Quase um quarto das empresas aumentaram investimento em tecnologia devido à pandemia

Foram as empresas ligadas à informação e comunicação que mais aumentaram os investimentos, seguidas pelas empresas da categoria outros serviços e ainda pelas empresas do comércio, segundo dados do INE.

No ano passado, 24% das empresas aumentaram o investimento alocado às tecnologias de informação e comunicação (TIC) devido ao contexto de pandemia. Os dados são revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), num inquérito à utilização de TIC na empresas.

“Das empresas que indicaram um aumento de investimento nas TIC devido à pandemia covid-19, 18,7% referem o investimento em computadores portáteis, 14,8% em equipamento periférico, nomeadamente monitores, impressoras, etc., 11,6% em telemóveis, 8,7% em serviços de computação em nuvem para utilizar na Internet, 7,5% em formação em áreas TIC e 9,0% em outras áreas além das enunciadas”, explica o INE em comunicado.

Por setor de atividade económica, foram as empresas ligadas à informação e comunicação, onde se inserem as tecnológicas, por exemplo, que mais aumentaram os investimentos (45,3%), seguidas pelas empresas da categoria “outros serviços” (34,9%) e ainda pelas empresas do comércio (28,5%). As empresas de maiores dimensões, com mais de 250 pessoas ao serviço, foram as que mais aumentaram estes investimentos (54,3%).

Além do aumento do investimento, 21,3% das companhias em Portugal revelaram ter iniciado ou aumentado os esforços para vender bens ou serviços através da Internet, no sentido de enfrentar os efeitos das restrições para conter a pandemia. Neste caso, as empresas do setor do comércio foram aquelas que mais investiram (33%), seguidas pelas empresas do setor de alojamento e restauração (30,7%) e pelas empresas de informação e comunicação (30%). As empresas da construção e imobiliárias foram aquelas que menos investiram para vender bens ou serviços na Internet (7,8%), muito devido à natureza do negócio.

No ano passado, as vendas de bens e serviços através do comércio eletrónico representaram 17% do total do volume de negócios em 2020, um recuo de 2,8 pontos percentuais face ao ano anterior. “Este resultado foi influenciado pelas reduções observadas nos serviços de alojamento e de transporte e pela redução de transações entre empresas, refletindo a contração da atividade económica em consequência da pandemia”, refere o INE.

Das 96,3% de empresas que fizeram vendas de bens ou serviços pela internet as vendas foram feitas para clientes em Portugal. Já 49,7% indica ter feito vendas para outros países da UE e ainda 35,2% vendeu ao resto do mundo.

Aumento da presença online
Este inquérito contém ainda dados sobre este ano, com informação até março de 2021. 62% das empresas referem ter website próprio ou do grupo económico a que pertencem, o que revela um aumento de 0,5 pontos percentuais fase a 2020. No que toca à presença online, as empresas mais pequenas (entre 10 a 49 pessoas ao serviço) registaram a maior subida, na ordem de um ponto percentual).

A maioria das empresas disponibiliza a descrição dos produtos, listas de preços e ligações ou referências a perfis de redes sociais da empresa (80,9% e 57,0% das empresas com website, respetivamente).

Em 2021, 59,4% das empresas utilizam meios de comunicação digital (social media), o que reflete um acréscimo de 9,4 pontos percentuais face a 2019, o último ano em que existem dados sobre este tema. A quase totalidade destas empresas utiliza as redes sociais (97,9%), um aumento de 9,9 pontos percentuais face a 2019.

No que toca à utilização de serviços de computação cloud e de inteligência artificial, mais de um terço das empresas (34,7%) já utiliza este tipo de serviço, o que representa um acréscimo de 5,7 pontos percentuais face a 2020 e de 10 p.p face a 2018. “Todos os escalões de pessoal ao serviço registam aumentos relativamente aos períodos anteriores (2020 e 2018), bem como nos setores de atividade, exceto no setor da Construção e atividades imobiliárias que regista um decréscimo de 6,9 p.p. face a 2020”, indica o INE.

A esmagadora maioria das empresas (88,7%) refere a compra de serviço de correio eletrónico, seguido do armazenamento de ficheiros (70,5%), software de aplicação de segurança (65,5%) e software de escritório (60,6%).

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