Nine-day fortnight, um novo modelo para organizar o trabalho

As inovações nos modelos de trabalho não param de surpreender. A nova tendência internacional é conhecida por nine-day fortnight.

Há um novo modelo de trabalho a despertar a atenção de empregadores e trabalhadores internacionalmente, em particular no Reino Unido, onde os investigadores têm proposto esta uma nova solução para contornar os casos de burnout. Trata-se do nine-day fortnight, ou seja, os funcionários trabalham nove dias num período de duas semanas e ganham o décimo dia como uma folga fixa (regra geral numa sexta-feira, criando um fim de semana de três dias). Assim, têm garantidos, pelo menos dois dias de folga no mês.

Este modelo começa a ser testado e surge como uma eventual alternativa à semana de trabalho de quatro dias, que muitas empresas a que muitas empresas resistem, e uma maneira de flexibilizar o trabalho sem romper com a carga horária padrão.

Especialistas olham para esta proposta como uma forma de discutir o futuro do trabalho de forma mais flexível, sem rigidez. “Talvez trabalhar uma semana de quatro dias, outra semana cinco, seja um caminho para reduzir a sobrecarga, permitir um dia de descanso e ensinar as pessoas a trabalharem melhor”, dizem.

Contudo, deixam um alerta na medida em que ao tratar-se de um modelo de jornada compacta, o funcionário trabalha mais horas em determinados dias para conquistar a tal folga extra. Em termos práticos, essa opção pode traduzir-se em jornadas de trabalho mais longas, exigentes e cansativas. Ou seja, há que ponderar se compensa trabalhar mais horas para ter uma folga extra. Além disso, o nine-day fortnight pode não ser aplicável a todos os setores de atividade, já que as suas características de flexibilidade e autonomia não se compatíveis com muitas áreas empresariais.

A realidade é que depois da onda de home office causada pela pandemia, e das sucessivas propostas de modelos de trabalho que foram surgindo no mercado, a fórmula perfeita para alcançar o equilíbrio entre produtividade e uma jornada laboral mais humana, parece ainda estar longe de ser encontrada.

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