PME portuguesas recorrem mais a freelancers

Apoio ao cliente, relações públicas e marketing digital são três dos serviços mais procurados pelas PME portuguesas, revela a análise da Fiverr.

Para analisar o impacto da Covid-19 nas PME portuguesas, a Fiverr, uma plataforma que liga empresas e freelancers, realizou uma pesquisa junto de 500 profissionais de quadros superiores de empresas da Amadora, Braga, Cacém, Coimbra, Funchal, Lisboa, Porto, Queluz, Setúbal e Vila Nova de Gaia (de setores de atividade como arquitetura, engenharia e construção, educação, cultura, saúde, TI e telecomunicações, turismo ou Finanças), de 5 a 26 de outubro. Uma das conclusões dessa análise aponta para o facto do recurso a serviços de freelancer, nomeadamente no apoio ao cliente e relações públicas, bem como o trabalho remoto, serem duas das mudanças mais significativas dos últimos tempos.

No que se refere à utilização de freelancers, a pesquisa evidencia este tipo de serviços como uma nova oportunidade de força laboral capaz de ajudar na digitalização e construção da presença online imposta pela nova realidade. Vejamos, 46% das PME inquiridas afirmaram que estão a recorrer mais a freelancers agora, devido ao boom do trabalho remoto. Destes, 76% indicaram que chegam até aos profissionais através do passa palavra, sendo que 62% revelaram que utilizam marketplaces. 80% das empresas de TI e telecomunicações e 50% de Arte e Cultura referiram procurar este tipo de mão de obra em marketplaces.
O tipo de serviço mais procurado é o apoio ao cliente com 39%, sendo que os setores que o requisitam mais são as áreas financeira, de manufatura e de utilidades. 30% dos inquiridos destacaram também a procura por serviços freelancer de marketing digital e gestão de redes sociais. As PME das áreas de vendas, media e marketing lideram esta procura (53%), sendo acompanhadas pelas jurídicas (50%) e TI e telecomunicações (50%).

Trabalho remoto e produtividade
O estudo da Fiverr revela ainda que 49% das PME do distrito de Lisboa e 24% da região do Porto estão a planear tornar-se totalmente remotas devido à pandemia. Por outro lado, 63% sentem-se confortáveis para encorajar este modo de trabalho, especialmente dentro dos setores de TI e telecomunicações (68%) e vendas, media e marketing (57%). O aumento de 40% da produtividade durante o confinamento pode justificar esta opção.

47% dos participantes desta pesquisa também destacaram a flexibilidade e o equilíbrio. Aliás, o aumento da flexibilidade foi um dos fatores  que sobressaiu desta imposição. 41% afirmou ter conseguido um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, 35% acrescentou ter apreciado o facto de poder passar mais tempo com a família, e 62% afirmou que a ligação com a família melhorou significativamente.

A transformação digital também se tornou mais imperativa, com 37% das empresas a reconhecer a necessidade de investimento, concretamente na área do marketing digital. Construir uma forte presença nas redes sociais (27%), dedicar mais tempo às vendas (25%) e ao marketing (24%) foram outras das áreas de investimento apontadas.

Quando questionadas sobre o futuro, 62% das PME que integraram esta análise da Fiverr mostraram-se receosas acerca do futuro do seu negócio devido ao novo coronavírus. Quando inquiridos sobre as áreas onde irão investir para enfrentar melhor outra eventual crise, as empresas destacaram a presença digital (36%), a implementação de medidas para eventos futuros (28,4%) e a contratação de mais freelancers (17,4%) como os principais recursos.

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