Opinião
Modelo de subscrição: uma oportunidade de investimento rentável
Na última década, o modelo de negócios de subscrição tem-se revelado um sucesso na geração de retorno para os investidores.
Quando olhamos para empresas que foram pioneiras neste modelo, como a Netflix e a Amazon, vemos um padrão comum: um crescimento significativo dos preços das ações desde a sua entrada em bolsa, resultante do seu êxito em demonstrar que os consumidores fiéis valorizam conteúdos de alta qualidade e experiências personalizadas. A Amazon começou a ser negociada a 18$ em 1997, e o preço das suas ações ronda agora os 127$. No setor do streaming, o preço das ações da Netflix aumentou de 15$ por ação, na altura da sua oferta pública inicial em 2002, para mais de 400$ atualmente. Estes exemplos demonstram que os investidores apoiam o modelo de subscrição há muito tempo.
Uma tendência em franco crescimento
Acredito que o futuro do e-commerce reside, inevitavelmente, no aprofundamento das relações com os clientes através de modelos de subscrição personalizados alicerçados em tecnologia – e em particular na Inteligência Artificial. O nosso caso é um exemplo disto: uma empresa do setor do turismo que passou, com êxito, de um modelo transacional para um baseado em subscrições, demonstrando que este último funciona numa variedade de setores.
A chamada “economia das subscrições” eclodiu – é a tendência geral de as empresas passarem do modelo tradicional de pagamento por produto para um modelo de negócio de subscrição. Nos últimos 11 anos, esta economia cresceu a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 17% – quase quatro vezes mais rápida do que as empresas tradicionais. Apesar das incertezas macroeconómicas, cada utilizador de aplicações móveis subscreve, em média, 7.7 serviços, que vão desde a entrega de comida a streaming de entretenimento.
As subscrições estão a tornar-se o método preferencial dos consumidores devido à sua capacidade de proporcionar experiências convenientes, personalizadas e rentáveis. De facto, o sucesso das empresas baseadas em subscrições é indubitável, como também demonstra o relatório “Subscription Economy Index” (SEI – Índice da Economia das Subscrições) produzido pela empresa de software Zuora, cotada em bolsa nos EUA. O SEI subiu 4.6 vezes mais do que o S&P 500 nos últimos 10 anos, o que indica que o investimento em empresas baseadas em assinaturas gera retornos.
As vantagens do modelo de subscrição
Contudo, é necessário ter sempre em mente que esta transição corporativa baseada em tecnologia não tem apenas a ver com software e hardware; tem também a ver com pessoas. Aplicar o modelo de subscrições a uma empresa, seja de que setor for, traz muitas vantagens, e não se fica pela fidelização dos clientes e as receitas recorrentes previsíveis. Através de dados, os modelos de subscrição permitem às empresas obter informações mais vastas sobre as preferências dos seus clientes ao longo de meses ou mesmo anos, o que constitui uma vantagem distinta em comparação com as informações fornecidas por uma transação única. Isto permite que os produtos e serviços sejam adaptados exclusivamente às necessidades de cada subscritor – que é, no fundo, a chave para o sucesso de um modelo de subscrição: ir para além de acrescentar valor ao negócio por si só, para oferecer aos clientes benefícios claros através de mais personalização, flexibilidade e conveniência. Não se trata de satisfazer uma necessidade, mas sim de a antecipar.
É, assim, evidente que os modelos de e-commerce por subscrição apoiados pelas novas tecnologias são muito mais adequados para satisfazer as necessidades dos consumidores do século XXI, precisamente porque melhoram a vida do utilizador. Canalizar os esforços para analisar e melhorar os hábitos dos clientes, tirando partido das inovações de IA e outras tecnologias para dar uma melhor resposta ao que o mercado procura é o caminho a seguir neste momento. Só quem se adaptar a esta mudança estará no caminho certo e de olhos postos no futuro do mundo dos negócios.








