O número de investidores ideal para o sucesso de uma start-up
Uma das principais dúvidas dos empreendedores é quantos investidores necessitará a sua empresa. Uma questão que a Ad&Law, empresa espanhola especializada em assessorar start-ups e fundos de investimento, considera fundamental.
O número de investidores tem impacto direto no funcionamento e no êxito da empresa, pelo que é necessário que os empreendedores saibam a que tipo de fundo devem recorrer em cada momento e quais são as exigências que lhes vão apresentar, aconselha a Ad&Law. Assim, segundo a empresa espanhola, existem questões a ter em conta para fixar o número de investidores ideal numa start-up. O site espanhol Sabemos Digital partilha algumas destas questões.
Quanto menos investidores tiver, mais fácil será tomar decisões
O número de investidores pode levar ao desgoverno ou mau funcionamento de uma start-up. É diferente informar ou estar em consonância com um único investidor do que com vinte e cinco.
Oliver von Schiller, sócio da Ad&Law, considera que “as novas formas de captação de fundos, como o crowdfunding ou a conhecida ‘Family, Friends and Fools’, têm levado a que o número de acionistas minoritários tenha aumentado nos últimos anos, dificultando o trabalho dos empreendedores”.
Para solucionar este problema, na empresa recomendam que, em vez de tentar que o número de acionistas seja reduzido, todos os acionistas subscrevam o mesmo pacto de sócios, de forma a favorecer a sindicalização dos acionistas. Também recomendam que, uma vez alcançado certo nível de atividade, se organize um conselho de administração, tentando que seja reconhecido e representativo dos sócios, pelo menos da grande maioria deles.
Quantos mais investidores tiver, menor será a sua participação
O número de investidores tem impacto na participação que o empreendedor possui da sua empresa, sobretudo, se tiverem entrado em sucessivas rondas. Quer dizer, “quanto maior o número, mais reduzida será a participação do empreendedor. E isto é muito importante na hora do empreendedor manter a sua motivação e as suas expectativas de lucro, no caso de sucesso”, observa Oliver von Schiller.
Assim, se a empresa resultar e o empreendedor tiver de obter financiamento fora do seu país, o que não costuma implicar mais do que um milhão de euros, acabará com 20 ou 25% da empresa, pelo que “só levará para casa a quantidade correspondente, apesar de ter gasto a vida no negócio”, explica. Mas se a empresa fracassar, o empreendedor ficará sem nada ou quase sem nada, pois os investidores profissionais costumam impor cláusulas de reembolso preferencial quando entram numa empresa.
O que todo o investidor procura
Cada investidor quer encontrar diferentes coisas e, dependendo da fase e situação em que se encontre a sua start-up, poderá interessar-lhe algo em concreto.
Os investidores conhecidos como 3F (family, friends and fools) costumam ser os primeiros a chegar e não esperam nada em troca. Embora os empreendedores possam ter problemas, se forem prejudicadas as suas relações pessoais com aqueles que apostaram na sua ideia.
Por sua vez, os business angels são investidores profissionais, que seguem de perto o seu investimento, caraterizando-se como sendo flexíveis e como estando preparados para o risco. Desejam estar na empresa poucos anos, pelo que as suas expetativas de crescimento são altas.
Os fundos de Venture Capital são inflexíveis nos seus critérios, assumem riscos e esperam conseguir uma saída com o máximo sucesso nos 5 anos seguintes ao seu investimento, com o objetivo de recuperar 100% do investimento total do fundo.
Os Family offices não costumam ter critérios tão definidos, devido a serem veículos de investimento de grandes patrimónios, o que os leva a depender de decisões arbitrárias dos seus acionistas. Não costumam assumir riscos tão elevados e, embora esperem ser rentáveis, não têm expectativas de tanta rentabilidade como os fundos.
Por último, os Corporate funds são grandes empresas que compram participações em start-ups, com o objetivo de adquirir a sua tecnologia ou o seu know-how e que podem ter a intenção de se posicionar de forma a conseguir o controlo da empresa, em caso de sucesso.
Finalmente, os fundos de Private equity, embora não costumem investir em start-ups, começam a tê-las em conta, por causa das saídas. Para isso, muitos deles criaram fundos destinados a entrar em fases avançadas das start-ups, com o objetivo de entrar na bolsa ou incorporarem a empresa para criar valor.








