OncoStats: primeira start-up portuguesa de saúde procura financiamento na Seedrs

Medtech portuguesa recorre à venda de ações na Internet com o objetivo de captar até 250 mil euros.
A medtech portuguesa OncoStats lançou uma operação de venda de ações em equity crowdfunding. A start-up que pretende mudar a prática da oncologia no mundo, torna-se assim na primeira empresa portuguesa do setor da saúde a recorrer à Seedrs, plataforma de equity crowdfunding europeia, com o objetivo de angariar financiamento por parte de investidores mundiais.
A empresa, avaliada em 2,25 milhões de euros, vai colocar no mercado 10% do seu capital, pretendendo captar até 250 mil euros. O valor angariado servirá para financiar a criação de uma equipa a full time para o desenvolvimento e internacionalização da OncoStats que, numa primeira fase, contará com sete cargos neste regime: 1 gestor executivo, 3 software developers, 1 designer, 1 investigador e 1 administrativo. Esta equipa assumirá a operação da OncoStats, tanto a nível nacional como internacional.
A campanha, que atingiu mais de 25% do objetivo só no primeiro dia, está ativa durante os próximos 60 dias.
Para Miguel Borges, CEO e um dos três cofundadores da startup, “este investimento tem como objetivo concretizar a equipa do OncoStats que vai ser responsável pelo amadurecer da plataforma, pela expansão a outros tipos de cancro (já que demos início com o cancro da mama) e a sua instalação em diversos hospitais portugueses”.
O CEO acrescenta ainda que “Portugal é a nossa rampa de lançamento para o mundo, mas, por outro lado, é esta mesma equipa que vai iniciar a estratégia de internacionalização no Brasil e em três mercados europeus — Reino Unido, Alemanha e Suíça”.
A OncoStats permite que as informações clínicas sejam registadas de forma sistemática e estruturada numa plataforma desenhada por médicos e para médicos, sendo cada registo previamente validado por estes profissionais. Os pacientes também podem comunicar informações e efeitos durante os tratamentos ambulatórios com as equipas clínicas, envolvendo-se no tratamento através de uma aplicação móvel.
Já Filipe Portela, diretor de desenvolvimento de negócios da Seedrs, avança que “o facto de uma empresa do setor da saúde estar a recorrer a este modelo de financiamento é um excelente sinal e demonstra que qualquer start-up pode realizar campanhas na Seedrs, independentemente da sua área ou ramo de atividade. Esperamos que seja mais um caso de sucesso e abra a portas a outras empresas do setor”.