Mango celebra 20 anos de comércio online e quer faturar mil milhões de euros

Mango quer mil milhões de euros de faturação no online. A meta está a ser delineada para 2021 pela retalhista espanhola que foi uma das pioneiras do comércio eletrónico de moda, no ano 2000.

A Mango celebrou 20 anos do comércio online e quer continuar a apostar nas vendas na Internet. Apesar do grupo catalão ter fechado 2020 com uma redução nas vendas de 22%, o seu canal online seguiu a trajetória ascendente e atingiu um volume de negócios de 766 milhões de euros, representando 42% das receitas do grupo.

“Clientes de vários países onde a empresa não tinha presença física começaram a contactar-nos para poder comprar produtos de alguma forma”, explicou Elena Carasso, diretora de online e cliente da Mango, ao Business Insider

Passaram 21 anos desde que Carasso apresentou a Isak Andic, presidente do grupo, uma proposta não isenta de riscos: começar a vender online. Andic percebeu logo que era uma “oportunidade real” de se aproximar dos seus clientes e de atrair novos.

Em 2000, a Mango tornou-se no primeiro grupo espanhol a lançar o canal online em todas as as suas linhas de negócios e em toda a Comunidade Económica Europeia (CEE). Desde então, muitas coisas aconteceram.

Hoje, o e-commerce da empresa catalã está disponível em 85 países de cinco continentes. No final de 2020, trabalhavam nesta divisão mais de 260 colaboradores, mais 30% do que no ano anterior, um número que reflete o crescente papel desempenhado pelo canal online.

Nos últimos resultados da Mango, correspondentes a 2020, o online contribuiu com 766 dos 1.842 milhões de euros de volume de negócios, ou seja, 42% da receita.

Os primeiros passos no online
Foi em 1996 que a empresa lançou o seu site com o objetivo de tornar a marca conhecida mundialmente. Quatro anos depois, lançou as vendas online em 15 países europeus, incluindo Finlândia, Portugal, Reino Unido e, claro, Espanha.

A empresa catalã antecipou-se à Inditex sete anos no lançamento do ecommerce. A gigante galega tentou primeiro com a sua divisão doméstica e não com a Zara, que demoraria três anos a avançar para o canal online. Desde então, a sua progressão tem sido exponencial e as vendas pela Internet da empresa fundada por Amancio Ortega já contribuem com 32% do seu volume de negócios, ou seja, com 6.612 milhões de euros.

Se em 2003 o volume de negócios do canal online ultrapassou um milhão de euros, sete anos depois, com a Zara a dar os primeiros passos na Internet, a receita da Mango já era de 21 milhões de euros, com um crescimento homólogo de 80%.

A partir daí, a expansão foi sustentada. Em 2010, as vendas online chegaram à China, Rússia e Turquia. Três anos depois, ultrapassou a marca de 100 milhões em faturação, coincidindo com o seu lançamento em oito países do Médio Oriente.

Com a pandemia, o comércio têxtil enfrentou um desastre sem precedentes: o setor encerrou 2020 com uma faturação de 10.619 milhões de euros, 41,26% menos do que no ano anterior. Este número foi acompanhado por outro número igualmente negativo: menos 14,8 mil lojas e a destruição de 26,7 mil postos de trabalho, segundo a associação patronal Acotex.

O impacto afetou toda a indústria e também os grandes grupos. As vendas da Inditex caíram 27,9%, para 20.402 milhões de euros. Na cadeia sueca H&M, o decréscimo foi de 19,5%, para 18.474 milhões de euros, e atingiu 30% se tivermos em conta o mercado espanhol.

No caso da Mango, a marca terminou o seu melhor ano da história. Em 2019, as suas vendas chegaram a 2.374 milhões. Porém, com a pandemia, a faturação caiu para 1.842 milhões de euros em 2020, menos 22%. No entanto, o canal online registou resultados positivos. Num ano, subiu 18 pontos percentuais, para representar 42% do volume de negócios do grupo, impulsionado por cerca de 3 milhões de novos clientes.

Carasso lembra que, em 2019, as vendas pela Internet já representavam praticamente um quarto das receitas, um valor superior ao de outros players (na Inditex eram 14%).

A previsão da Mango é que o canal online responda por 45% da receita em 2021, sempre de mãos dadas com a loja física.

Comentários

Artigos Relacionados