MSC entra no capital da portuguesa Green Mare Services

A Green Mare Services (GMS) tem apenas dois anos, mas o tempo suficiente para despertar a atenção da Mediterranean Shipping Company (MSC). O armador de origem suíça acaba de entrar no capital da start-up do Funchal.
Fundada há cerca de dois anos, a start-up funchalense Green Mare Services (GMS) tem um novo investidor, e cliente, a Mediterranean Shipping Company (MSC). A conhecida empresa internacional da área do shipping comprou uma participação, “minoritária ainda que relevante”, na start-up portuguesa.
“A ideia é seguir a estratégia que tínhamos delineado até agora. A ideologia que tínhamos é a mesma que mantemos e os objetivos também, agora com uma motivação extra de termos atraído um novo cliente e acionista”, explicou ao Link To Leaders Eduardo Ramos, analista de dados da GMS, a propósito deste negócio.
Questionado sobre o que atraiu a MSC para a solução desenvolvida pela GMS, Eduardo Ramos apontou a transparência granular da mesma, ou seja, a análise navio a navio, e a sustentabilidade associada ao shipping, bem como “as ideias e os objetivos que temos a longo prazo e que foram suportados pela MSC. Foi assim que decidiram tornar-se parte deste ecossistema”.
Com a equipa repartida pelo Funchal (onde são desenvolvidas as ideias, os projetos, os algoritmos) e pela Polónia (que faz a programação em si), a GMS é especializada na recolha e tratamento de informações e dados relacionados com indústria marítima, assim como no desenvolvimento de metodologias e ferramentas relacionadas com avaliação da sustentabilidade e segurança do setor de transporte marítimo.
Fornece avaliações sobre a sobre confiabilidade, o meio ambiente e sustentabilidade seguindo as tendências das classificações de intensidade de carbono, como o CII Rating e a Classificação dos Princípios de Poseidon. Além disso, o software desenvolvido pela GMS dispõe de metodologias para avaliar individualmente as emissões de CO2, enxofre, NOX e matéria particular dos navios
Eduardo Ramos frisou que este é o “ano zero” da start-up, ou seja, o ano em que a empresa se apresenta ao mercado. “Todas as nossas ideias, todos os nossos pré-objetivos estão agora a ser lançados. Ainda estamos muitas vezes a encontrar barreiras que não esperávamos. Este é um ano ainda muito imprevisível, em constante mudança, porque as coisas também estão a mudar muito. Isto não é só um novo produto no mercado e também um novo mercado emergente. Há muitas coisas, todos os dias, que não dependem só de nós. É um mercado novo, com regulamentos novos que vão ser introduzidos até janeiro. Portanto, estamos permanentemente a readaptar e a refazer os nossos algoritmos para que acompanhem sempre as teorias mais recentes”.
O projeto Green Mare Services começou com a vontade de encontrar algumas soluções para a indústria de shipping ainda com pouca transparência na análise de dados dos navios e da sua sustentabilidade. O seu software permite encontrar dados relativos a um único navio e que emissões estão associadas ao mesmo, quanto consome por viagem que faz, por exemplo. Foi exatamente aí que o software se destacou, assim como pelo facto de ter adaptado os 17 objetivos das Nações Unidas ao shipping. Ou seja, cada um desses objetivos está espelhado na solução e no que a indústria precisava.
Através da associação à Scope, entidade de certificação, a GMS garante a veracidade de todos os dados que são apresentados. Atualmente, do seu portefólio fazem parte empresas relacionadas com a indústria marítima, sem serem gestores e donos de navios, como as que instalam equipamentos para reduzir emissões de C02, ou empresas de logística.