Opinião
MVP: o primeiro passo da jornada de sucesso das start-ups
No universo altamente competitivo e acelerado das start-ups, o tempo é um bem escasso e o risco, uma constante. Lançar um produto sem ter certezas sobre a sua aceitação no mercado pode ser o início do fim.
É por isso que o conceito de Produto Mínimo Viável (MVP) é mais do que uma metodologia – é uma ferramenta estratégica essencial. Como CMO da Dengun, um start-up studio e agência digital especializada em crescimento, inovação e tecnologia, tenho acompanhado de perto a forma como o MVP se tornou o verdadeiro ponto de partida das ideias que aspiram transformar-se em negócios sustentáveis.
O MVP é, no fundo, a versão mais simples e funcional de um produto, criada com o único objetivo de validar hipóteses. Permite lançar algo testável, recolher feedback real dos utilizadores e aprender com base em dados concretos. Este processo não só evita o desperdício de tempo e recursos, como protege os empreendedores de investir energia em funcionalidades irrelevantes. A grande mais-valia está na rapidez com que se obtêm respostas e se tomam decisões fundamentadas. Os exemplos mais conhecidos, como o Dropbox, que começou com um vídeo explicativo, ou o Airbnb, que testou o conceito com um site básico e um quarto em São Francisco, provam que lançar cedo e aprender depressa é o caminho mais eficaz para a inovação validada.
A lógica é simples, mas poderosa: construir, medir e aprender. Este ciclo contínuo, proposto pela metodologia Lean Startup, deve estar no centro de qualquer abordagem ao desenvolvimento de produtos. O MVP é o primeiro elo dessa cadeia e funciona como uma lente que permite às equipas verem com clareza o que deve ser feito a seguir. Em vez de assumir que se conhece o mercado, parte-se para o terreno com humildade e espírito de escuta ativa, prontos para adaptar, melhorar e crescer.
Além da sua importância operacional, o MVP tem um papel fundamental no acesso ao investimento. Os investidores estão cada vez mais atentos à validação de mercado. Um pitch com um MVP funcional, que já recolheu dados, feedback e tração, vale muito mais do que projeções baseadas em suposições. O MVP torna-se assim num trunfo estratégico que comunica maturidade, foco e capacidade de execução.
Na Dengun, acompanhamos muitas start-ups que chegam com ideias ambiciosas, mas sem certezas. O nosso papel é ajudar a definir um MVP que vá direto ao essencial, que permita testar rapidamente a proposta de valor e que abra caminho a uma evolução sólida. Acreditamos que o sucesso começa com foco e humildade: saber o que lançar agora, com os recursos disponíveis, para aprender e adaptar antes de escalar.
Numa era em que a agilidade é uma vantagem competitiva, o MVP representa muito mais do que uma versão inicial: é o ponto de partida inteligente para construir algo verdadeiramente relevante. No fim, a pergunta certa não é “quando vamos lançar o produto completo?”, mas sim “o que conseguimos lançar já que nos ajude a aprender?”. É esta mentalidade que separa as start-ups que apenas sonham daquelas que efetivamente constroem.








