Opinião

“Promovemos uma cultura de prevenção de riscos para melhorar as condições de trabalho na Europa”

William Cockburn, diretor executivo interino da EU-OSHA*

“Proteger os funcionários de acidentes e doenças é mais do que um dever legal e ético, representa um pilar fundamental da prática empresarial responsável”. A afirmação é de William Cockburn, da EU-OSHA, que explica como o mais recente Quadro Estratégico da UE para a Saúde e a Segurança no Trabalho beneficiará os trabalhadores em toda a Europa e fala da campanha da agência sobre segurança na era digital.

A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (European Agency for Safety and Health at Work, EU-OSHA, na sigla em inglês) foi criada em União Europeia em 1994 e trabalha em rede com organizações europeias para melhorar as condições de trabalho, produzindo e distribuindo informação sobre segurança e saúde. A sua missão é tornar os locais de trabalho da Europa mais seguros, mais saudáveis e mais produtivos

Localizada em Bilbau, Espanha, conta com uma equipa dedicada de especialistas em segurança e saúde no trabalho (SST), comunicação e administração. Em cada país, é representada através de uma rede de pontos focais, que são normalmente os principais organismos de SST em cada Estado Membro. Em Portugal, este apoio é assegurado pela Autoridade para as Condições do Trabalho.

Nas vésperas da Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho e do lançamento oficial da campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis na era digital,  falámos com William Cockburn, diretor executivo interino da EU-OSHA, sobre as expetativas da iniciativa que visa promover o trabalho seguro e saudável na era digital, mas também sobre os projetos da agência para o futuro.

Quais são as principais mensagens da campanha “Safe and healthy work in the digital age”? Do que se trata?
Avançando mais rapidamente do que qualquer inovação na nossa história, as tecnologias digitais transformaram a nossa sociedade e a nossa vida quotidiana. Para os trabalhadores e empregadores em muitos locais de trabalho e em todos os setores, a tecnologia digital oferece mais oportunidades, mas também apresenta desafios e riscos em termos de segurança e saúde.

De acordo com as conclusões do nosso inquérito de 2019 aos locais de trabalho (ESENER), a maioria das empresas da UE adotou plenamente as tecnologias digitais como componentes integrantes das suas operações. De fato, apenas 6% das empresas relataram não utilizar nenhum sistema ou ferramenta digital. No entanto, apesar da presença destas tecnologias digitais, existe uma lacuna substancial na abordagem do seu potencial impacto na segurança e saúde dos trabalhadores. Apesar da utilização crescente de robôs, computadores portáteis, telemóveis inteligentes ou dispositivos vestíveis, menos de um em cada quatro locais de trabalho (24%) na UE está a debater o potencial impacto dessas tecnologias na segurança e saúde dos trabalhadores. A discrepância entre a adoção de tecnologia e a consideração dos riscos associados sublinha a necessidade de um esforço concertado para colmatar esta lacuna.

Em resposta a esta preocupação premente, a campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis 2023-25 assume um lugar central. Alinhada com a abordagem Visão Zero da Comissão Europeia, que procura incutir uma cultura de prevenção, esta campanha, que promove uma cultura de prevenção de risco, visa sensibilizar, oferecer recursos práticos e promover a colaboração entre as partes interessadas. A campanha aborda os desafios em evolução colocados pelas tecnologias digitais no trabalho.

“Ao longo dos anos, muitas organizações fizeram progressos notáveis no reforço das suas normas de segurança e saúde no local de trabalho”.

Como podem as organizações participar na campanha?
Existem muitas formas de as organizações participarem ativamente nesta campanha de grande alcance. Por exemplo, organizando workshops, seminários, cursos de formação e até concursos — para educar e sensibilizar para as oportunidades e os desafios da digitalização do trabalho. Além disso, a partilha de boas práticas é incentivada nas redes das organizações, a fim de contribuir para uma cultura de aprendizagem e melhoria, beneficiando todos os envolvidos.

Para aqueles que procuram a excelência da Saúde e Segurança do Trabalho (SST), participar nos Prémios de Boas Práticas da Campanha “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis” é uma grande oportunidade. Pode destacar iniciativas excecionais em matéria de SST, inspirando outros e promovendo os objetivos da campanha.

Além disso, para aqueles que estão comprometidos com um nível mais profundo de envolvimento, há a opção de se tornar um parceiro oficial de campanha ou parceiro de media. Ao longo dos anos, muitas organizações fizeram progressos notáveis no reforço das suas normas de segurança e saúde no local de trabalho. Alguns foram mesmo reconhecidos com os Prémios de Boas Práticas da Campanha “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”, contribuindo para a influência da campanha nas práticas de SST em toda a Europa.

Quais são as suas recomendações para fortalecer o diálogo entre as Organizações da Sociedade Civil, os meios de comunicação social e as instituições públicas sobre o trabalho seguro e saudável na era digital?
Para melhorar esse diálogo, é crucial estabelecer fóruns colaborativos regulares onde essas partes interessadas possam partilhar insights, dados e melhores práticas. A campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis apresenta uma plataforma ideal para promover esta colaboração. Os nossos parceiros oficiais de campanha abrangem diversas entidades, tais como ONG, parceiros sociais, empresas multinacionais e instituições públicas.

Além disso, a nossa rede de pontos focais em cada um dos Estados Membros e nas suas afiliadas nacionais desempenha um papel fundamental na facilitação destas ligações vitais. Em Portugal contamos com o inestimável apoio da Autoridade para as Condições do Trabalho.

Promover a transparência e canais de comunicação abertos entre essas entidades pode também fomentar uma melhor compreensão dos desafios e oportunidades no cenário de trabalho digital. Por último, o envolvimento ativo com o público através de campanhas informativas e de informação acessível pode aumentar a sensibilização e incentivar uma ação coletiva em prol de ambientes de trabalho digitais mais seguros e saudáveis.

“A estratégia da UE centra-se no reforço das medidas de prevenção, na redução dos acidentes de trabalho e na melhoria da saúde no trabalho em geral”.

De que forma o mais recente Quadro Estratégico da Comissão Europeia para a Saúde e a Segurança no trabalho beneficiará os trabalhadores em toda a Europa?
O mais recente Quadro Estratégico da Comissão para a Saúde e a Segurança no trabalho 2021-2027 visa trazer benefícios substanciais aos trabalhadores em toda a Europa. As estratégias nacionais de SST derivadas da estratégia da UE alargam o impacto para os trabalhadores em todos os Estados Membros. A estratégia da UE centra-se no reforço das medidas de prevenção, na redução dos acidentes de trabalho e na melhoria da saúde no trabalho em geral.

Além disso, o quadro coloca uma forte ênfase na resposta a desafios emergentes, como a digitalização e as transições ecológica e demográfica. Ao garantir que as medidas de segurança acompanham a evolução dos ambientes de trabalho, protege os trabalhadores de novos riscos, promovendo simultaneamente a inovação e a sustentabilidade. Centra-se numa preparação crescente para eventuais crises de saúde futuras.

Como estão as agências da UE a trabalhar para melhorar as condições no local de trabalho?
Para mencionar apenas algumas das muitas agências existentes, a EU-OSHA trabalha para tornar os locais de trabalho europeus mais seguros, mais saudáveis e mais produtivos — em benefício das empresas, dos trabalhadores e dos governos. Promovemos uma cultura de prevenção de riscos para melhorar as condições de trabalho na Europa.

A agência irmã da EU-OSHA, o Eurofound, presta informações, aconselhamento e conhecimentos especializados sobre condições de trabalho e trabalho sustentável, relações laborais, alterações do mercado de trabalho e qualidade de vida e serviços públicos, a fim de apoiar as instituições e os organismos da UE, os Estados Membros e os parceiros sociais na definição e execução das políticas sociais e de emprego, bem como promover o diálogo social com base em informações comparativas,  pesquisa e análise.

Uma agência criada mais recentemente, a Autoridade Europeia do Trabalho, assegura que as regras da UE em matéria de mobilidade laboral e coordenação da segurança social são aplicadas de forma justa e eficaz e torna mais fácil para os cidadãos e as empresas colher os benefícios do mercado interno.

Que questões devem as entidades patronais abordar em matéria de segurança e saúde no local de trabalho?
A Diretiva-Quadro Europeia sobre Segurança e Saúde no Trabalho (Diretiva 89/391 CEE), adoptada em 1989, constituiu um marco substancial na melhoria da segurança e da saúde no trabalho. Garante requisitos mínimos de segurança e saúde em toda a Europa e estabelece as obrigações do empregador, incluindo a avaliação de riscos. Os Estados Membros estão autorizados a manter ou estabelecer medidas mais rigorosas.

As entidades patronais devem abordar muitas questões relacionadas com a segurança e saúde no local de trabalho, por exemplo, passo a enumerar.

As nossas políticas e procedimentos de segurança no local de trabalho estão atualizados e em conformidade com as regulamentações atuais? Garantir que as políticas estão em conformidade com as normas mais recentes em matéria de saúde e segurança é crucial para manter um ambiente de trabalho seguro. Os trabalhadores estão adequadamente informados e formados em matéria de SST? É importante determinar se a equipe recebeu treinamento adequado para evitar acidentes e doenças.

Que medidas podemos tomar em relação aos trabalhadores (e aos seus representantes) para melhorar continuamente a segurança e saúde no local de trabalho e o bem-estar dos nossos trabalhadores? A procura regular de contributos dos trabalhadores e a realização de avaliações de riscos podem ajudar a identificar áreas de melhoria nas práticas de saúde e segurança.

“As empresas que demonstram um compromisso com a SST [Segurança e Saúde no Trabalho] constroem uma reputação positiva, capaz de atrair clientes, investidores e talentos de topo”.

Numa situação económica difícil, como a atual, continua a pensar que a segurança e a saúde no trabalho continuarão a ser uma prioridade para as empresas?
A prioridade atribuída às empresas em matéria de SST pode variar. Embora algumas empresas possam enfrentar pressões financeiras que as tentem a reduzir os investimentos em saúde e segurança, outras reconhecem a importância desse investimento por várias razões:

  • Conformidade legal: na UE temos regras abrangentes sobre segurança e saúde no local de trabalho. Além do imperativo moral, o não cumprimento pode resultar em penalidades substanciais e danos à reputação de uma empresa.
  • Bem-estar dos trabalhadores: O bem-estar dos colaboradores é essencial para a produtividade e a moral. As empresas que priorizam a SST tendem a ter uma força de trabalho mais saudável, mais satisfeita e mais produtiva.
  • Poupança de custos: Embora os investimentos iniciais em medidas de segurança possam parecer dispendiosos, a investigação mostra que produzem um bom retorno, conduzindo a menos acidentes e a menos dias de trabalho perdidos devido a doenças.
  • Responsabilidade social das empresas: as empresas que demonstram um compromisso com a SST constroem uma reputação positiva, capaz de atrair clientes, investidores e talentos de topo.
  • Recrutamento e retenção de trabalhadores: as empresas que investem em medidas de segurança atraem e retêm frequentemente melhor os trabalhadores, porque é mais provável que estes permaneçam em empregadores que dão prioridade ao seu bem-estar.

A pandemia de Covid-19 sublinhou a importância crítica da segurança e saúde no trabalho, evidente na proteção dos trabalhadores da linha da frente, na necessidade de EPI adequados e na adaptação às práticas de teletrabalho, entre outros aspectos fundamentais.

Considera que proteger os trabalhadores de acidentes e doenças não é apenas um dever legal e ético, mas muito mais do que isso?
Absolutamente, proteger os funcionários de acidentes e doenças transcende o ser meramente um dever legal e ético – representa um pilar fundamental da prática empresarial responsável. É também considerado um direito fundamental pela Organização Internacional do Trabalho e um dos princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Embora o cumprimento da legislação e da ética seja essencial, o compromisso com a SST estende-se a dimensões mais vastas. Reflete um compromisso com o bem-estar dos colaboradores, contribui para o crescimento sustentável dos negócios e melhora a competitividade geral e a reputação de uma organização.

Cerca de metade dos trabalhadores europeus referem exposição a riscos psicossociais nos seus locais de trabalho – contra 25% em 2007 –, contribuindo para cerca de 50% de todos os dias de trabalho perdidos. O stress profissional tornou-se endémico. Prejudica os trabalhadores, as suas famílias, as empresas e as economias. Qual é a sua visão sobre isso?
Os riscos psicossociais e o stress relacionado com o trabalho figuram entre as questões mais problemáticas em matéria de segurança e saúde no trabalho. Têm um impacto significativo na saúde dos indivíduos, das organizações e das economias nacionais.

Com base nas suas atividades anteriores sobre riscos psicossociais, projetos relevantes sobre digitalização e perturbações músculo-esqueléticas, a EU-OSHA está atualmente a realizar um projeto de investigação (2022-2025) para fornecer informações fiáveis e aprofundadas sobre os riscos psicossociais relacionados com o trabalho e a saúde mental no trabalho, tendo em vista políticas, prevenção, sensibilização e práticas.

Esta investigação conduzirá à Campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis 2026-2028 da EU-OSHA, que se centrará na saúde mental e nos riscos psicossociais no trabalho em “grupos, setores e áreas profissionais novos e negligenciados”. O trabalho apoia igualmente a ação da Comissão Europeia sobre uma abordagem global da saúde mental.

“Estamos a lançar uma nova ferramenta interativa em linha de avaliação de riscos (OiRA) sobre teletrabalho”.

Quais são os principais objetivos da EU-OSHA para este ano?
Uma das principais promoções até ao final do ano de 2023 será o lançamento da Campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis centrada no trabalho seguro e saudável na era digital, durante a Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho, que decorrerá de 23 a 27 de outubro.

Além disso, lançaremos as primeiras conclusões do nosso inquérito sobre a exposição dos trabalhadores aos fatores de risco de cancro na Europa. O inquérito visa identificar melhor os fatores de risco de cancro responsáveis pela maioria das exposições e analisa as situações de exposição mais prevalentes e o número e as características dos trabalhadores expostos a uma série de fatores de risco de cancro, incluindo amianto, benzeno, crómio, gases de escape de motores diesel, níquel, poeiras de sílica, radiação UV, pó de madeira e outros. O objetivo do inquérito é orientar melhor as campanhas de sensibilização e as medidas preventivas, e contribuir para a elaboração de políticas baseadas em dados concretos.

Por último, estamos a lançar uma nova ferramenta interativa em linha de avaliação de riscos (OiRA) sobre teletrabalho. Com o teletrabalho a ser muito comum após a pandemia, pode ajudar tanto os empregadores como os teletrabalhadores a criar espaços de trabalho mais seguros e saudáveis em casa. A ferramenta OiRA sobre teletrabalho não é setorial. Independentemente do seu negócio, você pode facilmente implementá-la. Apoia os empregadores, elaborando declarações de risco baseadas em políticas, e os teletrabalhadores, oferecendo conselhos relacionados com a segurança e a saúde, que vão desde a organização do local de trabalho, o ambiente de trabalho e o posto de trabalho até aos riscos psicossociais que o teletrabalho pode acarretar. A ferramenta pode ser integrada nas atuais ferramentas setoriais do OiRA da UE ou adaptada pelos parceiros nacionais do OiRA para satisfazer as necessidades de diferentes países e setores.

Portugal é um membro muito ativo da comunidade OiRA e tem mais de 20 ferramentas setoriais OiRA publicadas em português.

Que atividades prioritárias serão dirigidas no próximo período pela EU-OSHA?
Em 2024, a EU-OSHA continuará o seu trabalho sobre prioridades políticas relevantes, como o impacto da digitalização e das alterações climáticas na SST. Continuaremos a nossa investigação sobre como melhorar a SST nas micro e pequenas empresas (MPE) e sobre a SST no setor da saúde. A nossa investigação centrar-se-á também nos riscos psicossociais e nas doenças cardiovasculares relacionadas com o trabalho, o que responde diretamente ao Quadro Estratégico de SST da UE. 2024 verá também as primeiras conclusões da quarta vaga do Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER), que mostrará como a gestão da SST nas empresas está a mudar ao longo do tempo. O inquérito dar-nos-á informações valiosas sobre as práticas de avaliação dos riscos, os impulsionadores e os obstáculos à ação, a forma como os riscos psicossociais são abordados e como os trabalhadores estão envolvidos.

A EU-OSHA continuará no próximo ano a atualizar e a desenvolver atividades iniciadas em anos anteriores. Serão abordadas as prioridades políticas pertinentes, como o impacto da digitalização na SST e o cumprimento da SST pelas micro e pequenas empresas (MPE). Serão realizados trabalhos sobre temas igualmente relevantes do ponto de vista político, como a SST no setor dos cuidados de saúde e a SST e os riscos psicossociais, que constituirão a base de conhecimentos para a Campanha Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis, que terá início em 2026. Será iniciada uma nova atividade global em matéria de SST sobre doenças cardiovasculares, que é diretamente mencionada no Quadro Estratégico da UE para a SST. Em 2024 serão também apresentadas as primeiras conclusões da quarta vaga do Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER).

Continuaremos também a atualizar e a enriquecer a nossa ferramenta de visualização de dados do Barómetro de SST. O Barómetro SST é um sistema de informação pública à escala da UE sobre os factos e números mais importantes em matéria de segurança e saúde no trabalho. O sistema fornece informações visualizadas para indicadores importantes de SST a nível nacional e da UE; baseia-se em estatísticas, inquéritos e dados públicos.

Desde o início do surto de Covid-19, a EU-OSHA tem desempenhado um papel fundamental, isoladamente ou em cooperação com outros, no fornecimento de informações e recursos úteis aos intermediários para avaliar os riscos e o impacto nos locais de trabalho e mitigá-los. A Agência continuará a contribuir para retirar ensinamentos da pandemia e a identificar áreas que necessitariam de uma avaliação mais aprofundada à luz desses ensinamentos, a fim de aumentar a preparação para futuras ameaças à saúde e segurança dos trabalhadores.

Versão em inglês

What are the main messages of the ‘Safe and healthy work in the digital age’ campaign? What it is about?
Advancing faster than any innovation in our history, digital technologies have transformed our society and our daily lives. For workers and employers in many workplaces and in all sectors, digital technology offers increased opportunities but also presents challenges and risks in terms of safety and health.

According to findings from our 2019 survey of workplaces (ESENER), the majority of EU companies have fully embraced digital technologies as integral components of their operations. In fact, a mere 6% of companies reported not using any digital systems or tools. However, despite the presence of these digital technologies, there exists a substantial gap in addressing their potential impact on the safety and health of workers. Despite the increasing use of robots, laptops, smartphones or wearable devices, less than one in four workplaces (24%) in the EU are having discussions about the potential impact of such technologies on the safety and health of workers. This discrepancy between technology adoption and the consideration of associated risks underscores the need for a concerted effort to bridge this gap.

In response to this pressing concern, the 2023-25 Healthy Workplaces campaign takes centre stage. Aligned with the European Commission’s Vision Zero approach, which promotes a culture of risk prevention, this campaign aims to raise awareness, offer practical resources, and foster collaboration among stakeholders. The campaign addresses the evolving challenges presented by digital technologies at work.

How can organisations get involved in the campaign?
There are many ways for organisations to actively participate in this far-reaching campaign. For example by organising workshops, seminars, training courses, and even competitions — to educate and raise awareness on the opportunities and challenges of the digitalisation of work.

Furthermore, sharing best practices is encouraged within organisations’ networks to contribute to a culture of learning and improvement, benefiting everyone involved.

For those striving for excellence in occupational safety and health (OSH), participating in the Healthy Workplaces Good Practice Awards is a great opportunity. It can shine a spotlight on exceptional OSH initiatives, inspiring others and furthering the campaign’s goals.

What’s more, for those committed to a deeper involvement, there’s the option to become an official campaign partner or media partner. Through the years, many organisations have made remarkable progress in enhancing their workplace safety and health standards. Some have even earned recognition with the Healthy Workplaces Good Practice Awards, contributing to the campaign’s influence on OSH practices across Europe.

What are your recommendations for strengthening the dialogue between Civil Society Organizations, The media and Public institutions about Safe and healthy work in the digital age?
To enhance such a dialogue, it is crucial to establish regular collaborative forums where these stakeholders can share insights, data, and best practices. The Healthy Workplaces campaign presents an ideal platform for fostering this collaboration. Our official campaign partners encompass diverse entities, such as NGOs, social partners, multinational corporations, and public institutions. Additionally, our network of focal points in each of the member states and their national affiliates plays a pivotal role in facilitating these vital connections. In Portugal we count with the invaluable support of the “Autoridade para as Condições do Trabalho”.

Additionally, promoting transparency and open communication channels among these entities can foster a better understanding of the challenges and opportunities in the digital work landscape. Lastly, actively engaging with the public through informative campaigns and accessible information can raise awareness and encourage collective action towards safer and healthier digital work environments.

How the Commission’s latest health and safety at work strategic framework will benefit workers across Europe?
The Commission’s latest Strategic Framework on Health and Safety at Work 2021-2027 is aiming to bring substantial benefits to workers across Europe. In addition, national OSH strategies derived from the EU strategy extend the impact for workers in all Member States. The EU strategy focuses on strengthening prevention measures, reducing workplace accidents, and improving overall occupational health. Also, the framework places a strong emphasis on addressing emerging challenges such as digitalisation and the green and demographic transitions. By ensuring that safety measures keep pace with evolving work environments, it safeguards workers from new risks while promoting innovation and sustainability.

Additionally, it focuses on an increasing preparedness for any potential future health crises.

How are EU agencies working to improve workplace conditions?
To mention only some of the many existing agencies, EU-OSHA works to make European workplaces safer, healthier and more productive — for the benefit of businesses, employees and governments. We promote a culture of risk prevention to improve working conditions in Europe.

EU-OSHA’s sister agency, Eurofound, provides information, advice and expertise on working conditions and sustainable work, industrial relations, labour market change and quality and life and public services. It supports the EU institutions and bodies, Member States and social partners in shaping and implementing social and employment policies, as well as promoting social dialogue on the basis of comparative information, research and analysis.

A more recently established agency, the European Labour Authority, ensures that EU rules on labour mobility and social security coordination are enforced in a fair and effective way and makes it easier for citizens and businesses to reap the benefits of the internal market.

What questions should employers address about safety and health in the workplace?
The European Framework Directive on Safety and Health at Work (Directive 89/391 EEC) adopted in 1989 was a substantial milestone in improving safety and health at work. It guarantees minimum safety and health requirements throughout Europe and sets out the employer’s obligations, including risks assessment. Member States are allowed to maintain or establish more stringent measures.

Employers should address many issues about workplace safety and health, for example:

  • Are our workplace safety policies and procedures up-to-date and compliant with current regulations? Ensuring that policies are in line with the latest health and safety standards is crucial for maintaining a safe working environment.
  • Are employees adequately informed and trained in OSH? It’s important to determine whether staff have received proper training to prevent accidents and illnesses.
  • What measures can we take involving workers (and their representatives) to continuously improve workplace safety and health and the well-being of our employees? Regularly seeking input from employees and conducting risk assessments can help identify areas for improvement in health and safety practices.

In a difficult economic situation, such as the current one, do you still think that occupational safety and health will remain a priority for the companies?
The priority placed on OSH by companies can vary. While some companies may face financial pressures that tempt them to reduce investments in health and safety, others recognise the importance of such investment for several reasons:

  • Legal compliance: in the EU we have comprehensive governing workplace safety and health. Aside from the moral imperative, non-compliance can result in substantial penalties and harm to a company’s reputation.
  • Worker wellbeing: Employee well-being is essential for productivity and morale. Companies that prioritize OSH tend to have healthier, more satisfied, and more productive workforces.
  • Cost savings: While initial investments in safety measures may seem costly, research shows that they produce a good return, leading to fewer accidents and less work-days lost to illness.
  • Corporate social responsibility: companies that demonstrate a commitment to OSH build a positive reputation, which can attract customers, investors, and top talent.
  • Employee recruitment and retention: companies that invest in safety measures often attract and retain employees better because workers are more likely to stay with employers who prioritise their wellbeing.

The COVID pandemic underscored the critical significance of occupational safety and health, evident in the protection of front-line workers, the necessity of adequate PPE, and the adaptation to telework practices, among other key aspects.

Do you consider that protecting employees from accidents and illnesses is not just a legal and ethical duty but much more than that?
Absolutely, protecting employees from accidents and illnesses transcends being merely a legal and ethical duty—it represents a fundamental pillar of responsible business practice. It is also considered a fundamental right by the International Labour Organization and one of the principles of the European Pillar of Social Rights. While adhering to laws and ethics is essential, the commitment to OSH extends to broader dimensions. It reflects a commitment to the welfare of employees, contributes to sustainable business growth, and enhances an organisation’s overall competitiveness and reputation.

Around half of European workers report exposure to psychosocial risks (PSR) in their workplaces—that’s up from 25 per cent in 2007—contributing to some 50 per cent of all lost working days. Occupational stress has become endemic. It damages workers, their families, businesses and economies. What is your vision about it?
Psychosocial risks and work-related stress are among the most challenging issues in occupational safety and health. They impact significantly on the health of individuals, organisations and national economies.

Building upon its previous activities on psychosocial risks, relevant projects on digitalisation and musculoskeletal disorders, EU-OSHA is currently running a research project (2022-2025) to provide reliable in-depth information on work-related psychosocial risks and mental health at work for policy, prevention, awareness-raising and practice.

This research will lead into the EU-OSHA’s Healthy Workplaces Campaign 2026-2028 which will focus on mental health and psychosocial risks at work in ‘new and overlooked occupational groups, sectors and areas’. The work also supports the European Commission’s action on a Comprehensive approach to mental health.

What are the main goals of EU-OSHA for this year?
One of the main promotions until the end of the year 2023 will be the launch of the Healthy Workplaces Campaign “Safe and healthy work in the digital age” during the European Week for Safety and Health at Work, running from 23 to 27 October.

Furthermore, we will be launching the first findings of our Workers’ exposure survey on cancer risk factors in Europe. The survey aims at better identifying cancer risk factors responsible for most of the exposures and looks into the most prevalent exposure situations and the number and characteristics of the workers exposed to a range of cancer risk factors, including asbestos, benzene, chromium, diesel exhaust, nickel, silica dust, UV radiation, wood dust and others. The objective of the survey is to better target awareness-raising campaigns and preventive measures and to contribute to evidence-based policy-making.

Lastly, we are launching a new Online interactive Risk Assessment (OiRA) tool on telework. With telework being very common after the pandemic, it can assist both employers and teleworkers in creating safer and healthier workspaces at home. The OiRA tool on telework is not sector-specific. Regardless of your business, you can easily put it to use. It supports employers by generating policy-based risk statements, and teleworkers by offering safety and health related tips ranging from workplace organisation, workplace environment and the workstation to psychosocial risks that teleworking can bring about. The tool can be integrated into existing EU sectoral OiRA tools or adapted by national OiRA partners to suit the needs of different countries and sectors.

Portugal is a very active member of the OiRA community and has got more than 20 sectoral OiRA tools published in Portuguese.

What priority activities will be directed in the next period by EU-OSHA?
In 2024, EU-OSHA will continue its work on relevant policy priorities such as the impact of digitalisation and of climate change on OSH.

We will continue our research on how to improve OSH in micro and small enterprises (MSEs) and on OSH in the healthcare sector. Our research will also focus on psychosocial risks and work-related cardiovascular diseases, which responds directly to the EU OSH Strategic Framework. 2024 will also see the first finding from the fourth wave of the European Survey of Enterprises on New and Emerging Risks (ESENER), which will show how enterprises’ OSH management is changing over time. The survey will give us valuable insight into the practices of risk assessment, the drivers and barriers to action, how psychosocial risks are tackled and how workers are involved.

We will also keep updating and developing our OSH barometer data visualisation tool. The OSH Barometer is an EU-wide public information system on the most important facts and figures of Occupational Safety and Health. The system provides visualised information for important OSH indicators at EU and national level; it is based on statistics, surveys and public data.

Since the beginning of the COVID-19 outbreak, EU-OSHA has played a key role, alone or in cooperation with others, in providing useful information and resources to intermediaries to assess the risks and the impact on the workplaces and mitigate them. The Agency will keep on contributing to the drawing of lessons from the pandemic and identifying areas which would require further assessment in light of such lessons in order to increase preparedness for future threats to workers’ health and safety.

 

*The European Agency for Safety and Health at Work (EU-OSHA)

Nota: Em Portugal o Link to Leaders é um dos parceiros de media oficiais da EU-OSHA.

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