Mal pagas e sub-representadas. É este o retrato das mulheres na tecnologia.

As mulheres que pertencem ao mundo das “tech” sentem-se “mal pagas, pouco representadas e sub-financiadas”, segundo um estudo sobre a presença feminina nas tecnologias levado a cabo pela Web Summit.

As mulheres no setor tecnológico continuam a sentir-se mal remuneradas e sub-representadas, mas 68% olha com otimismo para a Inteligência Artificial e da automação como ‘ferramenta’ de combate à desigualdade de género na indústria, aponta o “Woman in Tech Survey”, da Web Summit.

Quase um terço das mais de mil mulheres inquiridas (29,6%) elencaram o financiamento como um “grande obstáculo” na hora de abrir um negócio, refletindo as tendências globais das start-ups lideradas por mulheres que lutam por garantir capital de risco.

Mais de metade notou também a falta da mulheres em papéis de liderança, com 51% a afirmar sentir-se “injustamente compensada” face aos homens. Além disso, mais de 75% das entrevistadas sinalizou o sentimento de que precisa de trabalhar mais do que os colegas do sexo masculino.

Equilibrar a carreira com a família constitui “um desafio crescente”: quase metade (49,1%) partilhou sentir pressão para escolher uma ou outra, o que traduz um aumento de 7% face ao ano passado, segundo o inquérito, realizado durante o verão junto de mulheres que participaram no programa “Women in Tech” da Web Summit.

Segundo o estudo, “o sexismo no local de trabalho continua a ser uma realidade para a maioria“, já que 50,8% relatou tê-lo experienciado, “um número que tem apresentado poucas alterações nos últimos anos”, refere a Web Summit, salientando que, apesar disso, perto de 76% das entrevistadas afirmaram sentir-se capacitadas para assumir uma posição de topo.

Em termos globais, as entrevistadas identificaram “preconceitos de género inconscientes, o equilíbrio entre a carreira e a vida pessoal, a escassez de modelos femininos, a síndrome do impostor, a falta de redes de apoio e dificuldades de financiamento como os desafios mais significativos”.

Porque é que temos 1.000 start-ups fundadas por mulheres a juntarem-se a nós no Web Summit este ano, e por que razão este número continua a crescer? Esta é a questão que me ocorre quando vejo os resultados do inquérito que mostram que as mulheres ainda enfrentam os mesmos desafios”, diz a vice-presidente de Comunidade da Web Summit, Carolyn Quinlan, citada na mesma nota, apontando ser “frustante” ver que questões como o sexismo, remuneração injusta ou equilíbrio entre a carreira e a família “continuam a aparecer”.

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