Opinião

Porque devemos continuar a celebrar o Dia Internacional da Mulher?

Maria Inês Ribeiro, Lead Product Manager na FARFETCH

O Dia Internacional da Mulher é comemorado todos os anos a 8 de março como forma de reconhecimento de todas as conquistas femininas nas áreas da economia, cultura e política.

É, tradicionalmente, um dia que serve para aumentar a consciencialização sobre a luta contínua pela igualdade de género e para destacar os muitos desafios que as mulheres enfrentam nas sociedades contemporâneas em todo o mundo.

Há quem diga que isto de celebrar o Dia Internacional da Mulher já não é necessário, que o mundo já evoluiu e que as mulheres já fizeram progressos suficientes nos últimos anos e a igualdade de género já não é um tema na sociedade de hoje. Contudo, esta visão ignora o facto de ainda haver um longo caminho a percorrer para que possamos genuinamente dizer que as mulheres estão no mesmo patamar dos homens.

De acordo com o Fórum Económico Mundial, lamentavelmente nenhum de nós irá assistir a paridade de géneros durante a sua vida. À taxa atual de progresso, serāo necessários 132 anos para que a paridade total seja alcançada. Apesar dos progressos feitos nos últimos anos e de cada vez mais mulheres serem recompensadas pelo seu trabalho, as consequências sócioeconómicas da pandemia e os conflitos geopolíticos têm vindo a piorar os resultados e arriscam criar cicatrizes no mercado de trabalho.

Uma das razões pelas quais o Dia Internacional da Mulher é ainda tão importante é o facto de as mulheres continuarem a enfrentar uma significativa discriminação e marginalização em muitas áreas. Estamos sub-representadas na política, nos negócios, nos meios de comunicação e muitas vezes recebemos menos do que os homens para fazer o mesmo trabalho. Um estudo da McKinsey divulgado há poucos dias mostrou a representatividade baixa de mulheres em posições de topo em vários setores de atividade. Vários outros estudos mostram que empresas com líderes e equipas diversificadas têm melhores resultados e que são mais inovadoras.

Infelizmente, esta é ainda uma realidade e é exatamente por isso que devemos continuar a celebrar o Dia da Mulher. Enquanto mulher, a liderar uma equipa numa empresa tecnológica, orgulha-me dizer que tenho assistido a um progresso significativo e que estou integrada numa empresa em que os temas de igualdade e equidade são tidos em consideração, celebrados e vistos como uma oportunidade de agir. Na FARFETCH existem inúmeros programas e iniciativas que dão visibilidade à questão da baixa representação feminina nas áreas tecnológicas. É o caso do programa de mentoria Plug-In Mentoring for Young Women, um programa de mentoria para mulheres nas áreas tecnológicas que estejam a frequentar o ensino secundário e na universidade.

Sim, devemos continuar a celebrar este dia. Temos o dever de continuar a celebrar este dia, por todas as mulheres antes de nós que conquistaram o seu caminho e nos abriram portas, por todas as mulheres que ainda não têm os mesmos direitos que os homens, por todas as mulheres que virão depois de nós e que, felizmente, terão uma vida mais justa e equitativa, a todos os níveis.

Comentários

Artigos Relacionados