Recovo, start-up fundada por ex-funcionários da Bershka e da Tous quer dar uma nova vida aos excedentes têxteis

A Recovo quer revolucionar a produção têxtil, funcionando como uma ponte entre as marcas de moda e os fornecedores, e ajudando a transformar resíduos em matérias-primas. A start-up trabalha com empresas como a Pronovias e a About You.

A indústria da moda é responsável por 10% das emissões de carbono, segundo um relatório da ONU. Este valor é superior ao emitido pelos voos internacionais e pela transporte marítimo. Tendo em conta este cenário, a Recovo quer protagonizar uma nova era da produção têxtil. A start-up catalã pretende ser a ponte entre as marcas de moda e os fornecedores têxteis, tendo como objetivo transformar os resíduos em novos produtos.

O seu modelo de negócios centra-se em ligar empresas que têm excedentes ou precisam de comprar material de outras empresas ou diretamente do fornecedor, explica Gonzalo Sáenz, um dos seus fundadores, citado pelo Business Insider. A Recovo recebe uma percentagem quando a transação é realizada no seu marketplace.

A start-up foi lançada em maio de 2021 por Mónica Rodríguez, Marta Iglesias e Sáenz. Os três testemunharam em primeira mão o problema dos excedentes, uma vez que trabalharam em empresas como Bershka, Tropicfeel e L’Oréal ou Tous, respetivamente.

Hoje, a equipa da Recover é composta por 10 pessoas e na sua lista de 460 clientes encontramos empresas como a alemã About You e também as espanholas Pronovias ou Moises Nieto.

O seu marketplace conta com 1500 utilizadores registados. O seu volume de transações subiu para quase 760, o que fez com que o seu volume de negócios este ano tenha subido 430% em relação ao mesmo período de 2021. Em novembro de 2021, a start- up fechou uma primeira ronda de financiamento no valor de 300 mil euros e prepara-se para a próxima. Desta vez, quer angariar entre 1 e 5 milhões de euros.

O foco do Recovo está na Europa e não é por acaso: os principais players do setor têm escritórios no Velho Continente. Assim, 60% da suas vendas são feitas fora de Espanha.

“Defendemos que o modelo da indústria deve mudar”, sustenta o fundador. No entanto, admite que a mudança deve partir também do consumidor: “Temos de entender que não precisamos de comprar uma camisa nova de dois em dois  meses”, frisa.

Os fundadores estão cientes de que a indústria da moda sempre existirá, a questão que se coloca é quais serão os materiais usados ​​na produção. “E é aqui que entra a Recovo”, explicam.

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