Entrevista/ “Mais de 50% dos nossos novos financial partners vêm de recomendações de ex-colegas, parceiros e amigos”

Rui Lopes, CEO da Simplefy

“O mercado de intermediação de crédito em Portugal está em franco crescimento, sendo cada vez mais regulamentado e competitivo”, afirma Rui Lopes, CEO da Simplefy, uma comunidade de intermediação de crédito que acaba de assinalar o seu 2.º aniversário.

Desde a formalização da primeira parceria com um intermediário de crédito, no final de outubro de 2023, a Simplefy tem vindo a expandir a sua comunidade a um ritmo acelerado, tendo já alcançado 235 parceiros de intermediação de crédito com presença em todos os distritos de Portugal Continental. Mas, segundo Rui Lopes, CEO da Simplefy, “a nossa previsão é continuar a crescer e alcançar os 370 parceiros até final de 2025” e “ultrapassar a fasquia de mil milhões de euros de crédito“.

Em 2024, os intermediários de crédito da comunidade Simplefy intermediaram mais de 5 mil processos de crédito habitação, totalizando um volume de financiamento de 700 milhões de euros.

Acabam de celebrar o 2.º aniversário. Como avalia o percurso da empresa e quais os principais marcos que mais destaca?

O caminho percorrido nos últimos 24 meses foi marcado por muitas conquistas e acima das nossas melhores expetativas. Apesar de estarmos a festejar o segundo aniversário, a nossa atividade comercial teve o seu início apenas no final de outubro 2023. A nossa primeira milestone foi atingir os 200 parceiros em menos de um ano. Outro marco importante foi a celebração do Dia do Intermediário de Crédito Certificado, momento que se assinalou de forma simbólica com uma conferência a 7 de julho de 2024, uma vez que foi nesta data que foram estabelecidos os requisitos de acesso e de exercício da atividade de intermediação de crédito, no ano 2017. Estamos certos de que estamos apenas no início da nossa jornada.

Qual o vosso diferencial?

O nosso diferencial assenta no modelo estratégico “powered by Simplefy” que decidimos implementar na nossa comunidade. Este modelo permite que os nossos Financial Partners mantenham a sua marca, identidade e autonomia, apoiando-se nas nossas soluções tecnológicas, expertise e apoio operacional, ao mesmo tempo que beneficiam da nossa credibilidade Assente num trabalho B2B, do ponto de vista financeiro é um modelo que onera menos o empreendedor ao disponibilizar-lhe ferramentas especializadas e formação que, sozinho, não conseguiria obter.

“Atualmente contamos com 235 intermediários de crédito e a nossa previsão é continuar a crescer e alcançar os 370 parceiros até final de 2025”.

Contam com quantos parceiros de intermediação de crédito atualmente? E quais as previsões até ao final do ano?

Atualmente contamos com 235 intermediários de crédito e a nossa previsão é continuar a crescer e alcançar os 370 parceiros até final de 2025.

Qual é o papel de uma empresa de intermediação de crédito?

A intermediação de crédito em Portugal facilita o acesso ao financiamento, ajudando os consumidores a encontrarem as melhores soluções de crédito através da comparação de produtos e negociação com os bancos. Além de simplificar processos e reduzir burocracia, ajuda no combate à iliteracia financeira dos clientes, promove um mercado mais competitivo e transparente. É de salientar que estas empresas são reguladas pelo Banco de Portugal. Consideramos que esta é uma atividade que beneficia tanto os consumidores como as instituições financeiras: os consumidores usufruem de um serviço especializado e sem custos, enquanto as instituições financeiras recebem processos já qualificados e estruturados.

O que é preciso para aderir à rede da Simplefy?

A Simplefy, ao contrário de outras marcas de franchising, não se intitula como uma rede, mas sim uma comunidade. São bem-vindos todos os profissionais de intermediação de crédito que privilegiam o trabalho em colaboração e crescimento mútuo. Habitualmente os parceiros contactam-nos através dos diversos meios disponíveis (site, redes sociais, telefone, etc.) ou através da nossa equipa de expansão. Depois de nos chegar um candidato, realizamos um assessment de forma a entender se o potencial parceiro corresponde ao ADN que estamos a implementar na empresa. Queremos crescer, mas de uma forma qualitativa e controlada.

“A digitalização, o aumento da procura por crédito e a necessidade de diferenciação são tendências chave”.

Como define o mercado de intermediação de crédito em Portugal?

O mercado de intermediação de crédito em Portugal está em franco crescimento, sendo cada vez mais regulamentado e competitivo. Os intermediários desempenham um papel crucial ao facilitarem o acesso ao crédito, ao negociarem as melhores condições e ao agilizarem processos. A digitalização, o aumento da procura por crédito e a necessidade de diferenciação são tendências chave. A regulação rigorosa do Banco de Portugal e a confiança dos consumidores impulsionam a especialização do setor.

Quais são as principais dúvidas de um jovem que quer aceder a um crédito?

Nos dias de hoje, a principal dúvida dos jovens reside, principalmente, no programa da Garantia Pública do Estado. Os jovens, habitualmente, procuram entender, em primeiro lugar, que montante conseguem pedir e quanto podem pagar mensalmente. Após a qualificação financeira inicial, os jovens pretendem perceber que taxa de juro se adapta melhor ao seu perfil e que comissões terão de pagar. Acima de tudo, ainda se nota pouco conhecimento financeiro e muitas dúvidas por parte dos jovens quando nos abordam. O nosso papel passa por elucidar os clientes da melhor forma para que eles possam tomar as decisões sustentadas e responsáveis.

“O preço elevado dos imóveis e os rendimentos médios dificultam o acesso ao crédito, especialmente sem poupanças iniciais”.

Com ordenados baixos e o preço elevado das casas, será que os jovens conseguirão mesmo comprar a tão desejada primeira habitação?

O cenário é desafiador, mas não é impossível. O preço elevado dos imóveis e os rendimentos médios dificultam o acesso ao crédito, especialmente sem poupanças iniciais. No entanto, algumas soluções de cariz público podem ajudar, como o programa Garantia Pública do Estado (aquisição até 100%) ou os Apoios Estatais (isenção IMT e IS). Paralelamente, existem algumas ofertas bancárias que se destinam a solucionar o crédito jovem, o que poderá permitir prazos mais alargados e condições mais favoráveis a este segmento.

Como é que os intermediários de crédito podem melhorar a literacia financeira?  E de que forma a Simplefy tem contribuído para esta melhoria?

Através de um acompanhamento personalizado, os intermediários de crédito poderão explicar de uma forma clara os diversos conceitos do crédito habitação, bem como ajudar os clientes a comparar opções e a evitar escolhas indesejáveis. A Simplefy tem um programa de literacia financeira e tem vindo a promover workshops em empresas e em grupos de jovens. Queremos estar na liderança deste tema e acreditamos que os intermediários de crédito têm um papel fundamental na sua dinamização.

Anunciaram o lançamento de um marketplace para este ano? Em que fase está este projeto e quando será lançado? Primeiro semestre?

Acreditamos que até final do ano teremos o nosso marketplace lançado. Com esta oferta, queremos dotar os nossos parceiros de ferramentas e soluções diferenciadoras, que lhes permitam elevar a qualidade do serviço prestado e proporcionar uma jornada positiva aos seus clientes.

“(…) este ano iniciámos um projeto na área de câmbios, respondendo à necessidade crescente de clientes residentes fora da zona Euro”.

Que outras áreas de negócio podemos esperar da Simplefy?

No nosso plano de negócios temos a ambição de disponibilizar aos nossos parceiros uma série de soluções financeiras orientadas para a diversificação dos seus portfólios de produtos e para a otimização da rentabilidade dos seus negócios. Além do crédito (que será o core do nosso negócio), estabelecemos no ano passado uma parceria na área de investimentos e este ano iniciámos um projeto na área de câmbios, respondendo à necessidade crescente de clientes residentes fora da zona Euro. Nos próximos meses lançaremos um projeto na área dos seguros e um projeto na área da formação, sendo que ainda estamos no início.

Quais os objetivos da empresa para este ano? Qual a vossa aposta?

O principal objetivo da Simplefy passa por se posicionar como a empresa de referência no setor da intermediação de crédito. O nosso propósito, assente num modelo diferenciador, passa por sermos reconhecidos no mercado como a empresa que alavanca os negócios dos intermediários de crédito. É com base nesta premissa que estamos confiantes que alcançaremos as nossas metas para 2025: integrar 150 novos parceiros na nossa comunidade e ultrapassar a fasquia de mil milhões de euros de crédito, alcançando assim um novo marco histórico.

Projetos para o futuro da Simplefy?

Acreditamos que a Simplefy marca e marcará positivamente o setor financeiro, atendendo à forma como entrámos e como atuamos. Hoje, mais de 50% dos nossos novos financial partners vêm de recomendações de ex-colegas, parceiros e amigos. Isto é sinal que estamos a fazer as coisas bem. Assim sendo, o nosso maior projeto é desenvolver uma empresa que sirva os seus parceiros, para que estes, dentro da sua autonomia e independência, possam prestar o melhor serviço aos seus clientes.

Respostas rápidas:
Maior risco: a potencial falta de confiança no intermediário de crédito.
Maior erro: relativizar a transformação diária do mercado financeiro.
Maior lição: a confiança tripartida entre cliente, banco e intermediário de crédito é a chave do sucesso.
Maior conquista: a celebração do Dia do Intermediário de Crédito Certificado, pela primeira vez em Portugal, em 2024

 

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