Opinião

Quer mudar a forma de pensar da sua empresa?

Céline Abecassis-Moedas, fundadora e diretora Académica do CTIE

Mudar é difícil. Todos sabemos! No entanto, nestes dois últimos anos num mundo em rápida mudança apreendemos que a mudança é provavelmente um constante na vida. Sendo assim, porque que é tão difícil para nós aceitar mudanças em nossas rotinas diárias ou mesmo no local de trabalho?

Vamos a tempo para ajudar as empresas a navegar nestes períodos de mudança. O mais difícil para esta mudança ter sucesso é o elemento pessoas, uma parte vital do bolo que acabará por inviabilizar todo o seu processo de mudança se não for considerado como deve ser.

Uma das soluções pode passar para adicionar mais mulheres em carga de direção[1]. Neste estudo, descobrimos que depois do ingresso de mulheres no C-level, as empresas tornaram-se mais abertas a mudanças e menos propensas a riscos. Em outras palavras, essas organizações abraçaram cada vez mais a transformação e inovação enquanto buscavam reduzir os riscos associados. Essas organizações investem mais em I&D e fazem menos aquisições. Isso sugere que adicionar mulheres ao C-suite não traz apenas novas perspetivas para a equipa de gestão de topo, mas muda a forma como a equipa de gestão pensa.

É possível que essas mudanças sejam simplesmente o resultado direto do aumento da diversidade na equipa de gestão. Estudos sugerem que ter perspetivas mais diversas para pensar nas principais decisões pode tornar um grupo mais aberto à mudança e mais propenso a ver a mudança como viável.

É preciso mostrar às jovens mulheres que têm um papel essencial na sociedade para liderar esta mudança que tanto desejamos. Não só no mundo corporativo, mas também como empreendedoras. Claro que existem obstáculos. As mulheres que criam empresas têm mais dificuldades de financiamento e têm menos visibilidade, mas foi precisamente por isso que foi criado o O prémio que distingue mulheres empreendedoras serve de inspiração às gerações futuras. Há cada vez mais investigação que mostra que as empresas criadas por mulheres, apesar das dificuldades de financiamento, normalmente têm mais sucesso financeiro.

Há nas mulheres uma autolimitação que deve ser combatida, até porque estão a surgir novas realidades, como é o caso do teletrabalho, que vêm modificar a estrutura da família e permitir um maior equilíbrio.

[1] https://hbr.org/2021/04/research-adding-women-to-the-c-suite-changes-how-companies-think

*Center for Technological Innovation and Entrepreneurship (CTIE)


Doutorada em Estratégia Empresarial (École Polytechnique, Paris), mestre em Gestão (Université Paris Dauphine) e licenciada em Economia e Gestão (École Normale Supérieure de Cachan e La Sorbonne), Céline Abecassis-Moedas é diretora da Formação de Executivos, fundadora e diretora Académica do Center for Technological Innovation & Entrepreneurship e professora associada nas áreas de Estratégia e Inovação na CATÓLICA-LISBON.
Além disso é professora afiliada na ESCP Europe, onde é titular da Cátedra “Fashion and Technology”. Também administradora não executiva dos CTT e da José de Mello Saúde.
Foi professora na Queen Mary University of London e trabalhou como consultora de estratégia na AT Kearney, em Londres, e como gestora de Produto na Lectra, em Nova Iorque.

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