IPO: conheça as empresas que devem abrir capital este ano

O ano de 2021 foi bastante movimentado em termos de IPO. E este ano, quais as previsões? Mesmo que estejamos no início de um novo ano já dá para fazer um pequeno balanço e ver quais as empresas que poderão sair-se melhor. Da Instacart à Stripe, conheça os 10 IPO mais esperados para os próximos meses.

No final do terceiro trimestre de 2021, 1.635 empresas abriram capital em todo o mundo, um número superior ao total registado em 2018, 2019 e 2020. Condições favoráveis no mercado estimularam muitas empresas a dar esse salto.

Apesar disso, no setor de tecnologia os resultados não foram como o desejado. Mais de 50 empresas da área abriram capital no ano passado. No final do ano, praticamente todas enfrentaram quedas no valor das ações em cerca de 20% (ou mais) em relação ao pico. Quase metade teve uma redução ainda maior: 50%.

O cenário, porém, não desencorajou algumas empresas de programarem as suas Oferta Públicas Iniciais (IPO, na sigla em inglês) em 2021. Grandes empresas devem estrear-se em bolsa nos próximos 12 meses. Aqui estão as empresas com pedidos de IPO já realizados e companhias que o mercado aposta que vão fazer a sua oferta, ainda que nenhuma tenha feito uma declaração referente à Comissão de Valores Mobiliários, revela a Fast Company.

1. Stripe
É um dos IPO em que a maioria dos observadores do mercado está de olho. Com uma avaliação de 95 mil milhões de dólares (cerca de 84 mil milhões de euros), a Stripe foi fundada há 12 anos pelos irmãos John e Patrick Collison. A empresa de processamento de pagamentos cresceu e tornou-se numa força global, com mais de quatro mil funcionários e uma base de clientes que inclui a Amazon e a DoorDash. A receita reportada é superior a 7,5 mil milhões de dólares (6,6 mil milhões de euros) por ano.

2. Discord
Os fundadores Jason Citron e Stan Vishnevskiy lançaram a Discord em 2015 para criar uma ferramenta de comunicação mais eficaz para as suas equipas de developers remotos. Quando os gamers adotaram a app de, no entanto, não houve como voltar atrás. Hoje, o Discord conta com 150 milhões de utilizadores ativos mensais. A Microsoft tentou comprar a plataforma no primeiro semestre de 2021 por um valor estimado em 10 mil milhões de dólares (8,85 mil milhões de euros), mas as negociações não foram em frente. A companhia preferiu seguir outro caminho. Através de um ronda de financiamento em setembro passado arrecadou 500 milhões de dólares (442 milhões de euros), elevando a sua avaliação para 15 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros).

3. Mobileye
A Intel adquiriu esta empresa israelita de condução autónoma por 15,3 mil milhões de dólares (aproximadamente 14 mil milhões de euros) há quatro anos. A 7 de dezembro de 2021 anunciou planos de torná-la pública em meados de 2022. Fundada em Jerusalém por Amnon Shashua e Ziv Aviram em 1999, Mobileye é uma das maiores histórias de sucesso entre as empresas de tecnologia de Israel. Pode ser avaliada em mais de 50 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros), segundo alguns relatórios. O CEO da Intel declarou que as vendas da divisão triplicaram desde que a companhia assumiu a Mobileeye, com quase um mil milhão de dólares ( 890 milhões de euros) em receita em 2020.

4. Impossible Foods
Em 2011, Patrick Brown, professor de bioquímica da Universidade Stanford, fundou a empresa, que substitui produtos de carne por opções baseadas em vegetais. Desde então, a Impossible Foods tornou-se numa marca presente em supermercados e restaurantes. A tendência crescente de pessoas que optam por um estilo de vida baseado em plantas fez com que a empresa se tornasse ainda mais atraente para os investidores. Até o momento, levantou 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) em capital de risco e poderá vir a ser avaliada em 10 mil milhões de dólares (8,85 mil milhões de euros).

5. Instacart
Esta empresa de serviço de entrega de alimentos beneficiou com a pandemia. Fundada em 2012 pelo engenheiro Apoorva Mehta, ex-funcionário da Amazon.com, a Instacart viu a sua a avaliação duplicar no início de 2021 para 39 mil milhões de dólares (35 mil milhões de euros), depois de a sua receita ter mais do que triplicou para 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) em 2020. Atualmente entrega produtos para mais de 85% das residências nos EUA. E trabalha com mais de 600 retalhistas norte-americanos. O IPO, que originalmente estava previsto para acontecer em 2021, pode ocorrer este ano.

6. Airtable
Fundado em 2012 por Howie Liu, Andrew Ofstad e Emmett Nicholas, este serviço de colaboração baseado em nuvem conta com o ator Ashton Kutcher entre os seus apoiantes. A empresa duplicou a sua avaliação para 5 mil milhões de dólares (4 mil milhões de euros) no início de 2021, com um aumento de 200 milhões de dólares (177 milhões de euros). Mais de 200 mil empresas, incluindo Netflix, Expedia e Shopify, usam a plataforma da Airtable para construir aplicações de colaboração.

7. Panera
Não se pode realmente dizer que haverá uma oferta pública inicial da rede de restaurantes Panera, fundada em 1980. A empresa já foi cotada na bolsa até se tornar privada em 2017. Mas a rede anunciou planos para uma nova IPO. Ao mesmo tempo, viu um investimento de valor – ainda desconhecido – do SPAC (Special Purpose Acquisition Company, um tipo de investimento) de Danny Meyer, da USHG Acquisition Corp. Meyer tornar-se-á diretor após a empresa abrir capital.

8. Klarna
A fintech que permite aos compradores dividir qualquer compra em quatro pagamentos sem juros viu a sua base de clientes duplicar em 2020, chegando a 20 milhões de pessoas. Fundada em 2005, a Klarna trabalha com mais de 250 mil parceiros de retalho e tem uma avaliação de 45,6 mil milhões de dólares (40 mil milhões de euros). O CEO da empresa, Sebastian Siemiatkowski, revelou no ano passado que a volatilidade do mercado o deixava cauteloso. A empresa também registou um prejuízo de 344 milhões de dólares (304 milhões de euros) nos primeiros três trimestres de 2021.

9. ThoughtSpot
O cofundador e CEO da ThoughtSpot, Ajeet Singh, já passou por um IPO antes. Ele é também fundador da empresa de cloud-computing Nutanix, que abriu capital em 2016. Em 2012, Singh lançou a ThoughtSpot, uma ferramenta de inteligência de negócios e fornecedor de análise de negócios baseado em nuvem com foco em Big Data. Em novembro de 2021, a empresa levantou 100 milhões de dólares (88 milhões de euros) numa ronda que elevou o seu financiamento total para 674 milhões de dólares (596 milhões de euros) e a sua avaliação para 4,2 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros).

10. Chime
A fintech que está há oito anos no mercado não confirmou que pondera um IPO, mas há relatos de que a oferta pública está perto de acontecer. A empresa, que oferece serviços de mobile banking gratuito, no ano passado lançou cartões de crédito de metal que conquistaram os utilizadores. Fundada por Chris Britt e Ryan King, a Chime tem uma avaliação de mais de 35 mil milhões de dólares (31 mil milhões de euros), valor superior ao de muitos bancos regionais.

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