Opinião
Porque estão as start-ups em estágio inicial a voltar-se para as RP mais cedo do que nunca

No atual clima de financiamento mais apertado, as regras do jogo para as start-ups mudaram – drasticamente. Com o capital de risco mais difícil de angariar, os fundadores em fase inicial estão a repensar a forma de reduzir o ruído, atrair capital e ganhar tração. E uma mudança chave está a tornar-se clara: eles estão a voltar-se para as relações públicas mais cedo do que nunca.
Antes vista como uma atividade “Série A e além”, as relações públicas subiram a escada da prioridade para os fundadores que são pré-seed, iniciantes por conta própria, ou mesmo ainda em beta. O motivo? A visibilidade já não é um luxo – é uma estratégia de sobrevivência.
Descoberta num cenário desordenado
É trabalho de um VC detetar talentos emergentes antes que o resto do mercado os capte. Mas como encontrar start-ups que ainda estão fora do radar? A resposta muitas vezes está em pequenas pistas dos media: um artigo de blog, um artigo num meio específico do setor, ou uma menção numa newsletter de nicho. Esses pequenos sinais de tração desempenham um papel enorme em quem é descoberto.
Trabalhei com fundadores e VCs suficientes para saber que a maioria das plataformas para investidores são fechadas mais rapidamente do que são lidas. Mas e um artigo oportuno numa publicação relevante? Isso fica. Proporciona à sua empresa a possibilidade de descoberta para além da sua rede pessoal. Coloca-o no caminho das pessoas que importam – sejam potenciais investidores, talentos ou futuros parceiros.
Destacando-se quando todos parecem iguais
Sejamos sinceros: muitas start-ups em estágio inicial estão a resolver problemas semelhantes, muitas vezes com roteiros comparáveis e pilhas de tecnologia. Em qualquer vertical, geralmente há meia dúzia de empresas perseguindo o mesmo espaço em branco. Na fase de pré-execução, a apresentação da empresa é basicamente uma visão realmente convincente e uma promessa de produto. Então, como você se diferencia?
É aí que as relações públicas se tornam uma ferramenta poderosa e os fundadores estão a começar a aproveitá-la cada vez mais cedo na vida de seus negócios. Imagine seis start-ups com menos de um ano, todas competindo pelo mesmo financiamento, talento e atenção. Agora imagine que uma delas tem uma entrevista difícil, liderada pelo fundador num respeitado meio de comunicação, ou um textos com reflexões sobre o futuro da sua indústria. Instantaneamente, essa start-up parece mais credível, com mais autoritária e com maior probabilidade de sucesso.
As relações públicas não se limitam a informar, cria um posicionamento. Isso faz com que uma start-up pareça real, mesmo que ainda esteja a operar de forma incipiente. Numa indústria onde a perceção muitas vezes impulsiona o impulso, essa legitimidade percebida é ouro.
Credibilidade que você não pode fabricar
Um dos aspetos mais negligenciados da cobertura da media é que ela representa credibilidade conquistada. Qualquer pessoa pode escrever um post de media ou lançar uma landing page. Mas conseguir uma entrevista ou reportagem – mesmo numa publicação de nicho – significa que você passou por um filtro editorial. Convenceu um jornalista independente de que vale a pena contar a sua história. Isso não é apenas marketing. Isso é validação de terceiros.
Essa media conquistada empresta aos fundadores uma espécie de gravitas que o conteúdo próprio simplesmente não consegue replicar. Ajuda a construir o seu perfil público, a sua narrativa e a reputação da sua empresa de formas que se compõem ao longo do tempo. E num ambiente de capital limitado, cada pedacinho de credibilidade conta.
PR não é mais apenas para fases posteriores
Na ThirdEyeMedia estamos a ver essa mudança acontecer em tempo real. Mais fundadores vêm até nós no estágio pré-seed ou seed, não porque eles estão a tentar “ser grande” cedo, mas porque entendem o valor de moldar sua narrativa antes que outros façam isso por eles. Eles sabem que, num mercado em baixa, o silêncio não é neutro – é invisível.
As start-ups que adotam a relações públicas cedo são mais propensas a serem notadas, lembradas e, finalmente, apoiadas. Distinguem-se não só pelo que constroem, mas pela forma como contam a sua história. Porque quando o capital é escasso, contar histórias não é opcional – é essencial.
Versão em Inglês
Why early-stage startups are turning to PR sooner than ever
In today’s tighter funding climate, the rules of the game for startups have changed – dramatically. With venture capital harder to raise and runway shortening, early-stage founders are rethinking how to cut through the noise, attract capital, and gain traction. And one key shift is becoming clear: they’re turning to PR earlier than ever before.
Once viewed as a “Series A and beyond” activity, public relations has moved up the priority ladder for founders who are pre-seed, bootstrapped, or even still in beta. The reason? Visibility isn’t a luxury anymore – it’s a survival strategy.
Discoverability in a cluttered landscape
It’s a VC’s job to spot emerging talent before the rest of the market catches on. But how do they find startups that are still under the radar? The answer often lies in media breadcrumbs: an early blog feature, a bylined article in a sector-specific outlet, or a mention in a niche newsletter. These smaller signals of traction play a huge role in who gets discovered.
I’ve worked with enough founders and VCs to know that most investor decks get closed faster than they’re read. But a well-timed article in a relevant publication? That sticks. It gives your company discoverability beyond your personal network. It puts you in the path of the people who matter – whether that’s potential investors, talent, or future partners.
Standing out when everyone looks the same
Let’s face it: many early-stage startups are solving similar problems, often with comparable roadmaps and tech stacks. In any given vertical, there are usually half a dozen companies chasing the same white space. In the pre-execution phase, a company deck is basically a really convincing vision and product promise. So how do you differentiate?
That’s where PR becomes a powerful tool, and founders are starting to leverage it earlier and earlier in the life of their business. Imagine six startups less than a year old, all competing for the same funding, talent, and attention. Now imagine that one of them has a sharp, founder-led interview in a respected media outlet, or a compelling thought piece on the future of their industry. Instantly, that startup appears more credible, more authoritative, and more likely to succeed.
PR doesn’t just inform – it positions. It makes a startup feel real, even if they’re still operating lean. And in an industry where perception often drives momentum, that perceived legitimacy is gold.
Credibility you can’t manufacture
One of the most overlooked aspects of media coverage is that it represents earned credibility. Anyone can write a Medium post or launch a slick landing page. But landing an interview or feature – even in a niche publication – means you’ve passed an editorial filter. You’ve convinced an independent journalist that your story is worth telling. That’s not just marketing. That’s third-party validation.
This earned media lends founders a kind of gravitas that owned content simply can’t replicate. It helps build your public profile, your narrative, and your company’s reputation in ways that compound over time. And in a capital-constrained environment, every bit of credibility counts.
PR is not just for later stages anymore
At ThirdEyeMedia, we’re seeing this shift play out in real time. More founders are coming to us at pre-seed or seed stage, not because they’re trying to “go big” early, but because they understand the value of shaping their narrative before others do it for them. They know that in a down market, silence isn’t neutral – it’s invisible.
Startups that embrace PR early are more likely to get noticed, remembered, and ultimately backed. They set themselves apart not just through what they build, but how they tell their story. Because when capital is scarce, storytelling isn’t optional—it’s essential.