Opinião
Perspetivas para o mercado de Tecnologias de Informação em 2025

A IDC prevê que o mercado nacional de tecnologia em 2025 continue a demonstrar resiliência e crescimento, devido a crescente necessidade de as empresas portuguesas modernizarem os processos, canais e modelos de negócio, para se manterem competitivas numa economia cada vez mais digital, assim como devido ao processo de modernização impulsionado pelo PRR na Administração Pública.
Em resumo, a transformação digital continua a ser um dos principais motores do investimento em tecnologia em Portugal.
A par desta necessidade de transformação, também a conformidade regulatória será um dos principais motores do crescimento. A implementação da diretiva NIS2 (Diretiva de Segurança de Redes e Sistemas de Informação) representará um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para as organizações portuguesas reforçarem os seus investimentos em cibersegurança e em soluções tecnológicas robustas. A necessidade de proteger dados críticos e de garantir a resiliência das infraestruturas digitais será uma prioridade, especialmente em setores estratégicos como administração pública, energia, saúde, setor financeiro, transportes, telecomunicações e tecnologia.
No global, as áreas de maior crescimento em Portugal, em 2025, segundo as previsões da IDC, serão: a Inteligência Artificial (IA), a Cibersegurança, Computação em Cloud e a Análise de Dados e Big Data.
No caso da IA, o investimento deverá crescer a uma taxa superior a 30% ao ano, até 2026, com especial destaque para a IA generativa. Acrtedito que esta tecnologia será fundamental para aumentar a eficiência operacional, melhorar a tomada de decisões e desenvolver novos produtos e serviços. Por exemplo, os casos de uso em setores como saúde, indústria e serviços financeiros vão trazer inovações disruptivas, criando novas oportunidades de negócio.
Para a área de Cibersegurança – indispensável nos dias de hoje – prevê-se um crescimento superior a 15%, atingindo quase 300 milhões de euros, em 2025. A necessidade de conformidade com a diretiva NIS2 e a crescente sofisticação dos ciberataques obrigarão as organizações a investir em soluções avançadas de segurança. Este aumento reflete a prioridade dada à proteção de dados e à resiliência das infraestruturas críticas.
O investimento mais relevante irá passar pelo mercado de cloud, que continuará a crescer mais de 20%, ultrapassando os mil milhões de euros. A adoção de soluções híbridas e multi-cloud será essencial para as empresas que procuram flexibilidade e escalabilidade nas suas operações. A combinação entre cloud e IA, especialmente IA generativa, permitirá a criação de sistemas mais autónomos e eficientes.
Por último, o investimento em Big Data deverá crescer 16%, ultrapassando os 250 milhões de euros. Isto porque, as organizações portuguesas estão cada vez mais conscientes da importância dos dados estratégicos na tomada de decisões, especialmente em áreas como a análise preditiva e o machine learning.
Este crescimento no setor das tecnologias será impulsionado pela necessidade das empresas de se manterem competitivas numa economia digital em rápida evolução, onde a inovação tecnológica desempenha um papel central. No entanto, a IDC alerta que a escassez de talento qualificado continuará a ser um desafio crítico, especialmente em áreas como IA, cibersegurança e desenvolvimento de software.
O mercado de trabalho em TI vai continuar a a apresentar um acréscimo significativo, embora se preveja um abrandamento. Por exemplo, o aumento das ameaças digitais tem impulsionado significativamente a procura por especialistas em cibersegurança, mas a oferta de profissionais qualificados não tem conseguido acompanhar esta procura. Além disso, digitalização acelerada e a crescente adoção de IA e Big Data também intensificaram a necessidade de programadores, analistas de dados e especialistas em IA, áreas em que a procura supera amplamente a oferta de talento disponível.
De acordo com as previsões da IDC, a procura por profissionais de IA deverá crescer mais de 20% ao ano até 2026, representando a maior fatia do mercado. No entanto, não será a única área em destaque. Seguem-se as áreas de análise de dados, com um crescimento de 11%, cibersegurança, com 10%, e desenvolvimento de software, com 8%.