Opinião
O desafio no início do ano
No início de cada ano civil, geralmente as pessoas estabelecem metas e objetivos sobre o que esperam conseguir com o novo ano. Nas organizações esta prática faz parte do processo de planeamento anual que deve ficar completo no quarto trimestre do ano anterior.
A esperança, quando as pessoas estabelecem estas metas individuais, é que as coisas mudem, sempre para melhor, sabendo que continuaremos a fazer as coisas da mesma forma, com os mesmos procedimentos e mesma metodologia, mas esperando um resultado diferente. Esperamos que o mundo melhore, mas nós continuaremos iguais, esperamos que a nossa saúde melhore, mas nós continuaremos a cometer os mesmos erros na alimentação e estilo de vida, esperamos que o colega melhore no relacionamento, mas nós continuamos a ser os mesmos.
Recentemente li sobre dois pensamentos que me chamaram atenção (cujos créditos vão para os respetivos autores):
1 – Loucura é continuar fazendo as mesmas coisas da mesma maneira, esperando um resultado diferente.
Efetivamente, a lógica entrada/saída nos diz que se quiser alterar a saída (output) deve alterar as entradas (input) e ou o procedimento (a forma de fazer as coisas). Ou seja, o que entra, é o que sai. Então, neste ano, sejamos mais sábios e, se quisermos um resultado diferente (melhor), devemos alterar as atitudes, os comportamentos, os métodos e os procedimentos e, no final do ano, devemos proceder à avaliação para ser incorporada no início do próximo ano. Complicado? Burocrático?
2 – Seu crescimento começa onde termina a sua zona de conforto.
Este segundo pensamento é mesmo desafiante, confesso. Quando imaginamos conforto, pensamos, geralmente, em tudo o que é bom, agradável, estável e tranquilo. A zona de conforto é mesmo confortável, tudo é previsível, o esforço é o mesmo e rotineiramente determinado, não existem obstáculos difíceis e as dificuldades e as soluções são conhecidas. Tudo mais ou menos previsível.
O “único” grande problema da zona de conforto é que não permite evolução: a evolução ocorre quando se passa de um estado para outro estado superior, quando se passa de algo simples para algo mais complexo ou quando se torna melhor naquilo que fazia.
Perante estes dois pensamentos, deixo o meu desafio.
Tal como já fui desafiado por estes dois pensamentos, também, neste início do ano venho desafiar o leitor que, eventualmente, ainda esteja na zona de conforto, a sair da zona de conforto e a alterar os procedimentos, os métodos, os comportamentos e as atitudes por forma a evoluir naquilo que faz e a obter um resultado diferente no final do ano.
Estes pensamentos devem ser aplicados em todas as áreas da nossa vida; quer seja no campo pessoal quer seja no profissional. Mas também enquanto seres humanos, devemos aplicá-los do ponto de vista físico, emocional e espiritual.
No campo físico, tente testar os seus limites físicos, quer seja na sua caminhada quer seja no ginásio, naturalmente não pondo em risco a sua saúde e para isso deve ter apoio profissional (médico e de um treinador).
No campo emocional, a disciplina de inteligência emocional pode ser uma boa ferramenta para saber lidar melhor com as emoções e com os relacionamentos. Naturalmente, também precisará de aconselhamento profissional.
No campo espiritual, tente aproximar-se mais daquela entidade superior em que você acredita, que para os cristãos é o Criador. E lembre-se, nos momentos difíceis, o que lhe vai socorrer é aquilo em que crê.
Certamente terá resultados diferentes no final do ano.
*O artigo reflete apenas a opinião do autor e não envolve nenhuma instituição.








