho, enquanto 48% quer a contribuição dos CFO para medir o impacto das iniciativas de RH e 44% gostaria que os departamentos financeiros aumentassem as suas alocações orçamentais.
Quando questionados sobre os obstáculos à colaboração interdepartamental, os líderes de RH apontam a insuficiente partilha de dados, falta de transparência, prioridades departamentais conflitantes e falta de tempo para reuniões regulares.
Os CHRO acreditam que a melhor solução para remover estes bloqueadores e combater os silos consiste na criação de grupos de trabalho e reuniões multifuncionais regulares, assim como na elaboração de orçamentos flexíveis para projetos colaborativos.
IA, duty of care e ESG continuam a captar a atenção dos responsáveis de RH
Enquanto 68% dos líderes de RH considera que as iniciativas de IA atingiram ou superaram as expectativas, 33% afirma que ficaram aquém ou apenas responderam parcialmente ao esperado – o que pode indiciar que cerca de um terço das organizações está atrasada na utilização da IA como suporte das metas de RH, revela o estudo.
Os dados do mercado português indicam que a utilização da IA no ambiente laboral está a aumentar: 17% dos colaboradores incorpora agora regularmente esta tecnologia nos seus processos produtivos, contra apenas 11% no ano passado – com a geração Z a destacar-se das demais neste âmbito (Randstad, Employer Brand Research 2025).
Por outro lado, quase todos (99%) os CHRO atualizaram as suas políticas de viagens, para se adequarem aos novos requisitos. 51% reforçou os protocolos de segurança nas viagens; 46% ofereceu opções de viagens mais flexíveis; e 42% aumentou o apoio ao trabalho remoto. Além disso, a esmagadora maioria (94%) dos líderes de RH relata que a conformidade ESG está a impactar as suas políticas de viagens, sendo que 59% está a incorporar opções ecológicas neste domínio.