Portugal mantém a 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD
Portugal apresenta evolução significativa no fator “Preparação”, apesar da queda nos índices de “Investimento & Desenvolvimento” e “Atratividade”. Suíça, Singapura e o Luxemburgo são os países mais competitivos em termos de talento.
Portugal mantém a 25ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2024 (IMD World Talent Ranking), tal como no ano passado. Os resultados, divulgados, mostram que, apesar de uma melhoria significativa no fator “Preparação”, este ano o país registou um decréscimo nos índices de “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” e “Atratividade”. O ranking é liderado pela Suíça, Singapura e Luxemburgo, as três economias mais competitivas em talento a nível mundial entre os 67 países em análise.
De acordo com o IMD World Talent Ranking 2024, que conta com a Porto Business School como parceira na elaboração do ranking para Portugal pelo 9º ano consecutivo, Portugal manteve a sua posição competitiva em grande parte devido à subida de seis lugares na categoria “Preparação”, alcançando agora o 21º lugar a nível global. A análise destaca ainda a melhoria da “educação na área de gestão”, que subiu nove posições (11º lugar em 2024, versus 20º em 2023), e nas “competências linguísticas”, que continuam a responder às necessidades empresariais, ocupando mesmo o nono lugar global. Paralelamente, o ranking aponta novamente como margem de melhoria a “experiência internacional” e a “competência dos gestores seniores disponíveis”.
Por outro lado, o fator “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” voltou a registar um decréscimo. Depois de ocupar a 22ª posição em 2022, Portugal caiu para o 27º lugar em 2023 e para o 29º em 2024, devido a ligeiras reduções no “rácio alunos/professor na educação primária e secundária”, apesar do bom desempenho relatado particularmente no ensino secundário, aponta. A “participação feminina na força de trabalho” continua a ser um ponto forte nacional, mantendo o quinto lugar global. No entanto, a “formação dos colaboradores” permanece como principal fraqueza, ocupando o 61º lugar, sendo considerada uma prioridade para as empresas.
Por fim, a “Atratividade” tem vindo a registar a maior queda, com Portugal a ocupar agora a 45ª posição, depois de ter sido 37º em 2023, 40º em 2022 e 30º em 2021. Esta tendência deve-se à crescente “fuga de talentos”, que afeta a competitividade da economia (54º lugar em 2023 versus 64º em 2024), e à “administração da Justiça”, que caiu de 57º para 62º. No entanto, a “motivação laboral” registou uma evolução amplamente positiva, subindo 16 posições, de 57º para 41º. De resto, a “menor exposição à poluição” continua a ser o ponto mais forte da atratividade do país, ocupando a 12ª posição mundial.
Suíça, Singapura e Luxemburgo lideram. IA com impacto socioeconómico
A Suíça, Singapura e o Luxemburgo são os países mais competitivos em termos de talento para o Ranking Mundial de Talento do IMD. Adicionalmente, o relatório que acompanha o ranking de 2024 – “As implicações socioeconómicas da IA no local de trabalho” – expôs também um aumento da desigualdade nas economias de rendimento mais elevado, à medida que a adoção precoce da Inteligência Artificial (IA) começa a substituir a força de trabalho.
A Suíça consegue manter-se no topo ao dominar os fatores de “Investimento e Desenvolvimento” e “Atratividade”. A ascensão constante de Singapura é impulsionada pelo seu robusto desempenho na “Preparação”. Já o Luxemburgo depende de uma forte abordagem de “Investimento e Desenvolvimento” para a competitividade de talento.
Nesta 11.ª edição, o ranking avaliou 67 países e combinou dados da pesquisa do Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center com fontes externas, situando ambos no contexto dos resultados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O documento conclui que as economias em que os executivos seniores consideram que a IA é mais visível no local de trabalho, à medida que substitui pessoas, são também aquelas onde a discriminação está a aumentar. Estas economias foram identificadas como sendo de maior rendimento (Japão, Tailândia, Singapura, Reino Unido e Canadá) e mais suscetíveis a viver alterações significativas nas fases iniciais, ou seja, durante a adoção da IA; e a colher os benefícios da IA a longo prazo.
Segundo o mesmo relatório, o aumento dos níveis de discriminação pode denegrir a atratividade destas economias para profissionais altamente qualificados estrangeiros, mesmo que outros fatores sejam favoráveis.
O Gana, Nigéria e Porto Rico foram incluídos pela primeira vez no Ranking Mundial de Talento do IMD este ano.