Entrevista/ “Queremos ser a próxima Matutano do mundo dos snacks”

Nuno Guterre, CEO da Hot Nuts Original

A Hot Nuts é a primeira marca de ‘snacks’ aperitivos no mundo a criar diferentes sabores para um tipo específico de bebidas. Falámos com Nuno Guterre, para conhecer a estratégia e os projetos para o futuro da empresa, que acaba de receber aprovação do 2020 para apostar na internacionalização.

A Hot Nuts, empresa portuguesa que cria sabores para potenciar aromas de diferentes bebidas, teve início em 2009, mas durante quatro anos realizou testes a sabores e desenvolveu os seus produtos. Neste processo, a Hot Nuts recorreu a especialistas nos domínios da engenharia alimentar e da nutrição, mas também a “experts” das áreas das cervejas e do gin.

Originalmente criada para realçar o sabor do Gin, a empresa rapidamente criou quatro referências, especialmente concebidas para acompanhar a degustação de outras tantas bebidas premium, como vinho, champanhe, cerveja e soft drinks.

Presente nos supermercados El Corte Inglés e em mais de 2 mil pontos no canal Horeca, a marca promete não ficar por aqui. A internacionalização e a criação de uma nova linha com um novo conceito, que deverá chegar ao mercado em 2018, fazem parte dos planos da empresa, que não esconde as suas origens.

Como surgiu a Hot Nuts?
A Hot Nuts Orginal surgiu após termos percebido que o mundo dos snacks aperitivos estava mal feito. Foi então que criámos a primeira marca de snacks aperitivos com conceito, aliando-a a uma imagem bastante premium. A primeira marca no mundo dos snacks com conceito é portuguesa e chama-se Hot Nuts.

Identificaram a inexistência, à escala global, de um ‘snack’ para acompanhar um gin. Consideram o Gin uma moda? O que procuram fazer para inovar e não ficarem presos às “modas” /tendências?
Sim, efetivamente o Gin estava na moda e com taxas de crescimento muito elevadas e foi a primeira combinação que desenvolvemos, mas logo a seguir foram desenvolvidas novas combinações com outro tipo de bebidas. O que procuramos é exatamente isso: criar novas combinações, ou seja, criamos momentos para o consumidor. Queremos ser a próxima Matutano do mundo dos snacks.

Quais as maiores dificuldades que encontrou quando lançou a empresa?
As maiores dificuldades foram o mercado nacional, devido à nossa imagem ser bastante internacional.

Como desenvolveram os sabores que hoje encontramos no mercado?
Todos os nossos sabores foram desenvolvidos em conjunto com experts nas bebidas e produtores das mesmas.

Como são selecionados os ingredientes? São ingredientes portugueses?
Os ingredientes são selecionados através do match perfeito com a bebida, tendo em conta o realce dos aromas presentes em cada tipo de bebida. Todos os ingredientes que selecionamos são internacionais, devido às suas complexidades nos aromas e sabores presentes.

Quantas pessoas trabalham neste momento na Hot Nuts?
De momento, são 6 elementos.

Onde podemos encontrar a Hot Nuts neste momento?
Neste momento, no mercado nacional, pode encontrar nos supermercados El Cort Inglés, assim como em mais de 2000 pontos de venda no canal Horeca.

Quanto faturaram em 2015? E em 2016?
A faturação em 2015 foi de 122 mil euros e, em 2016, foi de 93 mil euros.

O que foi importante para o sucesso da empresa?
O sucesso da empresa tem a ver com a criação de uma marca, em que estão presentes os três pontos chave: qualidade de produto, preço de venda e imagem de marca. Uma marca que reúna estes três pontos tem todo o potencial para o sucesso.

A Hot Nuts estava à procura de entrada de capital, de forma a dar seguimento ao seu crescimento, bem como de serviços de consultoria financeira e comercial. Já foram contactados neste sentido?
Não, ainda não desenvolvemos contactos nestas áreas. De momento, estamos focados no processo de internacionalização.

Uma referência que a Hot Nuts gostaria de implementar no mercado?
Temos novas referências de sabores e tamanhos a serem desenvolvidos, assim como uma nova linha de marca com um novo conceito, para 2018.

O que perspetiva como resultados para este ano de 2017?
Este ano vai ficar marcado com o alargamento de mais referências, já no primeiro trimestre.

Querem também avançar para outros mercados? Como será feita a incursão nos mercados internacionais?
O mercado Internacional já é um horizonte bem próximo, dado que já participamos em feiras internacionais e temos já vendas realizadas.

Como vê a Hot Nuts daqui a três anos?
Vejo-a como uma marca de snacks premium presentes nas principais redes de supermercados internacionais. Penso que será mesmo possível atingir a liderança de vendas.

O que precisa de acontecer, em termos de políticas governamentais e de incentivos, para ajudar empresas como a Hot Nuts?
Tivemos agora a notícia de que o nosso projeto de internacionalização, cuja candidatura submetemos ao Portugal 2020, foi aprovado. São boas notícias a acontecer.

Um conselho a quem está a lançar uma start-up…
Inovação e aposta no mercado Internacional. O mercado Nacional tem muito pouca expressão….

Respostas rápidas:

O maior risco: Não internacionalizar.
O maior erro: Não inovar!
A melhor ideia: Sermos diferentes
A maior lição: Fazer com paixão!

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